Investigado em Operação Lava Jato, OAS tenta vender Arena das Dunas
O tal "legado" vai esfarelando aos poucos no ano seguinte à Copa do Mundo. Dono da Arena das Dunas, o Grupo OAS apresentou pedido de Recuperação Judicial de nove de suas empresas nesta semana e, entre outras medidas, resolveu vender o estádio potiguar. O conglomerado ainda tenta negociar 50% dos ativos da Arena Fonte Nova, em Salvador, que também sediou o Mundial em 2014.
O grupo é investigado pela Operação Lava Jato, organizada pela Polícia Federal, por possível envolvimento com lavagem e desvio de dinheiro ligado à Petrobras. Nos últimos anos, investiu R$ 100 milhões na construção da Arena das Dunas, tendo financiado outros R$ 323 mi por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O conglomerado tem sofrido restrições financeiras desde o final do ano passado, quando passou a ser mencionado em investigações. A Polícia Militar apura se o grupo tem parte na corrupção que envolve a Petrobras.
Segundo Fabio Yonamine, presidente da OAS Investimentos, as restrições resultantes da investigação dificultam a gestão do grupo. "A OAS se vê impelida a tomar medidas que lhe permitam continuar a operar num processo saudável de renegociação das dívidas, preservando milhares de empregos diretos e indiretos", argumenta.
O estádio recebeu quatro partidas da Copa do Mundo em Natal, no Rio Grande do Norte. No último Campeonato Brasileiro chegou a sediar jogos de Cruzeiro e Flamengo, mas desde então perdeu a atenção do futebol nacional. Atualmente o estádio é palco de duelos do Campeonato Potiguar. O último confronto disputado lá, entre Alecrim e América-RN, atraiu apenas 6,5 mil pessoas.
A situação não é tão melhor para a Arena Fonte Nova, que terá contrato com o Bahia encerrado nesta terça-feira. Sem novo acordo por renovação, o principal estádio de Salvador deixará de receber compromissos do Tricolor, que prefere atuar em Pituaçu. O Vitória, outro grande clube do estado, tem o Barradão como estádio próprio.
Gazeta Esportiva
