Sob olhar de Pelé, Neymar comanda tri e cria "nova era"
23 jun2011 - 00h15
(atualizado às 03h15)
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Celso Paiva
Dassler Marques
Diego Garcia
Direto de São Paulo
Demoraram 48 anos para o santista voltar a soltar o grito de campeão da Libertadores. E, como nos áureos anos 60, a figura de um jovem atacante fora protagonista da façanha continental, que devolveu ao Santos o status de principal time da América. Neymar, 19 anos, escreveu de vez seu nome na história alvinegra na noite desta quarta e assinou, com um dos gols do título, o decreto da nova era na Vila Belmiro: a "era Neymar", sob os olhos de um emocionado Pelé nas tribunas do Pacaembu.
Foi necessário apenas um minuto de bola rolando no segundo tempo da decisão da competição, contra o tradicional Peñarol-URU, em um Pacaembu tomado pelo "mar branco" idealizado pela diretoria e abraçado com anseio pelos torcedores. Um minuto para Neymar dominar um belo passe de Arouca na grande área adversária e chutar, de primeira, com a mesma perna direita que infernizou os uruguaios com dribles durante 180 minutos.
No canto esquerdo, rasteiro, indefensável para o goleiro Sosa, que ainda fez o que pode para espalmar a bola para o fundo da meta uruguaia. O Santos abria o placar no Pacaembu, 1 a 0, resultado mais do que suficiente para trazer de volta o tricampeonato para a Baixada Santista, o terceiro caneco de Libertadores da gloriosa sala de troféus da Vila Belmiro.
E não foi apenas esse gol que fez de Neymar a principal figura do Santos no torneio. Com seis tentos, que o deram o status de artilheiro absoluto da equipe alvinegra no certame, o atacante vestiu a carapuça de aspirante a ídolo e foi além. Seu protagonismo começara há dois meses, ainda pela primeira fase da Libertadores, quando o Santos precisava de improváveis três vitórias para classificar-se.
Com um time apático, abalado internamente por turbulências geradas e pelas más apresentações do time montado pelo então demitido técnico Adilson Batista, o clube alvinegro enfrentava o Colo Colo-CHI no primeiro choque da série de três decisivos. No banco, o interino Marcelo Martelotte ocupava o lugar do recém-contratado Muricy Ramalho, acomodado nos camarotes da Vila.
Foi quando brilhou a estrela de Neymar. Dribles, passes, uma exibição de gala coroada com um gol de placa, após dar chapéus em dois adversários atônitos e finalizar de cobertura. Na comemoração, a irreverência de sempre ao vestir uma máscara com seu rosto rendeu-lhe um cartão vermelho que quase deixou tudo a perder.
Desfalque no duelo seguinte, com o Cerro Porteño-PAR, o camisa 11 assistiu de casa Danilo ser herói e, no jogo posterior, com o Deportivo Táchira-VEN, um gol seu foi o bastante para ajudar o Santos a avançar às oitavas, também despachadas com dois difíceis confrontos com o América-MEX.
Na reta final, a partir das quartas, Neymar iniciou uma impressionante série decisiva e foi, jogo após jogo, o principal nome santista. Primeiro, balançou as redes e foi o autor do tento da classificação contra o Once Caldas-COL, no Pacaembu. Depois, despediu-se do Cerro com linda jogada no gol de Edu Dracena, no embate de ida, também no estádio paulista, e com novo gol no suado empate por 3 a 3, no Paraguai.
Nas finais, finalmente, após bela atuação em Montevidéu, quando chegou a efetuar mais dribles do que todo o time do Peñarol somado, chamou para si a responsabilidade no encontro decisivo e marcou o primeiro gol do confronto, logo a um minuto da etapa complementar. O lance inflamou um até então apático Pacaembu, que explodiu em êxtase com os gritos de "tricampeão".
Os dois gols seguintes, de Danilo e Durval (contra) pareceram mera formalidade para o torcedor santista. Entre eles, Pelé, um "menino" de 70 anos de idade, que pulava de alegria nas tribunas a cada nova jogada do astro alvinegro. Neymar, 19 anos, quatro títulos pelo Santos e protagonista da primeira Libertadores pós "era Pelé", O Santos, enfim, depois de quase meio século, vive uma nova era: a "era Neymar".
Edu Dracena ergue a Copa Libertadores da América; no Pacaembu, Santos venceu o Peñarol por 2 a 1 e conquistou pela terceira vez o maior título sul-americano em sua história
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Capitão do Santos, Edu Dracena ergueu uma taça que o clube não conquistava desde o bicampeonato de 1962-63
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Santos posa para a foto que virará pôster para os fanáticos alvinegros; time de Muricy Ramalho venceu o Peñarol por 2 a 1 nesta quarta-feira, no Pacaembu, e virou tricampeão da Copa Libertadores da América
Foto: EFE
Time do Santos posa com o troféu da Libertadores após vitória por 2 a 1 no Pacaembu
Foto: Fernando Borges / Terra
Pará homenageia as filhas e veste faixa japonesa, de olho na disputa do Mundial de Clubes em Yokohama, no final de 2011
Foto: Fernando Borges / Terra
Neymar mostrou também ser decisivo e marcou o primeiro do Santos no jogo decisivo da Copa Libertadores da América
Foto: Fernando Borges / Terra
Entre a festa santista no gramado do Pacaembu, Léo é perseguido por ninguém menos do que Pelé; maior jogador da história do clube desfilou com Muricy Ramalho perante a torcida
Foto: Fernando Borges / Terra
Laterais santistas, Léo, Jonathan e Pará (da direita para a esquerda) vibram com a taça da Libertadores conquistada nesta quarta-feira pelo Santos
Foto: Fernando Borges / Terra
Paulo Henrique Ganso e Neymar, agora, se juntarão com Elano à Seleção Brasileira que disputa a Copa América, na Argentina
Foto: Fernando Borges / Terra
Devoto, Elano exibe camiseta com Nossa Senhora Aparecida estampada na regata e celebra título da Libertadores com a torcida santista
Foto: Fernando Borges / Terra
Peñarol havia vencido a Libertadores pela última vez em 1987, há 24 anos
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Atletas do Peñarol se desesperam e não escondem a chateação pela perda do título da Libertadores de 2011
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Jogador do Peñarol lamenta após derrota por 2 a 1 para o Santos, no Pacaembu; time uruguaio buscava o hexacampeonato
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Cabisbaixos, jogadores do Peñarol recebem a medalha pela segunda colocação na Libertadores
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Neymar, agora, representará a Seleção Brasileira principal na Copa América, na Argentina
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Edu Dracena exibe o troféu que o Santos conquistou pela terceira vez em sua história
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Léo, Edu Dracena e Keirrison posam para foto ao lado da taça da Libertadores, conquistada pelo Santos após vitória por 2 a 1 sobre o Peñarol
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Santos faz a festa no gramado do Pacaembu com a taça da Libertadores nas mãos
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Santos quebrou um jejum de 48 anos sem conquistas na Libertadores
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Em sua terceira temporada como profissional, Neymar celebra o maior título da América do Sul
Foto: Fernando Borges / Terra
Léo foi substituído no segundo tempo; lateral sofreu com lesões na fase final da Libertadores
Foto: Fernando Borges / Terra
Veterano lateral Léo comemora o título que ele não conseguiu conquistar em 2003, quando o Santos perdeu para o Boca Juniors na decisão, no Morumbi
Foto: Fernando Borges / Terra
Jovens revelações santistas, Paulo Henrique Ganso e Neymar se abraçam no gramado do Pacaembu após a conquista do tricampeonato santista na Libertadores
Foto: Fernando Borges / Terra
Camisa 22, Danilo se firmou como titular do Santos em 2011 e ajudou o time a vencer o Campeonato Paulista e a Copa Libertadores da América
Foto: Fernando Borges / Terra
Danilo acertou um chute de canhota no cantinho de Sosa, que nada pôde fazer
Foto: Fernando Borges / Terra
Danilo atuou em sua posição de origem nesta quarta-feira: entrou na vaga de Jonathan, contundido, e fez o gol como lateral direito
Foto: Fernando Borges / Terra
Sosa se esticou, mas não conseguiu defender o belo chute de Danilo, que fez o segundo do Santos no Pacaembu
Foto: Fernando Borges / Terra
Após empate por 0 a 0 em Montevidéu, Santos garantiu o título continental com gols de Neymar e Danilo; o Peñarol descontou com Durval, contra
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Santos conquistou nesta quarta-feira um título que não levantava desde 1963, quando a geração de Pelé deu levou o bi da Libertadores à Vila Belmiro
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Neymar celebra gol com companheiro no banco de reservas do Santos na vitória por 2 a 1 sobre o Peñarol, que coroou a atual geração com o título da Libertadores
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Após gol de Danilo, Muricy Ramalho extravasou no banco de reservas; Santos venceu por 2 a 1 e faturou o título da Libertadores
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Principal nome do Santos na Libertadores, Neymar fez o primeiro no Pacaembu e encaminhou equipe da Vila Belmiro ao tricampeonato
Foto: AFP
Neymar fez no início do primeiro tempo, e Santos venceu Peñarol por 2 a 1 para conquistar o tricampeonato da Copa Libertadores da América
Foto: EFE
Apesar de ter perdido duas chances claríssimas de gol, Zé Eduardo batalhou e não teve medo de dividir com rivais do Peñarol
Foto: Reuters
Zé Eduardo perdeu duas grandes oportunidades de marcar em sua despedida, mas mandou para fora
Foto: EFE
Santos vence o Peñarol por 2 a 1 no Pacaembu, com gols de Neymar e Danilo no segundo tempo, e conquistou a Copa Libertadores da América pela terceira vez na história - a primeira após a era Pelé
Foto: Fernando Borges / Terra
Neymar vibra ao fazer o primeiro gol para o Santos, no início do segundo tempo no Pacaembu
Foto: Reuters
Santos deixou o primeiro tempo empatando por 0 a 0, mas conseguiu ir às redes no segundo tempo
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Em seu último jogo pelo Santos antes de ir para a Itália, Zé Eduardo lamenta oportunidade perdida no ataque santista
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Neymar faz o domínio, mas Corujo não dá espaço para o atacante santista
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Muricy ajuda o gandula e devolve a bola no Pacaembu
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Ganso iniciou a jogada do primeiro gol do Santos, marcado por Neymar a 1min do primeiro tempo
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Elano se hidrata e também molha a cabeleira durante a final da Libertadores
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Goleiro Sebastián Sosa se estica, sai do chão e executa a defesa para o Peñarol
Foto: Fernando Borges / Terra
Rafael repõe a bola e dá um chutão para tentar colocar o Santos no ataque
Foto: Fernando Borges / Terra
Destaque do Peñarol, meia-atacante argentino Alejandro Martinuccio persegue a bola no gramado do Pacaembu
Foto: Fernando Borges / Terra
Léo tenta, mas Mathías Corujo chega no carrinho para tentar ficar com a bola
Foto: Fernando Borges / Terra
Paulo Henrique Ganso chega forte na marcação e tenta fazer o desarme contra rival do Peñarol
Foto: Fernando Borges / Terra
Durval se posiciona bem e cabeceia para o gol
Foto: Fernando Borges / Terra
Corujo mata no peito e encara a marcação de Durval
Foto: Fernando Borges / Terra
Ganso iniciou a jogada, Arouca fez o lançamento e Neymar finalizou para marcar o primeiro gol no Pacaembu
Foto: Léo Pinheiro / Terra
No primeiro minuto do segundo tempo, Neymar disparou pela esquerda e abriu o placar para o Santos no Pacaembu
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Elano observa o posicionamento dos companheiros de Santos e tenta armar jogada para o time brasileiro
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Neymar faz uso da agilidade e foge da marcação de González pelo lado esquerdo do gramado do Pacaembu; primeiro tempo terminou com empate sem gols entre Santos e Peñarol
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Neymar é calçado na entrada da área e o árbitro Sergio Pezzotta marcou a falta; Santos, porém, empatou sem gols no primeiro tempo com Peñarol
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Muricy Ramalho observa da beira do campo a final entre Santos e Peñarol; treinador viu os dois times irem para o intervalo com um empate por 0 a 0
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Neymar encara a marcação do zagueiro Alejandro González e tenta criar lance de perigo para o Santos no Pacaembu
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Titular, Ganso deu qualidade à armação santista; na foto, Mier tenta dar combate ao camisa 10 brasileiro
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Elano lamenta ataque perdido pelo Santos durante o primeiro tempo da final da Copa Libertadores da América contra o Peñarol, no Pacaembu
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Arouca recebe marcação dupla e usa os braços para se proteger dos adversários do Peñarol
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Rafael observa a bola cruzada na área santista antes de fazer a defesa
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Aguiar faz o domínio, mas é observado de perto pelo volante Arouca e pelo meia Paulo Henrique Ganso
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Arouca leva entrada por trás do adversário do Peñarol
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Volante Adriano escapa da marcação de Matías Mier no Pacaembu e tenta levar o Santos ao ataque
Foto: Fernando Borges / Terra
Após empate por 0 a 0 no Uruguai, na semana passada, Santos e Peñarol disputam no Pacaembu o título da Copa Libertadores da América de 2011
Foto: Fernando Borges / Terra
Peñarol busca seu sexto título da história na Libertadores
Foto: EFE
A torcida uruguaia não se intimidou no Pacaembu: cantou e fez barulho no estádio paulista
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Torcedor se empolga no Pacaembu para Santos x Peñarol
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Sinalizadores santistas causam nuvem de fumaça no Pacaembu
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Com sinalizadores e bexigas, santistas enfeitam o Estádio do Pacaembu em São Paulo
Foto: Fernando Borges / Terra
Confiança entre os torcedores alvinegros estava em alta na noite desta quarta
Foto: Fernando Borges / Terra
Santistas gritam e vibram nas arquibancadas
Foto: Fernando Borges / Terra
Uruguaios provocam adversários nas arquibancadas do Pacaembu
Foto: Fernando Borges / Terra
Parte do estádio ficou pintada em aurinegro com a festa da torcida do Peñarol
Foto: Fernando Borges / Terra
Uruguaios lotaram o setor destinado a eles no Pacaembu e abarrotaram as arquibancadas com faixas em amarelo e negro