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Liga dos Campeões

Ancelotti de volta à Itália para calar críticos espanhóis

4 mai 2015 - 14h30
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Criticado na Espanha por sua suposta falta de autoridade sobre o elenco do Real Madrid, o técnico italiano Carlo Ancelotti retorna nesta terça-feira ao seu país, onde é idolatrado, para a semifinal da Liga dos Campeões contra a Juventus, que comandou de 1999 a 2011.

'Carletto' já soma três 'Taças Orelhudas' no seu currículo, com o Milan (2003 e 2007), e com o Real no ano passado.

Também conquistou títulos com Chelsea (2009-2011) ou Paris Saint-Germain (2011-2013), mas não conseguiu convencer totalmente os céticos, enquanto é praticamente unanimidade na Itália.

Na temporada passada, o técnico de 55 anos enfim foi plenamente reconhecido pelo trabalho fora do seu país ao levar o Real a 'La Décima', o tão aguardado décimo título da Champions, mas as velhas críticas voltaram a tona neste ano.

Uma série de maus resultados obrigou até o presidente Florentino Pérez a reafirmar publicamente a confiança no italiano, enquanto a imprensa espanhola já começava a especular sobre o nome do seu sucessor.

Um dos cotados é o ex-craque Zinedine Zidane, que foi seu auxiliar no ano passado e hoje é técnico do time B.

"Cada jogo é como uma prova, mas é sempre assim no Real, não vejo isso como algo pessoal. Me sinto querido no clube, e as críticas podem ser positivas", afirmou Ancelotti há duas semanas, depois da classificação às semifinais da Liga dos Campeões, com vitória por 1 a 0 no 'eurodérbi' contra o Atlético de Madri.

Este triunfo acabou consagrando as opções táticas do italiano, que surpreendeu ao escalar Sergio Ramos, titular habitual da zaga, como volante, com muito êxito.

O treinador também foi elogiado por ter dado sua chance ao mexicano Javier 'Chicharito' Hernández. O atacante jogou muito pouco nesta temporada, mas foi escalado contra os 'Colchoneros' por conta da lesão do francês Benzema e acabou fazendo o gol da vitória, a dois minutos do fim.

Elogiado pela gestão do elenco, Ancelotti é criticado pelo mesmo motivo. Seu perfil de 'paizão' é posto em dúvida quando o time não anda tão bem, e alguns espanhóis são saudosos de um técnico 'linha dura'.

"Todos os anos, desde que comecei minha carreira de treinador, este tema da 'mão de ferro' volta a tona quando problemas começam aparecer. Mas essa 'mão frouxa' já me ajudou a ganhar três Ligas dos Campeões", rebateu 'Carletto'.

Ao contrário da Espanha, a Itália não tem memória curta. Além dos títulos europeus de 2003 e 2007, Ancelotti marcou época no Milan de 2001 a 2009, conquistando o 'Scudetto' e a Copa da Itália em 2004, e impondo seu esquema tático da 'árvore de Natal' (4-3-2-1).

"Ele nunca precisa elevar a voz. Tem a calma dos homens fortes", elogia Arrigo Sacchi, grande mentor e técnico de Ancelottti no Milan nas décadas de 1987 a 1991.

Curiosamente, o único clube grande com o qual não conquistou nenhum título expressivo foi justamente a Juventus, que enfrentará nesta terça-feira, em Turim.

Mesmo assim, os 'tifosi' de Turim se lembram da final da Champions de 2003, perdida nos pênaltis diante do Milan de Ancelotti.

De volta ao país do 'catenaccio', o italiano, que comanda um dos melhores ataques do mundo, usou até o bom humor ao anunciar, cheio de ironia, que pretende usar a tática do "ônibus estacionado na frente do gol".

Seu desafio será justamente encontrar brechas na defesa de ferro da Juve, que se sagrou tetracampeã italiana no último sábado e sofreu apenas cinco gols em dez partidas nesta edição da Champions.

Se conseguir levar o Real à 'undecima' (11º título europeu), Ancelotti se tornará o primeiro bicampeão da história da versão moderna da Liga dos Campeões (que começou em 1993) e será certamente tão idolatrado na Espanha quanto na Itália.

O último clube que foi campeão da competição duas vezes seguidas foi justamente o Milan de Sacchi, em 1989 e 1990, com Ancelotti regendo o meio de campo.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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