Roterdã teme revide de italianos antes de Feyenoord x Roma
Autoridades de Roterdã temem que ultras da Roma tentem se vingar pelo quebra-quebra promovido por hooligans do Feyenoord na semana passada na capital italiana. As duas equipes decidem vaga nas quartas de final da Liga Europa na noite desta quinta-feira na Holanda – empataram a partida de ida em 1 a 1 – e a polícia colocou um batalhão de prontidão caso romanistas tentem depredar a cidade antes do embate no Estádio De Kuip. O Terra transmite ao vivo os 16 jogos da rodada desta quinta-feira do torneio.
A polícia espera que cerca de 2.700 romanistas se desloquem para Roterdã para a partida decisiva entre as duas equipes e que pelo menos 10% deles possam causar problemas. Os torcedores visitantes ficarão isolados por um cordão policial na região do porto histórico, um ponto turístico da cidade, onde há uma série de bares e restaurantes. Muitos donos desses estabelecimentos, acuados, planejam não abrir as portas nesta quinta-feira. De lá sairão ônibus escoltados para o estádio. Um trem especial também levará torcedores da estação central de Amsterdã diretamente até o estádio horas antes da partida.
“Esse jogo já era considerado de risco antes do que aconteceu em Roma. Aumentamos o efetivo e ainda estamos preparados para colocar uma força policial de emergência nas ruas caso haja algum problema”, afirmou o porta-voz da polícia, Gijs van Nimwegen. O prefeito de Roterdã, Ahmed Aboutaleb, já tem redigida uma permissão para a polícia ter plenos poderes para reagir violentamente a qualquer ocorrência, caso seja necessário. Não foram divulgados números totais da operação.
Na véspera do jogo de ida, torcedores do Feyenoord se envolveram em confrontos com a polícia e depredaram a Fontana della Barcaccia, fonte recém restaurada na Praça de Espanha, ponto turístico de Roma. Nesta quarta-feira, os holandeses divulgaram uma camiseta no Twitter que faz chacota do incidente. “Je suis fonte”, dizia a imagem, numa alusão à frase que marcou a reação ao ataque criminoso ao semanário francês Charlie Hebdo, no mês passado. “É brincadeira. Nos vemos na quinta-feira, escória da Roma.”
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As cenas de violência da semana passada causaram revolta entre os italianos. E as provocações que os torcedores do Feyenoord continuam fazendo só aumentam o clima de tensão antes do jogo. Muitos torcedores da Roma utilizam as redes sociais para prometer uma revanche aos incidentes. Diversas páginas no Facebook servem de meio para a troca de insultos entre os dois lados.
“Holandeses, as mães de vocês estão na vitrine”, dizia uma mensagem, fazendo alusão às prostitutas que batem ponto no Red Light District da capital Amsterdã. As respostas variam e até a célebre foto do menininho torcedor do Feyenoord apontando o dedo do meio foi utilizada.
Alguns poucos italianos tentam apaziguar os ânimos e exaltar seus compatriotas a dar exemplo de civilidade no jogo de volta. Mas, invariavelmente, vídeos e fotos da violência do último confronto são utilizados como combustível para o ódio mútuo. Até as dívidas de ambos os países em meio a uma crise econômica que divide a União Europeia servem de pretexto para o bate-boca interminável.
“Para ser preciso, somando débito público e privado, a dívida da Holanda é maior que a da Itália. Então tchau!”, comentou um torcedor italiano num post que chamava a Holanda de “pequeno estado com uma cultura e civilidade pequena também”.
Punições por arruaça
O prefeito de Roterdã afirmou que possíveis arruaceiros serão presos, multados e deportados. O mesmo aconteceu com oito hooligans do Feyenoord que participaram dos incidentes da semana passada em Roma. Eles foram multados em 45 mil euros (R$ 146,6 mil) e proibidos de entrar no estádio para assistir a partida de volta. No total, 33 pessoas foram presas. A polícia romana estima que seis mil torcedores do time holandês estiveram na capital italiana.
Autoridades italianas afirmaram que o prejuízo total do incidente da semana passada ficou entre 150 mil (R$ 489 mil) e 200 mil euros (R$ 652 mil). Ainda não está claro quem vai ser obrigado a pagar diretamente pelos danos. A Federação Holandesa de Futebol (KNVB) descartou realizar um amistoso com a Itália para levantar fundos para o pagamento. No entanto, vários cidadãos holandeses se mobilizam para arrecadar dinheiro para limpar a imagem dos torcedores do país.
O presidente do Feyenoord Eric Gudde escreveu uma carta para a direção da Roma onde afirmou que estava constrangido pelo comportamento dos torcedores do time na Itália. “Os vândalos que pudermos identificar serão banidos do nosso estádio. Não queremos ter nenhum tipo de relação com este tipo de pessoas”, dizia a carta. A Federação Europeia de Futebol (UEFA) descartou qualquer punição disciplinar ao clube holandês pelos eventos que ocorreram fora do estádio.
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