Por roteiro perfeito e 1ª vitória, Polônia abre Euro contra Grécia
- Dassler Marques
- Direto de Varsóvia (Polônia)
A tradição da seleção polonesa nos Jogos Olímpicos (ouro em 1972) e de Copa do Mundo (terceira em 74 e 86) não existe na Eurocopa. A co-anfitriã, aliás, nunca venceu na competição. E é justamente para construir uma história em seu continente que a nova geração liderada pelo treinador Franciszek Smuda ambiciona a estreia perfeita, nesta sexta-feira, contra a Grécia. Os esforços em nível nacional foram imensos, da construção de um palco cinco estrelas à busca por jogadores com passaporte polonês. A resposta é conquistar três pontos no Estádio Nacional de Varsóvia.
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Apesar de contar com um sorteio bastante generoso e fugir das gigantes na primeira fase, a Polônia teme seu adversário da estreia. Afinal, há oito anos e com três titulares que seguem no grupo, a Grécia venceu o então anfitrião Portugal na abertura e também na decisão para alcançar um título improvável. Naquela mesma época, Smuda era o treinador do lanterna do Campeonato Polonês e os maiores destaques de seu time, hoje, eram meros adolescentes. Ainda assim, os poloneses vivem onda de entusiasmo.
Nos 11 jogos que compreendem a temporada 2011/12, a co-anfitriã conheceu só uma derrota e viu seus jogadores assumirem papel importante. O trio Piszczek-Blaszczykowski-Lewandowski foi bicampeão alemão e ainda levou a Copa da Alemanha no Borussia Dortmund. O primeiro e o terceiro, aliás, ficaram entre os melhores da competição. O goleiro Szczesny se estabeleceu titular do Arsenal e um dos mais promissores camisas 1 do planeta. Obraniak, que nasceu na França, trocou o Lille pelo Bordeaux em janeiro e vive boa fase.
"Temos um time para o futuro e tenho certeza que podemos dar muitas alegrias aos poloneses", disse Smuda, pouco experimentado internacionalmente aos 63 anos. "Aprendemos o possível até aqui e nos desenvolvemos até esse momento. Vou ter uma boa noite porque esse time me convenceu de que posso relaxar", afirmou na quinta, véspera da abertura. "Vivemos um grande atmosfera e espero que ela dure até o fim do torneio, pois vamos ficar orgulhosos nesse caso. Criamos uma seleção que se respeita e não há escândalos ou outras coisas para escreverem".
A criação da equipe que deu vexame em sua estreia em fases finais da Euro, em 2008, foi toda refeita quando Smuda assumiu o cargo na temporada seguinte. Em três anos, o treinador viu jovens assumirem papéis importantes e ainda liderou um processo de busca por jogadores com passaporte polonês. Ao todo, cinco foram incorporados, inclusive os franceses Perquis e Obraniak. Boenisch e Polanski, que atuavam nas seleções de base da Alemanha, também viraram titulares na Polônia. O projeto de um time capaz de ir às quartas foi fortalecido pelo sorteio generoso com Grécia, República Checa e Rússia.
"Temos que mostrar, no campo, tudo o que podemos fazer", idealizou o capitão Kuba Blaszczykowski. "O último campeonato (em 2008) não foi de sucesso, mas não vamos ter os erros do passado. O mais importante é não perder, pois temos um grande time dessa vez e jogadores que podem mudar o resultado a qualquer momento. Essa é a grande diferença", mencionou o meia que atua aberto à direita do ataque.
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