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Futebol Internacional

Inspiração de Prandelli, Espanha debuta por bi contra Itália em crise

10 jun 2012 - 07h47
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Dassler Marques
Direto de Gdansk (Polônia)

Não é só a Mano Menezes que a seleção da Espanha serve como inspiração. A Itália, eliminada na primeira fase da última Copa do Mundo com o envelhecido elenco campeão de 2006, olhou para a campeã mundial ao tentar se reconstruir para a Eurocopa em que estreia, neste domingo, na Arena Gdansk. Treinador virtuoso, Cesare Prandelli buscou os poucos jovens talentosos, criou um estilo ofensivo a 4-3-3 e passou invicto pelas Eliminatórias. Mas, para enfrentar o time de maior invencibilidade do planeta em jogos oficiais (19), rasgou seu almanaque.

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O escândalo de apostas no futebol italiano custou a Prandelli a ausência de Criscito, além da paz no vestiário. Os amistosos com derrota para Estados Unidos (em fevereiro) e Rússia (em 1 de junho) reduziram a confiança da equipe e o treinador não resistiu a tentação de fechar a equipe contra um adversário reconhecidamente mais poderoso tecnicamente. A Itália, segundo maior índice de posse de bola nas Eliminatórias, atuará a seu velho e inconfundível "estilo".

"Essa é uma boa reflexão", concordou Vicente del Bosque, treinador espanhol, ao ser alertado sobre a mudança de estratégia dos italianos para a primeira partida na Eurocopa. "A Itália mudou (desde a Copa). Mudou nomes, a característica do treinador e agora luta de igual para igual. Tentaremos a iniciativa do jogo, mas sabemos que temos pela frente uma equipe forte, campeã do mundo", explicou o comandante. Sua Espanha deve pegar um rival que jogará com três volantes e três zagueiros, onde reside a incógnita para os italianos.

Meio-campista de qualidade na transição, Daniele De Rossi terá a incumbência de atuar entre Bonucci e Chiellini, dupla da Juventus campeã italiana invicta - jogam ainda Marchisio, Pirlo e Buffon, também do clube de Turim. Definido como líbero por Prandelli, o volante da Roma deve fechar na última linha quando sem a bola, mas auxiliar na construção de jogadas. Sua adequação às ideias de Prandelli é um ponto-chave para os italianos.

A Espanha, cuja última derrota em jogos oficiais foi contra a Suíça, na abertura da Copa 2010, não tem tantas questões a resolver. Como na Euro passada, David Silva volta a ser titular absoluto após grande temporada pelo Manchester City e forma um meio-campo de qualidade indiscutível com Xavi e Iniesta. "Oxalá tudo saia como em 2008. Foi tudo perfeito", definiu Silva. Atrás, Xabi Alonso tem ainda a companhia de Busquets em seu primeiro torneio europeu com a equipe principal espanhola. "São jogadores completos, meio-campistas capazes de defender, construir e finalizar", elogiou Del Bosque.

A principal missão do treinador é atenuar dois desfalques barcelonistas fundamentais, já que Carles Puyol e David Villa não viajaram até a Polônia por conta de lesões. Na defesa, Del Bosque mantém Sergio Ramos como zagueiro, sua função pelo Real na última temporada, e vai com Arbeloa e o debutante Jordi Alba, do Valencia, nas laterais. Alba, Juanfran e Negredo são os únicos três estreantes da Espanha em grandes competições, aliás.

Negredo, atacante do Sevilla, disputa a titularidade que era de Villa com Fernando Torres. Sem brilhar desde a Copa 2010, quando foi reserva, Torres deve ser o titular e ter nova chance de voltar a ser um centroavante de classe mundial. "A lesão de Villa é um grande problema, pois é o máximo goleador da história da seleção, o que tinha mais confiança. Uma baixa importantíssima", concordou o treinador espanhol.

Com seus problemas, Vicente del Bosque ainda tenta superar tabus históricos. A Eurocopa nunca teve um campeão de maneira consecutiva e também não há uma só seleção que tenha vencido os dois mais importantes torneios (Copa do Mundo e Euro) três vezes em seis anos. "A Espanha já é uma campeã renomada", disse Iker Casillas, capitão. "Mas o que interessa é no fim e vamos tentar ganhar outra vez". Os adversários devem se preocupar.

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Foto: AP
Fonte: Terra
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