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Investigação da Fifa sobre Suárez irrita uruguaios, que citam ‘perseguição’

25 jun 2014 - 17h22
(atualizado às 18h08)
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A polêmica "mordida" do atacante Luis Suárez no zagueiro italiano Giorgio Chiellini está sendo investigada em um processo disciplinar aberto pela Fifa contra o jogador uruguaio, que pode impedir a estrela da seleção celeste de jogar contra a Colômbia pelas oitavas de final da Copa do Mundo.

A investigação, porém, tem irritado bastante os uruguaios, que conseguiram avançar às oitavas de final com um gol de Godín aos 36 minutos do segundo tempo contra a Itália – dois minutos após a mordida de Suárez em Chiellini.

Um dia após a polêmica, o zagueiro uruguaio Lugano falou à imprensa e disse que haveria uma "perseguição" de Suárez por parte da mídia.

"O Neymar deu uma cotovelada no nariz (do croata Modric). Nunca mais a vi. Não sei se querem fazer justiça ou tirar vantagem esportiva na imprensa. Não fecha na minha cabeça que um lance que não traz consequência para ninguém tenha tanta repercussão", disse o jogador.

"Sei que o Uruguai tem menos peso político. E que o Suárez é perigoso para os adversários. Pode ser o craque da Copa. Gera um pouco de medo, entendemos", completou.

Ainda na terça-feira, após o jogo, o técnico Oscar Tabárez também considerou que a imprensa estava "desviando o foco" ao falar sobre a mordida de Suárez e não sobre o resultado do jogo. "Suárez é o alvo predileto da mídia. Gostam de dar espaço a coisas que não são do futebol."

O Uruguai pode recorrer e apresentar sua defesa à entidade máxima do futebol até o fim da tarde desta quarta-feira. A estratégia da Celeste, segundo o advogado da Federação Uruguaia, Alejandro Balbi, será dizer que "não há provas contundentes" da mordida. Além disso, ele pretende entregar à Fifa uma carta escrita pelo próprio Suárez explicando o incidente.

"A prova que se apresenta não é verdadeiramente contundente. Vamos usar isso para minimizar a sanção. Entregaremos uma carta feita pelo Suárez também", disse o advogado ao Canal 10 Uruguai. Um porta-voz da Fifa disse à BBC que o processo deverá ser julgado até no máximo esta quinta-feira.

O código disciplinar da Fifa prevê banimento de até 24 partidas - mas a punição máxima imposta até hoje em Copas do Mundo foi de 8 partidas, para o lateral Mauro Tassoti, no Mundial de 94, pela cotovelada no espanhol Luis Enrique.

Para Chiellini, o episódio foi "absolutamente vergonhoso". "Expulsar Marchisio e não o Suárez foi decisivo", disse o zagueiro, à rede de televisão Sky Sports.

"Enquanto tínhamos 11 homens, estávamos no controle, e o Uruguai não chegou a ser perigoso. Obviamente com 10 homens nos últimos 30 minutos foi quando nós sofremos, depois fomos punidos por uma jogada de bola parada", explicou Chiellini.

O zagueiro ainda desafiou a Fifa a punir Luis Suárez pela mordida no jogo de terça-feira. "Suárez é astuto e escapa assim porque a Fifa quer as estrelas jogando na Copa do Mundo. Eu adoraria ver se eles têm a coragem de usar a prova através do vídeo contra ele. O árbitro viu a marca da mordida também, mas não fez nada".

Coletiva

Após a classificação para as oitavas de final, o Uruguai voltou a treinar nesta quarta-feira em Natal apenas com os reservas em campo. Mas o momento mais esperado pelos jornalistas era o da coletiva de imprensa com os jogadores, marcada para começar às 14h no hotel onde eles estão hospedados na cidade.

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