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Liga dos Campeões

Um 4 a 0 contra e um a favor: marcos na história do Bayern de Munique

24 abr 2013 - 11h16
(atualizado às 14h17)
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A história recente do Bayern de Munique pode ganhar dois novos marcos: um 4 a 0 sofrido em 8 de abril de 2009 e outro 4 a 0, desta vez a favor, nesta terça-feira, 24 de abril de 2013, ambos contra o mesmo rival, o Barcelona, em jogos válidos pela Liga dos Campeões da Europa.

Entre as duas datas, três técnicos passaram pelo clube alemão, foram conquistados dois títulos nacionais - contando o desta temporada, conquistado com seis rodadas de antecedência - e uma Copa da Alemanha, êxito que pode ser repetido em julho, na decisão contra o Stuttgart.

Além disso, Bayern disputou e perdeu duas finais de Liga dos Campeões e só um desastre, ou um milagre, olhando pela perspectiva barcelonista, pode tirar o clube de mais uma decisão continental, contra o vencedor do duelo entre Borussia Dortmund e Real Madrid.

Em 2009, após aquela goleada, que praticamente colocou o Barcelona nas semifinais da competição - na volta, em Munique, houve empate em 1 a 1, o Bayern de Munique entrou em um estado de "depressão profunda", que resultou em muitas mudanças.

A conclusão tirada daquele jogo é que o futebol apresentado precisava ser diferente do que implantou o técnico Jürgen Klinsmann. O modelo deveria ser o próprio Barcelona, então comandado por Josep Guardiola, o que explica também a contratação do catalão para a próxima temporada.

Klinsmann caiu pouco depois daquele jogo. Para o restante da temporada Jupp Heynckes foi contratado como interino. Sua missão era garantir ao menos o terceiro lugar no Campeonato Alemão, que valeria a vaga na edição seguinte da Liga dos Campeões.

O veterano técnico cumpriu a missão e recomendou o holandês Louis van Gaal para o cargo na temporada seguinte. Surpreendentemente, Heynckes, que estava aposentado, anunciou que voltara a tomar gosto por treinar uma equipe e assinou com o Bayer Leverkusen.

A primeira temporada de Van Gaal, ex-técnico do Barcelona, foi feliz, com os títulos alemães e da Copa e uma final continental, perdida diante da Inter de Milão. No meio da temporada seguinte, divergências com a direção do clube bávaro fizeram o holandês cair.

A herança de Van Gaal foi o culto à posse de bola, a aposta em alguns jogadores no time titular que acabaram se tornando peças chave, como o zagueiro Holger Badstuber, lateral esquerdo David Alaba e o meia-atacante Thomas Müller, carrasco do Barcelona ontem.

Na segunda temporada de Van Gaal, a obsessão pela posse de bola virou em uma grande dor de cabeça para o Bayern, diante do emergente Borussia Dortmund, que baseava seu jogo na velocidade e verticalidade das ações ofensivas. Franz Beckenbauer sugeriu, com ironia, introduzir uma segunda pontuação, no qual se considerasse apenas a posse de bola, na qual o líder seria seu clube.

No entanto, para a saída do técnico holandês, outra coisa foi decisiva: a busca por um substituto de Oliver Kahn, aposentado em 2008. Primeiro, o Bayern tentou, sem sucesso, apostar no prata da casa Michael Rensing. Logo depois, buscou contratar Manuel Neuer, do Schalke 04, para a temporada seguinte.

Van Gaal, então, "inventou" outro goleiro: Thomas Kraft, também das divisões de base. O jovem acabou falhando diversas vezes em partidas chaves. Além disso, o técnico acabou criando um mal-estar com a torcida por seu posicionamento frente a contratação de Neuer.

O holandês não terminou a temporada, sendo substituído por Andries Jonker, seu auxiliar, que foi nomeado técnico interino. Já neste momento, começou a ser costurada a volta de Jupp Heynckes, profissional mais discreto do que Louis Van Gaal.

O alemão, campeão europeu com o Real Madrid na temporada 1997/1998, assumiu boa parte da herança do antecessor, acrescentando verticalidade, além de uma estratégia bem definida para os momentos em que a equipe não tivesse a bola, coisa que, segundo disse o capitão Philipp Lahm em sua autobiografia, era algo inexistente nos tempos do holandês.

Na primeira temporada de Heynckes, a passada, o Bayern foi bem, mas no Alemão o Dortmund foi ainda melhor. Na Copa, o duelo de rivais acabou com uma expressiva vitória do Borussia, por 5 a 2, em partida disputada no Estádio Olímpico de Berlim.

Na Liga dos Campeões, o Bayern bateu nas semifinais o poderoso Real Madrid, nos pênaltis, mas caiu traumaticamente na decisão, em plena Allianz Arena, também nas cobranças da marca fatal, contra o Chelsea, com direito.

Depois da temporada com três frustrações, o time bávaro não se abateu. Dominou o Alemão com uma tranquilidade jamais vista - a equipe já bateu o recorde de pontos e ainda pode bater o de gols - devolveu a sofrida derrota diante do Barcelona e ainda pode arrebatar a sonhada Tríplice Coroa, de campeão continental, nacional e da copa de seu país.

EFE   
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