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Jorginho mostra decepção ao falar de demissão do Flamengo

10 jun 2013 - 13h41
(atualizado às 14h00)
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Contratado em março com a promessa de que teria tempo para trabalhar, o técnico Jorginho foi demitido do Flamengo na última quinta-feira, pouco depois de sua equipe ter sido derrotada pelo Náutico por 1 a 0 em Florianópolis (SC). Calado desde então, o treinador resolveu se pronunciar na manhã desta segunda-feira, quando concedeu uma entrevista coletiva em um condomínio na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro (RJ). Jorginho evitou ser polêmico em suas declarações, mas estava visivelmente decepcionado com a postura da diretoria.

O treinador informou que foi pego de surpresa com a decisão de dispensá-lo, uma vez que foi contratado com a promessa de que teria tempo para preparar o time para o Campeonato Brasileiro.

"Para mim foi uma surpresa, pois esse não era o planejamento inicial. O que tinha sido acertado é que teríamos que passar por essas dificuldades nas primeiras rodadas, antes do recesso, e que depois teríamos mais tempo para trabalhar porque os reforços chegariam. Estava ciente das dificuldades financeiras do clube e do que precisava ser feito. Trabalhei tranquilo. Dos quatro jogos que fizemos na competição, apenas na derrota para a Ponte Preta (0 a 2) não tivemos condições de vencer. Inclusive fizemos bons jogos, como na estreia contra o Santos (0 a 0), quando neutralizamos o Neymar. Contra o Atlético-PR (2 a 2) fizemos dois tempos distintos e isso impediu a vitória. Diante do Náutico, criamos algumas oportunidades, mas não conseguimos transformá-las em gol", afirmou o treinador.

Jorginho disse que estava ciente das dificuldades financeiras para a contratação de reforços.

"Eu sabia dessa situação, pois isso analisava os nomes que me eram passados em termos de observações feitas pela diretoria. Dos atletas indicados por mim chegaram apenas o Roger Carvalho e o Marcelo Moreno", disse Jorginho.O treinador revelou também que não teve problema com nenhum jogador. Chegou-se a noticiar que Jorginho não queria trabalhar com o zagueiro Alex Silva, afastado, e com o meia Ibson, negociado com o Corinthians. O treinador nega.

"O Alex Silva estava em uma situação complicada, pois a torcida não o deixava jogar. Eu sei bem o que é isso. Um dia dele deverá se posicionar porque pediu para não jogar. Mas respeito o jogador e nunca tive problema com ele. O Ibson pode ter ficado chateado apenas porque não quis contar com ele, mas aí foi uma decisão que envolveu o lado técnico e financeiro. Era preciso abrir espaço no elenco para novas contratações e com o salário dele conseguimos contratar quatro jogadores. Foi isso que pesou", informou.

Questão financeira - O treinador disse que jamais pensou em pedir demissão do Flamengo e que não teve problemas para acertar seu contrato, porque não considerava o lado financeiro importante neste momento.

"Jamais deixaria de vir para o clube por conta de dinheiro, uma vez que vivi grandes momentos durante cinco anos no Flamengo, que foi determinante para o meu desenvolvimento como jogador", disse.

Sem um treinador definido o elenco ganhou uma semana de férias por conta do recesso do Campeonato Brasileiro para a disputa da Copa das Confederações. A expectativa é de tentar acertar com o substituto de Jorginho o mais rapidamente possível, e o clube já abriu negociações com Mano Menezes. Pessoas ligadas ao clube estão no Rio Grande do Sul tentando convencer o treinador a aceitar a proposta do Flamengo. Além do lado financeiro, a equipe terá que contornar a vontade do treinador, que pretende retornar aos trabalhos somente na próxima temporada. Caso Mano não aceite, Muricy Ramalho deve ser procurado.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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