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Libertadores

Com "mística copeira", Grêmio estréia na Libertadores

25 fev 2009 - 08h49
(atualizado às 09h28)
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Dassler Marques

O espírito competitivo está intimamente ligado ao DNA do Grêmio e faz dele, sempre, um clube perigoso em competições de mata-mata, a despeito de sua grandeza natural. Não à toa, divide com o Cruzeiro a hegemonia da Copa do Brasil, com quatro títulos, e sempre entra para brigar pelo título na Copa Libertadores. E é apostando nessa característica "copeira" que os bicampeões continentais em 1983 e 1995 estréiam nesta competição às 21h50 (de Brasília) desta quarta-feira, no Estádio Olímpico, contra a Universidad do Chile, pelo Grupo 7.

Alex Mineiro e Ruy são esperanças do Grêmio
Alex Mineiro e Ruy são esperanças do Grêmio
Foto: Gazeta Press

"Nosso ponto forte é a parte coletiva e o Grêmio sempre se caracterizou por isso. Por essa participação, determinação. Está inserido nas raízes, espero que consigamos repetir nessa Libertadores", aponta Celso Roth em entrevista exclusiva ao Terra. Questionado sobre qual é o ponto fraco, Roth brinca: "acho que é ainda não termos estreado".

O estilo de jogo competitivo é tão ligado às raízes gremistas que deixou de ser tendência e se tornou pré-requisito. Não por acaso, reforços contratados possuem o perfil que faz sucesso na Azenha. Como Diogo, ex-Figueirense, Ruy, ex-Náutico, e o argentino Herrera, ex-Corinthians, que ainda tem o compatriota Maxi López e o uruguaio Orteman como seus companheiros de elenco.

"Isso é exigência para se jogar no Grêmio. A torcida exige e os jogadores mais técnicos que por lá passaram, como Paulo César Caju, Osvaldo e recentemente o Roger, tiveram que mudar suas características por causa disso", explica Valdir Espinoza, treinador campeão da Copa Libertadores com o clube em 1983.

Com esse enfoque por jogadores competitivos, inclusive com dois argentinos, na hora de reforçar o elenco, o Grêmio confirma a expectativa que traz para a Copa Libertadores. Admitindo a grandeza da competição, os gremistas têm se poupado no Campeonato Gaúcho para a disputa continental.

"Nosso objetivo é a Libertadores e de maneira alguma pensamos em desvalorizar o regional. Mas estamos fazendo com que a equipe principal jogue mais em uns momentos e a reserva em outros, para poder sustentar as duas competições e estrear em condições ideais", explica Roth, que vê seu trabalho em outro patamar em comparação com 2008. "A diferença é muito grande", assume.

Uma diferença sensível para Roth em relação a 2008, mas do ponto de vista negativo, é a ausência dos volantes titulares no último Brasileiro: Rafael Carioca, negociado já em dezembro com o Spartak de Moscou, e William Magrão, que sofreu séria lesão no joelho e só retorna no segundo semestre. "Temos que trabalhar e continuar repondo. Exatamente essa é a função do treinador", diz Roth, que deve apostar no garoto Adílson Warken e no recuo de Tcheco, com Souza mantido na armação. "São duas opções possíveis".

De qualquer forma, o empenho dentro de campo, independente dos resultados, tem feito parte do Grêmio de Celso Roth e deve ser a tônica da equipe mais uma vez. "Isso vem lá de trás, pela proximidade com a Argentina e Uruguai. Se criou no futebol gaúcho a história de futebol pegado e de marcação, mas surgiu com ênfase na década de 70, em que os clubes do Rio Grande do Sul passaram a treinar mais que os outros", recorda Mário Sérgio, que fez sucesso como jogador na dupla Gre-Nal.

Fonte: Terra
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