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Neymar brilha, vira "rei" e recoloca Santos no topo; veja números

23 jun 2011 - 09h01
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Celso Paiva
Dassler Marques
Diego Garcia
Direto de São Paulo

Quem esteve no Pacaembu nesta quarta-feira viu um garoto de rosto familiar pulando feito um louco a cada jogada de efeito do Santos, roubando a cena nos camarotes com suas celebrações animadas. Pelé, o "menino" de 70 anos, enfim vê seu trono com um substituto à altura. "O Rei Pelé já pode respirar tranquilo", dizia o jornal Marca na manhã desta quinta, abaixo de uma manchete de considerável tamanho: "o Rei Neymar".

"Hoje com certeza é o dia mais feliz da minha vida. Sonhei muito com este momento e é uma felicidade imensa realizar isto. A gente teve vários momentos marcantes no torneio. Das vitórias, mas acho que o principal foi aquelas partidas em que quase ficamos de fora da Libertadores e conseguimos dar a volta por cima", disse o jovem, ainda emocionado na saída do gramado.

Com uma exibição de gala, o astro santista voltou a fazer a diferença na Copa Libertadores. Foram gols decisivos, como o das classificações das quartas de final e da semifinal, contra Once Caldas-COL e Cerro Porteño-PAR, respectivamente, que ajudaram o atacante a escrever seu nome como protagonista na campanha de 2011, depois de uma noite mágica no Pacaembu, onde marcou o primeiro gol da vitória por 2 a 1 contra o Peñarol-URU na decisão.

Os números dele no torneio falam por si só. Dos 20 gols santistas, Neymar teve participação direta em nove ¿ foram seis marcados e outras três assistências. Finalizações, 37, além de exatos 25 minutos de posse de bola. Dribles então, nem se fala ¿ incríveis 113 em 13 partidas disputadas. Apenas nos dois confrontos finais foram 22, somente dois a menos que o número todo do time do Peñarol somado nos dois embates.

Aliás, foi justamente quando o Santos mais precisou dele que ele brilhou. Exatos 60 segundos haviam se passado no cronômetro do segundo tempo quando ele recebeu passe preciso de Arouca e bateu de primeira, rasteiro, no canto esquerdo do goleiro Sosa. Ali, Neymar começava a virar mais Pelé do que qualquer outro aspirante a craque que já vestira o manto alvinegro nos últimos 48 anos.

Depois disso, os demais 44 minutos foram mero cumprimento das regras. Formalidade excessiva. Neymar bagunçou, driblou, brigou, perdeu um gol pela esquerda e reclamou de pênalti não marcado, após se atirar dentro da área e ver o árbitro simplesmente ignorar ¿ a fama de "cai-cai" constantemente atrapalha nesses momentos - e partiu para a briga ao término do jogo quando o clima esquentou.

Antes, ainda teve tempo para dar passe precioso para Ganso chutar mal e ver Zé Eduardo desperdiçar um dos gols mais "feitos" da história da Libertadores, minutos antes do apito final que o consagraria de vez e o colocaria no patamar dos maiores ídolos santistas de todos os tempos. Com 19 anos, Neymar foi de "monstro" a galã, de "filé de borboleta" a gênio, de polêmico a "Messi brasileiro", de adolescente a papai.

Que ele será como Pelé ainda é muito precoce dizer. Afinal, como definiu o próprio ex-atleta, "tem que fazer 1.283 gols". Mas já dá para afirmar que, ao menos, o legado do "Rei" está em boas mãos. Foram necessários 48 anos para que o gigante clube da Vila Belmiro despertasse de um sono profundo. Bastou chegar um menino franzino, com o número 11 nas costas e um penteado diferente, que lembra uma crista de galo. Ou uma coroa...

Veja todos os números de Neymar na Libertadores, de acordo com o Footstats

Jogos: 13
Gols: 6
Assistências: 3
Finalizações: 37
Dribles: 113
Cruzamentos: 30
Lançamentos: 4
Bolas perdidas: 170
Posse de bola: 25min01
Faltas: 58 recebidas e 18 cometidas
Cartões: 6 amarelos e 1 vermelho

Decisivo na Libertadores, Neymar despertou até comparações com Pelé
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Foto: Léo Pinheiro / Terra
Fonte: Terra
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