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J. Hawilla não pode sair dos EUA; advogado nega delação

27 mai 2015 - 16h51
(atualizado às 17h16)
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Um dos principais representantes do processo de corrupção do futebol mundial, o empresário J. Hawilla vive nos Estados Unidos sob o olhar da justiça americana, pela qual foi condenada por extorsão, conspiração por fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça.

A condenação aconteceu em 12 de dezembro de 2014. O advogado do empresário, dono e fundador do Grupo Traffic, conglomerado de marketing esportivo brasileiro, José Luís de Oliveira Lima, afirmou, com exclusividade ao Terra, que o cliente não usa tornozeleira eletrônica, recurso da justiça para monitorar os condenados.

"O empresário José Hawilla apoia as investigações e prestou declarações às autoridades. Ele vive nos EUA desde 2013 e a empresa fez um acordo para pagar a multa imposta a Tusa (uma das empresas do conglomerado da Traffic), com sede nos EUA", declarou o advogado de J.Hawilla. A volta ao Brasil é descartada pelo representante. "Ele está com um processo e não pode deixar o país. José Hawilla vive em residência", disse José Luís de Oliveira.

J. Hawilla é réu confesso na investigação do FBI
J. Hawilla é réu confesso na investigação do FBI
Foto: Fernando Pilatos / Gazeta Press

Segundo o advogado do empresário brasileiro, ele não fez o acordo em troca da delação premiada. "Não existe isso no processo. Não posso falar mais nada por conta de um acordo com o meu cliente", desconversou José Luís. Além de Hawilla, duas empresas do Grupo Traffic (Traffic Sports USA Inc. e Traffic Sports International Inc.) nos Estados Unidos foram indiciadas.

O acordo firmado indica que a empresa vai devolver US$ 151 milhões (R$ 473 milhões), dos quais US$ 25 milhões (R$ 78 milhões) foram pagos no momento do acerto. As relações comerciais entre Traffic, Conmebol e CBF começaram na década de 90, mas em 2011 o empresário foi considerado "persona non grata" pela entidade sul-americana que comanda o futebol e banido da instituição.

Jamil Chade rebate Del Nero e cita "pedágio" da CBF:

A Conmebol oficializou a empresa argentina Full Play como detentora dos direitos de transmissão de televisionamento da Copa América, a partir de 2015, e dos Sul-Americanos Sub-17 e Sub-20 até 2023.

A investigação começou depois de denúncias da compra de votos para as disputas das Copas de 2018 e 2022. A Inglaterra queria organizar a de 18 e os Estados Unidos a de 22. No entanto, Rússia e Catar ganharam o direito, em uma decisão em conjunto, algo raro no futebol.

A edição da Copa América de 2016, confirmada pela Conmebol para os Estados Unidos, como parte da comemoração do centenário da competição, está sob ameaça depois deste escândalo que envolve muitos membros da Fifa da entidade sul-americana.

Dilma crê que investigação beneficiará o futebol no Brasil:

Veja a nota da Justiça dos Estados Unidos

"Em 12 de dezembro de 2014, o acusado José Hawilla, dono e fundador do Grupo Traffic, o conglomerado de marketing esportivo brasileiro, foi indiciado e declarado culpado por extorsão, conspiração por fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça. Hawilla concordou em devolver mais de US$ 151 milhões, sendo US$ 25 milhões destes pagos no momento de seu apelo.

Em 14 de maio de 2015, os acusados da Traffic Sports USA Inc. e Traffic Sports International Inc. foram considerados culpados por fraude bancária.

Todo o dinheiro devolvido pelos acusados estão sendo guardados na reserva para assegurar sua disponibilidade para satisfazer qualquer ordem de restituição em sentenças que beneficiem qualquer pessoa ou entidade qualificada como vítima dos crimes destes acusados sob a lei federal".

Fonte: Fazevedo Produções Artísticas e Eventos Ltda Fazevedo Produções Artísticas e Eventos Ltda
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