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Liga dos Campeões

Diretor do Shakhtar critica demora da CBF em convocar brasileiros

25 nov 2015 - 09h12
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Time europeu com mais brasileiros no elenco, o Shakhtar Donetsk é um dos clubes que mais tem investido em importar jogadores do futebol brasileiro nos últimos anos. Atualmente, três titulares da Seleção Brasileira passaram pela Ucrânia, casos de Douglas Costa, Willian e Fernandinho. No entanto, o clube ucraniano se incomoda pela demora com que isso aconteceu.

Em entrevista ao jornal El País, o diretor do Shakhtar – que enfrenta o Real Madrid pela Liga dos Campeões nesta quarta -, Sergei Palkin, criticou os métodos da CBF em convocar atletas, já que brasileiros do Shakhtar só passaram a ser chamados há alguns anos atrás. Dos brasileiros do atual elenco, apenas Márcio Azevedo, Marlos, Taison e Dentinho não vestiram a camisa da Seleção principal.

“Nos perguntávamos o porquê que não os convocavam para a Seleção. Diziam que não podiam ver os jogos da Liga Ucraniana. Em pleno século XXI? Era ridículo!”, criticou. “Para as pessoas da CBF, a Ucrânia é um país cujos assuntos esportivos não deviam ser transmitidos nos noticiários. Nós que entramos em contato com eles avisando que tínhamos bons jogadores, aí começaram a prestar atenção”, prosseguiu.

Ao explicar os segredos que fizeram os ucranianos tirarem promessas como Taison, Douglas Costa e Bernard do futebol brasileiro, Sergei Palkin não escondeu a grande margem de lucro que faz o negócio continuar rentável. Servindo como espécie de ponte aos atletas, o Shakhtar ambienta os brasileiros no cenário europeu para que, mais tarde, possam alçar voos a outros times do continente.

“Contratamos o Luis Gonçalves como chefe dos olheiros. É um homem que trabalhou no Porto e criou uma rede de compra e venda de jogadores brasileiros que gerou muito dinheiro. Criamos um sistema especial de monitoramento porque não se pode perder tempo. Com os brasileiros nós começamos a competir melhor, a dar espetáculo. E com o tempo percebemos que podíamos vende-los muito mais caro para a Europa”, comentou.

Os resultados, no entanto, nem sempre aparecem a curto prazo. “Os latinos demoram uma média de dois anos para se adaptarem, Bernard, por exemplo, está começando a jogar seu futebol agora. É problema quando se tem um ou dois brasileiros. Mas quando se tem três, quatro, cinco, o período de adaptação se encurta porque eles fazem companhia, formam uma comunidade”, explicou.

“Nosso presidente gosta do jogo bonito. E essa é a natureza dos jogadores brasileiros”, prosseguiu o diretor, admitindo a situação difícil que o clube vive por conta do cenário de guerra civil. “Estamos muito cansados. É muito difícil sobreviver e competir quando não tem sua cidade, seus torcedores, seu estádio, seu campo de treinamento. É impossível saber quando poderemos voltar a Donetsk”, comentou.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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