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Júlio César volta para “casa” pronto para vingar Barbosa de vez

29 jun 2013 - 22h23
(atualizado às 22h24)
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A falha de Júlio César na última eliminação do Brasil em uma Copa do Mundo foi muito mais gritante do que aquela atribuída ao crucificado Barbosa no Mundial de 1950, no Maracanã. Assim como o estádio que chama de "casa", no entanto, ele voltou completamente remodelado na Copa das Confederações. Já se sente pronto para vingar definitivamente o seu antecessor de Seleção na final contra a Espanha, neste domingo, três anos após ser um dos responsáveis pela derrota para a Holanda na África do Sul.

"A minha trajetória na Seleção Brasileira pode ser considerada um filme. Nunca deixei de acreditar na reviravolta", sorriu Júlio César, que já se disse inspirado pelo personagem Rocky Balboa (boxeador acostumado a vencer após apanhar bastante) e hoje ri como se estivesse em uma comédia com o seu bom momento pessoal. A trajetória de Barbosa, ao contrário, foi para sempre um típico dramalhão mexicano desde que Ghiggia marcou o gol do título mundial conquistado pelo Uruguai no Rio.

Em busca de um final feliz na segunda edição de seu roteiro na Seleção Brasileira, Júlio César começou a superar as suas decepções com algumas poucas defesas sem maiores dramas contra o México, na fase de grupos da Copa das Confederações, e diante de Japão e Itália. Faltava, no entanto, uma atuação destacada para o veterano ganhar a confiança dos torcedores, e não apenas do técnico Luiz Felipe Scolari. Ele sonhava até com a possibilidade de defender um pênalti.

O desejo de Júlio César se concretizou. Justamente contra o grande algoz da vida de Barbosa. Ainda no primeiro tempo da sofrida classificação brasileira para a decisão, o goleiro defendeu um pênalti cobrado pelo Uruguai. Saltou no canto certo após provocar o batedor Diego Forlán - o Ghiggia da atualidade e seu ex-companheiro de Internazionale. Foi eleito o melhor em campo na vitória por 2 a 1, mesmo placar do Maracanazo, e acabou ovacionado pelo público presente.

"Não me lembro de ter recebido um apoio tão forte anteriormente. A torcida está do lado da Seleção Brasileira. Na hora do Hino Nacional, todos os nossos jogadores ficam muito motivados porque o público canta à capela. Queremos que continue assim até o final", almejou Júlio César.

O final será no palco de 1950. O ambiente da decisão de 2013, contudo, é completamente diferente daquele que teve Barbosa como antagonista. Desta vez, o Brasil joga sem o peso do favoritismo, atribuído à campeã mundial Espanha, colonizadora do Uruguai. Também não cabem mais nas arquibancadas quase 200 mil pessoas, como há meio século. Serão menos de 80 mil torcedores de olho em Júlio César neste fim de semana.

"O Maracanã está novinho em folha e é mundialmente famoso. Vejo uma atmosfera toda positiva para essa partida, que será disputada na minha casa. Estou voltando para o estádio onde tudo começou, onde cresci jogando pelo Flamengo", sorriu Júlio César, em mais uma amostra de oposição a Barbosa, ídolo do maior rival do clube rubro-negro, o Vasco.Contra a Espanha, entretanto, flamenguistas e vascaínos estarão unidos pelo Brasil quando a decisão da Copa das Confederações começar. Assistirão juntos à festa de encerramento do torneio e ao protocolo da Fifa, que aproveita os seus jogos para combater o racismo no futebol. O mesmo problema que teria tornado o calvário de Barbosa ainda mais sofrido.

Caberá a Júlio César - que já se habituou a vestir um uniforme preto da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) - fazer renascer a felicidade no Maracanã, que se tornou Maracanazo para Moacyr Barbosa do Nascimento. Tão grande quanto a história que a Seleção Brasileira construiu depois de crucificar o seu goleiro negro.

"A partir dessa derrota, o Brasil passou a ser o que é hoje, o pentacampeão do futebol internacional. Hoje, as estatísticas falam por si só para apontar que lugares ocupam Brasil e Uruguai nesse esporte. Alguma relação para a mudança do mundo deve haver com o passado", sorriu o técnico Óscar Tabárez, o comandante do Uruguai que foi eliminado por Júlio César.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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