Lotados de taças, Milan e Barcelona fazem duelo da tradição na 'Champions'
Milan e Barcelona iniciam nesta quarta-feira no Estádio San Siro, na Itália, um duelo de oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa que reúne dois dos maiores vencedores do futebol mundial, que juntos tem mais de 100 títulos de competições de elite.
Somando a própria competição continental, que a equipe italiana venceu sete vezes e a espanhola quatro, com campeonatos, copas e supercopas nacionais, além de outras competições reunido times europeus, e os mundiais, são 126 taças. O Milan é dono de 47 delas, enquanto o Barcelona arrebatou 79 canecos.
Coincidentemente, os dois gigantes levantaram suas últimas taças na mesma temporada: 2010/2011. Os 'Rossoneros' conquistaram o Campeonato Italiano, e os 'azulgrenás' foram campeões do Campeonato Espanhol e da Liga dos Campeões. A caminhada do êxito mais próximo até a disputa do duelo que começa amanhã, no entanto, foi muito diferente.
O Milan reformulou o elenco e passou longe de ser campeão na última temporada. Medalhões como Nesta, Gattuso, Seedorf, saíram ao fim de seus contratos. Ídolos como Thiago Silva e Ibrahimovic foram negociados. A esperança passou a estar nas costas de jogadores mais jovens e o time ganhou um ídolo Stephan El Shaarawy.
O italiano de origem egípcia, apelidado de "Faraó", jogou 30 vezes na temporada e fez 17 gols. Em janeiro, o jovem ganhou a companhia do polêmico Mario Balotelli, contratado junto ao Manchester City por milhões de euros. O atacante, contudo, como já jogou na 'Champions', não pode atuar pelo Milan na competição.
No Campeonato Italiano, depois de flertar com o rebaixamento, o time de Massimiliano Allegri já ocupa a quarta colocação, com a mesma pontuação da Lazio, que está em terceiro, último lugar que garante vaga na próxima edição da principal competição de clubes do continente europeu.
Na Liga dos Campeões, o clube italiano fez campanha fraca, que valeu a segunda colocação do grupo C. Foram duas vitórias, dois empates e duas derrotas e quatro pontos de distância para o Málaga. Por sorte, Zenit São Petersburgo e Anderlecht pouco conseguiram ameaçar.
O Barcelona, de 2011 até hoje, também passou por mudanças, menos profundas, é verdade. Na temporada seguinte a mais vitoriosa da história do clube, papando Campeonato Espanhol, Liga dos Campeões e Mundial de Clubes, o time não conseguiu repetir os feitos. Além disso, o técnico Josep Guardiola anunciou que não seguiria no clube.
No início da jornada 2012/2013, o time catalão passou a ter o ex-auxiliar Tito Vilanova como técnico. O elenco seguiu praticamente o mesmo, e a mudança de comando não pareceu abalar as estruturas do clube. O reaparecimento do câncer do novo técnico fez o time jogar ainda mais, enquanto outro auxiliar Jordi Roura era efetivado como interino.
Nesse tempo, Valdés, Puyol, Xavi, Iniesta, Messi e companhia limitada mostraram disposição para apagar a temporada anterior, sem título algum. E tudo vem correndo bem, afinal, no Campeonato Espanhol, o clube vem destruindo recordes. Com o fim da 24ª rodada, disputada no último fim de semana, o 'Barça' atingiu 65 pontos, 12 a frente do vice-líder Atlético de Madrid.
Na Liga dos Campeões, o time levou um grande susto, ao perder para o Celtic, na quarta rodada, por 2 a 1, na Escócia. As três vitórias iniciais, no entanto, deram "gordura", e na rodada seguinte, o 3 a 0 sobre o Spartak, em Moscou, garantiu a vaga por antecedência.
Dúvida nos dias que antecederam a partida, Stephan El Shaarawy está cada vez mais perto de ser confirmado, depois de mostrar que está recuperado de lesão muscular. O 'Faraó' deve formar trio ofensivo com Giampaolo Pazzini e Kevin Prince Boateng. Deve, porque o francês Mbaye Niang, de 18 anos, corre por fora por vaga no time titular.
Em entrevista coletiva nesta terça-feira, Massimiliano Allegri não chegou a divulgar a escalação, mas ficou claro que dois jogadores também brigam contra o tempo para jogar, Mathieu Flamini e Antonio Nocerino, que também tem problemas físicos. Com isso, o meio-campo deve ser formado por Ambrosini, Montolivo e Muntari.
O Barcelona, por sua vez, viajou para a Itália sem dois importantes reservas, Adriano e David Villa. A boa notícia é a presença de Xavi, que está recuperado de uma lesão muscular na perna direita e já foi confirmado como titular.
Para Jordi Roura, a partida marca um retorno emblemático ao San Siro. Foi no estádio milanês, no jogo de volta da Supercopa Europeia de 1989, que o então meia, vestindo a camisa 7 'azulgrená' sofreu uma grave lesão no joelho, que abreviou sua carreira, encerrada cinco anos mais tarde, quando o agora técnico tinha 25 anos.
Aquele foi apenas um dos 15 duelos que Milan e Barcelona fizeram em competições europeias. A vantagem nos números é do time espanhol, que venceu seis vezes e perdeu quatro. Outros quatro jogos terminaram empatados.
O Milan, por sua vez, venceu as duas finais que a dupla protagonizou. Além da Supercopa de 1989, conquistada com um empate em um gol na Espanha, e uma vitória por 1 a 0 na Itália, os 'Rossoneros' levantaram a Liga dos Campeões de 1994, com sonoros 4 a 0, em Atenas.
No ano passado, também houve encontro, nas quartas de final da competição. Na ida, empate sem gols, em partida muito equilibrada. Na volta, 3 a 1 para o Barcelona. Messi abriu o placar, Nocerino empatou, deixando o Milan virtualmente classificado por 11 minutos, até o astro argentino desempatar. Iniesta deu números finais ao confronto.
Aliás, a última vez que o Milan venceu o Barcelona foi em 2004, na fase de grupos da 'Champions'. No San Siro, a equipe italiana venceu pelo placar mínimo, com gol do atacante ucraniano Andrey Schevchenko.
Prováveis escalações:
Milan: Abbiati; Abate, Mexès, Zapata, e Constant; Ambrosini, Montolivo e Muntari; Boateng (Niang), Pazzini e El Shaarawy. Técnico: Massimiliano Allegri.
Barcelona: Valdés; Daniel Alves, Puyol, Piqué e Alba; Busquets, Xavi e Inesta; Messi, Pedro e Fábregas. Técnico: Jordi Roura.
Árbitro: Craig Thomson (Escócia), auxiliado pelos compatriotas Derek Rose e Alasdair Ross.
Estádio: San Siro, em Milão (Itália).
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