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Júlio César vibra com renascimento após cogitar encerrar a carreira

24 jun 2013 - 15h23
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Fazia muito tempo que o goleiro Júlio César não se sentia tão importante. Um dos vilões da derrota do Brasil para a Holanda na Copa do Mundo de 2010 e rebaixado recentemente para a segunda divisão do Campeonato Inglês com o Queens Park Rangers, o veterano falou bastante sobre o que definiu como "renascimento" com a Seleção Brasileira na Copa das Confederações, nesta segunda-feira.

"Pensei até em parar de jogar futebol depois da Copa do Mundo, mas foi coisa de momento. Depois daquele episódio (suas falhas contra a Holanda), procurei me apoiar muito nos meus familiares para continuar trabalhando. O peso de um erro é enorme, ainda mais representando o Brasil. Costumo dizer que a pressão de ser goleiro ou técnico da Seleção é parecida com a de ser presidente", sorriu.

O bom humor com que Júlio César rememorava os momentos mais tristes de sua carreira era uma prova de que a situação havia sido superada. O goleiro se apresentou para a disputa da Copa das Confederações disposto a aproveitar a chance de deixar no passado o marcante erro diante dos holandeses. Inspirou-se até em um dos seus algozes para evoluir sob o comando de Luiz Felipe Scolari.

"Sempre joguei bola. Não seria um simples jogo de futebol que acabaria com tudo aquilo que construí e com o que ainda tenho a alcançar. Já dei até o exemplo do personagem de filme Rocky (boxeador que apanha bastante no decorrer de suas lutas e vence no final) para ilustrar o que penso. O Robben também serve de inspiração, pois foi importante para o Bayern de Munique ganhar a Liga dos Campeões depois de pecar anteriormente e ser criticado", observou.

Para vestir as luvas de Rocky e consagrar a sua reviravolta profissional assim como fez o atacante holandês Arjen Robben, Júlio César sabe que um bom desempenho na Copa das Confederações é fundamental. O jogador estava esquecido quando o técnico da Seleção Brasileira era Mano Menezes, porém foi resgatado por Felipão e precisa corresponder à confiança para disputar a Copa do Mundo de 2014.

"Todos os jogadores têm o sonho de ganhar uma Copa do Mundo. É a minha última oportunidade agora. Sei o quanto a Copa das Confederações é importante para mim. Com a idade um pouco avançada (33 anos), mas ainda boa para um goleiro, posso dar a mescla da experiência com a juventude que o Felipão quer e atingir o meu objetivo", disse, feliz por não conviver mais com os problemas do fraco Queens Park Rangers. "Eu estava morrendo de saudades de brigar por coisas importantes."

Futuro profissional

Júlio César não coloca a Copa das Confederações como fundamental somente para a sua longevidade na Seleção Brasileira por mais uma temporada. O goleiro também quer usar o torneio para chamar a atenção do mercado europeu, pois não continuará no Queens Park Rangers.

"Ouvi que a Roma demonstrou interesse em mim e fico realmente feliz com isso. Não fecharia a porta para o futebol italiano, que foi o lugar em que alcancei o ápice da minha carreira, com tudo de bom acontecendo. Saí da Inter de Milão de forma conturbada, e o Queens Park Rangers foi o único clube que me estendeu as mãos na época. Voltar para a Itália agora, já conhecendo o país e o idioma, seria legal. E Roma é uma cidade maravilhosa, linda. Não descarto a possibilidade", avisou.

Apesar de satisfeito com as especulações, Júlio César ressalvou que a sua única preocupação no momento é ajudar a Seleção na Copa das Confederações. O goleiro lembrou que não foi muito exigido nas vitórias sobre Japão e México e lamentou o fato de não ter defendido um dos poucos chutes a gol da Itália na rodada passada. "Fiquei triste. A gente pensa que, se a bola chega só uma vez, tem que agarrar, por mais difícil que seja - e era. No segundo gol, foi um lance estranho, que o juiz tinha dado pênalti e voltou atrás. Até reclamei, pois seria uma boa chance para eu defender um pênalti", contou, às gargalhadas, o Rocky Balboa do gol do Brasil.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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