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Leoz, o fim de um reinado de 27 anos à frente do futebol sul-americano

23 abr 2013 - 19h37
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Nicolás Leoz Almirón, de 84 anos, anunciou nesta terça-feira que colocava à disposição seu cargo de presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), poucas horas após ter renunciado à função de membro do Comitê Executivo da Fifa, alegando problemas de saúde.

"Mentalmente, estou bem, mas o problema é físico. As viagens já são um problema. Estou entrando numa idade em que devo deixar meu lugar aos mais jovens", declarou o dirigente de 84 anos em entrevista coletiva concedida em Assunção.

Ex-jogador de futebol e advogado e jornalista esportivo, o paraguaio assumiu há presidência da Conmebol há 27 anos, em 1986. Ele deveria concluir em 2015 seu sétimo mandato à frente da entidade.

Filho do espanhol Gregorio Leoz Latorre e da paraguaia Petrona Almirón Bogarín, Leoz nasceu em 1928 em Pirizal, no noroeste do Paraguai.

Torcedor do Libertad desde criança, acabou dando seu nome ao estádio do clube.

Dentro das quatro linhas, jogou como ponta direita no clube Atlántida.

Como jornalista, começou a trabalhar como cronista esportivo na rádio católica Cháritas de Assunção e em seguida trabalhou em várias outras rádios e em veículos de mídia impressa.

Na década de 50, foi professor de história em um dos principais colégios da capital e depois entrou no mundo dos negócios, no ramo do alumínio, do mercado imobiliário e da agricultura.

Leoz também se formou em direito, trabalhou como advogado e chegou a exercer a função de presidente do tribunal de de justiça esportiva da Confederação Paraguaia de Basquete.

Entre 1968 e 1977, começou sua carreira de dirigente como presidente do Libertad.

Cada vez mais influente no mundo da bola, acabou chegando à presidência da Associação Paraguaia de Futebol à vice-presidência da Conmebol, para depois assumir o comando da entidade em 1986.

Em 1998, passou a representar o futebol sul-americano no Comitê executivo da Fifa.

Figura controversa, o paraguaio está sendo acusado há alguns meses de suposta corrupção na atribuição da Copa do Mundo de 2022 ao Qatar, assim como o argentino Julio Grondona, presidente da Federação Argentina (AFA), e Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF.

"Estou aberto a responder a qualquer investigação. Em 50 anos como dirigente de futebol, nunca me ofereceram centavo. Dizem que nos deram dinheiro, a mim e a Grondona, mas nem conheço essas pessoas", se defendeu o dirigente em janeiro.

A imprensa britânica também levantou suspeitas pelo fato de Leoz por ter votado a favor da Rússia na atribuição da Copa de 2018, enquanto a expectativa era que apoiasse a candidatura da Inglaterra.

Na ocasião, foi até acusado pela BBC de ter pedido o título de Cavalheiro da Rainha em torca do voto.

"Podem me processar, isso tudo é um absurdo", reagiu o paraguaio.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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