"Maldição" de ex-treinador é mantida, e Benfica soma 8º vice
A torcida não acreditava. Os jogadores nem queriam saber. O técnico Jorge Jesus ignorava. Mas é verdade: Béla Guttmann estava no Juventus Stadium, nesta quarta-feira, durante a final da Liga Europa.
O fantasma do ex-treinador húngaro, que morreu em 1981, marcou presença durante os 120 minutos do tempo normal e prorrogação - mais os pênaltis - e confirmou uma maldição lançada há 52 anos: "nem em 100 anos o Benfica vai ser campeão europeu". A profecia definitivamente existe e agora o time coleciona 8 vices-campeonatos europeus. Será preciso esperar pelo menos mais 48 anos?
Guttmann "se atrasou para entrar no jogo", mas o Benfica não aproveitou este momento. O começo do primeiro tempo foi travado, cheio de faltas, com muita marcação e pouco futebol. Porém, o húngaro apareceu nos minutos finais. Foi quando o Benfica teve duas chances de gol desperdiçadas e mais um pênalti não marcado. "Maldição", gritaram os benfiquistas no intervalo.
Mas a parada praticamente não existiu: o Benfica voltou com a mesma pressão que fez no primeiro tempo e quase marcou. Os brasileiros Rodrigo e Lima foram parados teoricamente por defensores do Sevilla, que travaram os chutes. Mas cada defensor parecia ter um pouco de Béla Guttmann dentro de si.
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Desde quando era treinador, Béla sempre gostou de emoção. Então deve ter se divertido com a maluquice que virou esta final de Liga Europa no segundo tempo: Benfica e Sevilla se mandaram para frente e cederam contra-ataques seguidos em cerca de quinze minutos.
Porém, o time português tinha o brasileiro Lima amaldiçoado especialmente para este jogo. Tudo que ele fazia errava, desde finalizações até passes curtos. Do outro lado, o Sevilla não aproveitava - o destaque Raktic sumiu e viu os companheiros de ataque esbanjarem limitações.
Tudo já caminhava a um empate no tempo regulamentar. Mas Béla resolveu aparecer de novo. Lima finalmente acertou um chute lindo, em diagonal, de fora da área. Mas o goleiro Beto aumentou a maldição com uma defesa incrível.
Os minutos finais foram de tensão. E se o Benfica sofresse um gol no final, como aconteceu no ano passado, diante do Chelsea, exatamente na final da Liga Europa? Não haveria como duvidar da maldição. Mas isso não aconteceu, então o jogo partiu à prorrogação. Foram 30 minutos só para constar, com muito medo dos dois lados - até do Sevilla, que não tem fantasma nenhum para assustá-lo.
Começou então a disputa por pênaltis. Lima foi o primeiro a cobrar e mostrou que já não tinha mais Béa Guttmann para atrapalhá-lo. Porém, o húngaro não tinha ido embora: Cardozo e Rodrigo cobraram mal e deram a festa aos andaluzes. Eram quase 15 mil torcedores espanhóis na comemoração e mais um húngaro - Béla Guttmann provou que tem poder. Quem ainda ousa duvidar dele?
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