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Libertadores

Xingado em coro, a "bruxa" Verón liquida o Cruzeiro

16 jul 2009 - 10h06
(atualizado às 12h01)
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Fábio de Mello Castanho

Direto de Belo Horizonte

A bruxa que passou por Belo Horizonte era careca, tinha barbicha, vestia camisa branca e vermelha, aplicou duas feitiçarias e atende pelo nome de Juan Sebastian Verón, ou simplesmente "La Brujita". Azar do torcedor cruzeirense, que lotou o Estádio do Mineirão, na última quarta-feira, para acompanhar a decisão da Copa Libertadores.

No primeiro tempo, Verón comandou o Estudiantes mais no grito do que no futebol. Errou alguns passes, por alguns momentos andava em campo como se poupasse energia para o momento decisivo. Chegou até tomar um drible por debaixo das pernas, mas apareceu mesmo ao levar cartão amarelo em um empurra-empurra com Kléber.

O segundo tempo começou e o Cruzeiro abriu o placar. Daí não teve jeito. A bruxa teve de entrar em ação. Cinco minutos depois do gol de Henrique, Verón dominou na meia esquerda, passou pela marcação e viu, como todo o estádio, Celay descer livre pela direita. A diferença é que o argentino consegue colocar a bola exatamente onde pensou.

Na continuação da jogada, Gastón Fernandez empatou para o Estudiantes. "La Brujita" comemorou sozinho, vibrou com os punhos cerrados enquanto seus companheiros se abraçavam. Mas não esqueceu da catimba. Conversou com juiz, abaixou o meião como se sentisse dor e deu abraços individuais em seus companheiros.

Os cruzeirenses perceberam que a chave do jogo estava na camisa 11 do Estudiantes. Passaram a perseguir o meio-campista, que ainda apareceu em uma tentativa por cobertura e em um chutão para o alto, como se fosse uma "pelada", antes de cometer a sua segunda bruxaria.

Xingado em coro pelos cruzeirenses na hora em que pegou a bola para cobrar o escanteio, Verón não deu a mínima. Colocou a bola na cabeça de Boselli, autor do gol do título do Estudiantes. Desta vez, foi abraçar os companheiros com entusiasmo, sabendo que estava próximo de fazer história.

Verón ainda se esforçou na marcação, deu até carrinho e quase marcou um gol de falta. No apito final, se ajoelhou no gramado, colocou a mão no rosto como se escondesse o choro e iniciou a comemoração daquele título pelo qual disse que descartaria todos os outros. Afinal, seu pai, Juan Ramon Verón, "La Bruja" original, já havia conquistado ele por três vezes, nos anos de 1968, 1969 e 1970, pelo mesmo Estudiantes.

Verón subiu no palco, levantou a taça, comandou a volta olímpica e tentou aproveitar ao máximo o momento histórico. Questionado sobre o que decidiu o título a favor do Estudiantes, seu time de coração, simplificou. "A mística". Mas, como prova a história do clube, de nada adiantaria a mística se, para usar outro ditado popular, a "bruxa não estivesse solta".

Verón foi o herói do Estudiantes na Libertadores
Verón foi o herói do Estudiantes na Libertadores
Foto: Reuters
Fonte: Terra
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