Sem Götze, Dortmund aposta em segundo "menino prodígio" para ser campeão
Um jovem magro, esguio, de canelas finas, com o número 11 às costas, que espanta pela velocidade e habilidade com a bola nos pés. O estilo é personalizado: cabelo sempre diferente, faixa no pulso, meiões levantados acima do joelho e chuteira colorida. Não, não é Neymar. É a principal esperança de criação de jogadas do Borussia Dortmund para a final da Liga dos Campeões neste sábado, contra o Bayern, após o desfalque confirmado de Mario Götze. O nome dele é Marco Reus, uma das muitas revelações do futebol alemão nos últimos anos.
Ao contrário de Neymar, porém, Reus já é uma realidade no futebol europeu. Aos 23 anos, consolidou-se definitivamente nesta temporada, sua primeira no Borussia Dortmund – até o ano passado, defendia o Borussia Monchengladbach. Com seu amigo e parceiro de tabelas, Götze, negociado para o Bayern e lesionado para a final, caberá a Reus assumir a posição do camisa 10, tanto no posicionamento quanto no papel de comandar as ações ofensivas da equipe.
O fato de Reus parecer um veterano em uma equipe à qual chegou há menos de um ano tem explicação: ele é cria das categorias de base do Dortmund, mas nunca havia tido a chance de jogar pelo time principal. O meia-atacante deixou o clube em 2006 rumo ao pequeno Rot Weiss Ahlen, e chamou a atenção do Monchengladbach em 2009. Após três temporadas de sucesso, enfim voltou ao clube de criança, já com status de "gente grande" – custou 17 milhões de euros, o atleta mais caro do elenco do Dortmund.
Se não terá Götze ao seu lado, Reus pelo menos poderá reencontrar outro parceiro na decisão em Wembley. O zagueiro brasileiro Dante, um dos destaques do Bayern de Munique, jogou com ele no Borussia Monchengladbach e é seu amigo fora de campo. Os ex-colegas devem entrar em rota de colisão direta, já que uma das jogadas preferidas de Reus é arrancar em velocidade no meio-campo e partir para cima da zaga adversária.
Pelo futebol brilhante e pela identificação imediata com o clube, Reus já assumiu a condição de um dos principais ídolos da torcida do Dortmund, que rapidamente rebaixou o ex-xodó Götze à categoria de "Judas". E neste sábado, portanto, estará sobre seus ombros a responsabilidade de fazer os rápidos e mortais ataques do Borussia funcionarem, mesmo sem seu melhor parceiro ao lado – e contra o time que a torcida quer ver, mais que tudo, derrotado.