Argentinos: "guerra" com Boca pode explicar derrota do River
A imprensa argentina reconheceu que o River Plate jogou mal e mereceu perder por 1 a 0 diante do Cruzeiro na última quinta-feira, no Monumental de Núñez, pelas quartas de final da Copa Libertadores. Mas os jornais locais colocaram muito do resultado negativo na conta da "guerra" que o time viveu contra o arquirrival Boca Juniors na fase anterior - quando um torcedor na Bombonera jogou gás de pimenta contra os jogadores do River, causando a paralisação da partida e a subsequente eliminação do Boca da competição.
O diário esportivo Olé disse que o River "deixou tudo na Bombonera - e a cabeça também". Na visão do periódico, o time argentino esteve desatento e não conseguiu "sustentar o jogo intenso" que mostrou nas oitavas, e que faltou ao time de Marcelo Gallardo "mudar o foco, pensar somente no Cruzeiro, voltar a passar a imagem de uma equipe corajosa".
Já o La Nación viu o River Plate como "sem reação, adormecido, anestesiado", e também relacionou a má atuação ao "choque" vivido no jogo contra o Boca Juniors. O jornal disse que os argentinos agora "correm contra o tempo para acender as luzes desse apagão futebolístico" a tempo de se recuperar para o jogo da volta, no Mineirão, na próxima semana.
Os quatro jogadores mais afetados pelo gás de pimenta na semana passada - o zagueiro Funes Mori, o lateral Vangioni e os volantes Ponzio e Kranevitter - foram titulares diante do Cruzeiro. Eles tiveram uma inflamação na córnea após o produto químico entrar em contato com seus olhos na Bombonera.
A partida de volta entre Cruzeiro e River está marcada para a próxima quarta-feira, dia 27, no Mineirão, em Belo Horizonte. O time de Buenos Aires precisará vencer os donos da casa se quiser avançar à semifinal - devolver o 1 a 0 encaminha a decisão da vaga para os pênaltis, enquanto qualquer outra vitória classifica a equipe argentina. Já o bicampeão brasileiro joga pelo empate.