Após anos de trocas de farpas, Fabregas e Mourinho viram parceiros no Chelsea
O meia Cesc Fabregas e o técnico José Mourinho, que costumavam trocar farpas nos tempos em que eram adversários, formam desde julho uma família harmoniosa no Chelsea, no qual todos são só elogios.
A rivalidade à distância entre os dois culminou na época em que o espanhol defendeu o Arsenal (2003-2011) e em seguida o Barcelona (2011-2014), dois dos alvos favoritos do técnico português, que teve uma primeira passagem pelo Chelsea (2004-2007) antes de comandar o Real Madrid (2010-2013).
A última troca de farpas foi em fevereiro deste ano, quando o meia aconselhou o treinador a "calar a boca", depois de Mourinho ter dito que o Manchester City enfrentaria na Liga dos Campeões "o pior Barça dos últimos tempos".
Desde então, acabaram as cizânias e uma relação de respeito mútuo floresceu.
É claro que o grande início de temporada de Cesc, de 27 anos, ajudou. Autor de seis assistências no Campeonato Inglês, o camisa 4 marcou seu primeiro gol pelo Chelsea contra o Schalke 04 na Liga dos Campeões.
O espanhol conseguiu até o feito de substituir o ídolo dos 'Blues' Frank Lampard no coração dos torcedores do clube e dentro de campo.
"Quando você não trabalha com Mourinho, você não consegue imaginar o que ele faz. Não se pode julgar sem conhecer. O que gosto nele é o fato de ele ser um vencedor. Ele lê muito bem os jogos. Ele vê do banco a mesma coisa que eu vejo no campo", elogiou Fabregas, referindo-se ao técnico.
"Cesc é o futuro do clube. Ele se sente importante e sabe que tem a confiança do técnico e dos companheiros que o admiram", devolveu em seguida Mourinho.
"Aqui, ele não precisa de adaptação", continuou o técnico, após a primeira partida da temporada. "Ele conhece o campeonato, ele cresceu na Premier League. Eu sei exatamente o que ele pode nos trazer. No Barça, ele foi um "falso 9", um camisa 10 ou um ponta, mas nós sabemos em qual posição ele rende mais. Cesc nos dá exatamente o que precisamos: tomadas de decisões rápidas no meio de campo".
No dia em que o brasileiro naturalizado espanhol Diego Costa marcou três gols sobre o Swansea, o primeiro jogador a ser elogiado por Mourinho foi Fabregas.
"Jogar com ele é um sonho para cada atacante. Ele percebe a movimentação em torno dele e sabe o passe que precisa ser feito. Ele joga para a equipe e sempre toma a decisão certa", afirmou o português.
A transferência, que custou 35 milhões de euros aos cofres do Chelsea, quase não aconteceu, já que Fabregas tinha uma cláusula no contrato com o Barcelona que dava prioridade de compra ao Arsenal, seu ex-clube, caso o meia decidisse voltar a jogar na Inglaterra.
Arsène Wenger, técnico dos 'Gunners', não quis exercer o direito do clube e Mourinho não perdeu tempo para fechar o negócio, visitando Fábregas em Barcelona no mesmo dia em que o filho do técnico português jogava uma partida em Londres.
"Ele não está aqui há muito tempo, mas já deixou boa impressão. Ele dá passes que ninguém vê e fica com a bola, nos ajudando a controlar o ritmo das partidas", declarou o capitão dos 'Blues' John Terry.
Uma declaração como esta vinda do grande parceiro de Frank Lampard, que o espanhol substitiui no Chelsea, é, sem dúvida, um elogio e tanto.
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