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Liga dos Campeões

Inapelável: Bayern atropela Barcelona e fica perto da decisão da 'Champions'

23 abr 2013 - 17h55
(atualizado às 18h11)
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Vencer e não tomar gols era, assumidamente, nesta terça-feira, o objetivo do Bayern de Munique para o jogo de ida contra o Barcelona pelas semifinais da Liga dos Campeões da Europa, o que foi cumprido beirando a perfeição, com uma goleada de 4 a 0 que deixou o time bávaro muito perto da vaga na final.

Em uma noite impecável da equipe alemã, Thomas Müller marcou duas vezes, e Mario Gómez e Arjen Robben balançaram a rede uma vez cada. Além disso, brilharam intensamente Dante - essencial para anular Lionel Messi -, Bastian Schweinsteiger e Franck Ribéry.

O jogo de hoje ainda serviu como uma vingança para o Bayern pela eliminação na edição 2008/2009 da competição, quando o Barça aplicou 4 a 0 na ida das quartas de final. Dias atrás, Karl-Heinz Rummenigge, executivo-chefe do clube alemão, já havia dito que a partida mostraria o quanto sua equipe melhorou desde então.

Essa foi a nona vitória consecutiva da equipe de Munique nas três competições que disputa - 'Champions', Campeonato Alemão e Copa da Alemanha. Desde então, foram 34 gols anotados. No período, o Bayern ainda conquistou com seis rodadas de antecedência o título alemão e se classificou para a final da Copa da Alemanha.

O próximo encontro acontecerá na quarta-feira da próxima semana, no Camp Nou, em Barcelona. O time catalão precisará devolver os 4 a 0 para levar o jogo para os pênaltis. Resta saber se o time espanhol estará recuperado de sua pior derrota na Liga dos Campeões desde a final da temporada 1993/1994, pelo mesmo placar, para o Milan. E também, é claro, se o maior astro da companhia barcelona estará recuperado fisicamente.

Na entrada no gramado, Lionel Messi estava enfileirado com seus companheiros de Barcelona. Recuperado de lesão muscular - sofrida no jogo de ida nas quartas de final -, o argentino voltou a ser titular, o que não acontecia desde o jogo em Paris. Na zaga, a novidade era a escalação do jovem zagueiro Marc Bartra, ao lado de Gérard Piqué, devido aos desfalques de Carles Puyol e Javier Mascherano, lesionados, e Adriano, suspenso.

No Bayern, o grande destaque no onze inicial era a presença do alemão Mario Gómez como comandante de ataque, substituindo o contundido Mario Mandzukic. Na zaga, Jérome Boateng levou a melhor na disputa com Daniel Van Buyten e fez companhia a Dante.

O apito inicial deixou claro um artifício dos donos da casa: irrigar o gramado, tornando-o mais pesado, para dificultar o famoso toque de bola do adversário. Também era evidente que o Bayern buscaria partir para cima. E no primeiro minuto, o clube quase chegou ao gol, quando Robben tabelou com Gómez, recebeu belo passe de calcanhar e bateu rasteiro para boa defesa de Valdés.

Se o lance poderia dar a impressão de um duelo aberto, os dois clubes logo mostraram o contrário. O 'Barça' ficava com a bola, chegando a ter 73% da posse nos 15 primeiros minutos, enquanto o Bayern avançava a marcação, para tornar a troca de passes dos visitantes pouco produtiva.

Aos 14 minutos, houve um lance polêmico, quando Lahm arriscou chute de fora da área e Piqué desviou para escanteio. Os jogadores do Bayern pediram pênalti por um toque de mão, que não foi considerado intencional pelo árbitro húngaro Viktor Kassai.

Usando a antiga tática de guerra alemã das 'blitzkrieg', o Bayern apostava na pressão total, em alta velocidade. E foi assim que o clube chegou ao gol, aos 25 minutos do primeiro tempo, com o meia-atacante Thomas Müller.

Tudo começou em um escanteio cobrado por Ribéry da esquerda do ataque do time bávaro, mas que sobrou no lado direto. Robben levantou na área, Dante não teve dificuldade para ganhar no alto de Daniel Alves e escorou para Müller cabecear para o fundo das redes, abrindo o placar.

Após o gol, o jogo esquentou. Primeiro com a resposta do Barcelona, três minutos depois, com o até então apagado Messi. O argentino foi acionado em cruzamento de Pedro, pela direita, e ficaria em ótima posição para marcar, se Dante não aparecesse para cortar, impedindo a finalização.

Aos 32, foi a chance foi do Bayern, dessa vez com o zagueiro brasileiro aparecendo no ataque e cabeceando para o gol após cobrança de escanteio. Sánchez cortou e novamente os donos da casa reclamaram de toque na mão dentro da área, de novo em vão.

O primeiro tempo terminou com números curiosos, afinal, mesmo com a posse de bola superior (63% a 37%), o Barcelona não conseguiu dar um chute a gol sequer, enquanto os anfitriões finalizaram quatro vezes. Ainda assim, o time catalão voltou para campo com postura muito parecida na etapa final.

Quem também manteve o mesmo estilo de jogo, bastante agressivo, foi o Bayern. E logo o time foi premiado, já que aos 4 minutos, Robben cobrou escanteio da direita do ataque, Müller ganhou no alto da defesa barcelonista, ajeitando para Gómez, que em posição duvidosa, bateu de primeira, estufando as redes de Valdés.

E depois de ampliar o marcador, a equipe alemã seguiu mostrando que poderia deixar a eliminatória muito perto da definição. Müller quase balançou as redes aos 6, chutando para fora. Aos 9, após bela jogada de Robben, Ribéry bateu cruzado à esquerda do gol do Barcelona, e aos 12, o meia-atacante holandês é quem teve sua chance, ganhando no alto da zaga do time espanhol e cabeceando para fora.

Robben, junto com Schweinsteiger e Gómez, se mostrava incansável, não só no setor ofensivo, mas também ajudando na marcação. Lá atrás, Dante continuava como a principal peça defensiva, colaborando firmemente na missão de parar Lionel Messi.

Como, apesar da aplicação bávara, o Barcelona ganhava espaço, aos 26 o técnico Jupp Heynckes fortaleceu a marcação, com Luiz Gustavo entrando no lugar de Gómez. Com isso, Müller passou a atuar como centroavante.

E dois minutos depois, o meia-atacante teve participação fundamental no terceiro gol do Bayern. Como se fosse um pivô de basquete, Müller "bloqueou" Alba, permitindo que Robben desse sequência em jogada que teve participação de Ribéry e Schweinsteiger, e quase sem ângulo tocasse na saída de Valdés para jogar a bola para dentro das redes do time catalão.

Aos 30 minutos do segundo tempo, o Barcelona teve a chance que, até então, foi a sua melhor no jogo. Após cruzamento na área, a bola sobrou para Bartra, que não mostrou o menor jeito de goleador e a isolou, mesmo estando quase dentro da pequena área.

Não demorou para o Bayern responder e ficar perto do gol mais uma vez, aos 34, quando Müller recebeu em profundidade, mostrou categoria para se livrar da marcação e bater para a boa defesa de Valdés. No lance, o alemão se contundiu e pediu para sair.

Dois minutos depois, antes de ser substituído por Claudio Pizarro, o meia-atacante teve nova chance e, dessa vez, não desperdiçou. Após jogada em alta velocidade, o camisa 25 recebeu cruzamento de Alaba e se esticou todo para tocar para as redes e decretar a improvável goleada.

Faltando sete minutos, já ao som de "olé" vindo das arquibancadas, o técnico Tito Vilanova queimou um cartucho para buscar ao menos um gol fora de casa, colocando Villa no lugar de Pedro. Aos 43, o Barcelona, no entanto, mostrou destempero quando Jordi Alba jogou a bola no rosto de Robben e levou cartão amarelo, que o tirou da partida de volta.

Ficha técnica:.

Bayern de Munique: Neuer; Lahm, Boateng, Dante e Alaba; Javi Martínez, Schweinsteiger, Robben, Müller (Pizarro) e Ribéry (Shaqiri); Gómez (Luiz Gustavo). Técnico: Jupp Heynckes.

Barcelona: Valdés; Daniel Alves, Piqué, Bartra e Jordi Alba; Busquets, Xavi e Iniesta; Sánchez, Messi e Pedro (Villa). Técnico: Tito Vilanova.

Árbitro: Viktor Kassai (Hungria), auxiliado por seus compatriotas György Ring e Robert Kispal.

Gols: Müller (2), Gómez e Robben (Bayern de Munique).

Cartões amarelos: Gómez, Martínez e Schweinsteiger (Bayern de Munique); Bartra, Sanchez, Alba e Iniesta (Barcelona).

Estádio: Allianz Arena, em Munique (Alemanha).

EFE   
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