Dinastia Sevilla pode colocar Espanha ao lado de Itália
Título nesta quarta-feira seria o nono de clubes espanhóis, que igualariam italianos na Liga Europa
Prestes a completar 110 anos no mês de outubro, o Sevilla vive desde o seu centenário o período mais vitorioso da sua história. Foi na temporada 2005/06, com Daniel Alves, Adriano e Luís Fabiano como titulares, que a equipe da Andaluzia, região sul da Espanha, levantou a taça da então chamada Copa Uefa, dando início a uma sequência invejável para um clube que não faz parte do primeiro escalão do seu país.
Desde então, foram mais dois títulos continentais, em 2006/07 e 2013/14, duas Copas do Rei, 2007 e 2010, uma Supercopa da Espanha, em 2007, e outra da Europa, em 2006. O retrospecto recente copeiro pode ganhar mais um troféu para a decoração: o tetracampeonato da Liga Europa (novo nome da Copa Uefa desde a temporada 2009/10), que deixaria o clube em um patamar único no cenário continental.
Até a manhã desta quarta-feira, o tricampeão Sevilla divide o posto de maior vencedor do torneio com os gigantes Liverpool, Juventus e Inter de Milão, mas é candidatíssimo a deixar o trio para trás. Além de defender a conquista do ano passado, o clube andaluz vem de uma sequência de nove jogos de invencibilidade nesta edição da Liga Europa – não perde desde a derrota para o Feyenoord na fase de grupos –, e é dono do melhor ataque da competição ao lado do eliminado Napoli (cujo algoz foi o Dnipro), com 26 gols.
A que se deve essa era de ouro na história sevillista? Nos primeiros anos dela, podia se observar um equilíbrio entre contratações certeiras de estrangeiros e o uso de veteranos espanhóis, casos do goleiro Palop e do zagueiro Javi Navarro, titulares nos dois primeiros títulos continentais. Aos poucos, talentos como Jesús Navas foram aparecendo neste ambiente de sucesso.
No título da Copa do Rey de 2010, o proveito da base se tornou mais evidente, pois além de Navas, os pratas da casa Diego Capel e Antonio Luna compunham o time que derrotou o Atlético de Madrid por 2 a 0. A dupla, no entanto, não alçou voos mais altos deste então, ao contrário de Navas, que se transferiu para o Manchester City em 2013.
Com o passar do tempo, a base da estrutura foi invertida. Jovens das canteras sevillistas cresciam nos profissionais no meio de um elenco mais rodado composto por estrangeiros como o camaronês Mbia, pilar de um meio-campo que conta com as promessas Aleix Vidal e Vitolo, recém-convocados para a seleção espanhola.
Foi usando bem os recursos muito inferiores aos gigantes Real Madrid e Barcelona que o Sevilla encabeçou essa dinastia espanhola no segundo escalão europeu, pois nos últimos nove anos o clube andaluz e o Atlético de Madrid (duas vezes), conquistaram cinco Liga Europas. Porto, Shakhtar e Zenit foram os intrusos nesta sequência.
Caso o Sevilla levante a taça no Stadion Narodowy nesta quarta-feira, se tornará o maior da história da competição e, de quebra, colocará a Espanha no mesmo patamar da Itália, com nove títulos do torneio.