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Libertadores

Corinthians questiona culpa por tragédia e cita falha na segurança

21 fev 2013 - 16h32
(atualizado às 16h34)
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<p>Roj&atilde;o que matou jovem boliviano teria sido disparado da torcida do Corinthians</p>
Rojão que matou jovem boliviano teria sido disparado da torcida do Corinthians
Foto: AP

É comum ver no noticiário que, quando um torcedor age de maneira incorreta dentro do estádio, o clube seja punido pelo comportamento. Ocorreu assim com o Coritiba, quando parte da torcida invadiu o gramado e depredou o Couto Pereira quando houve o rebaixamento no Campeonato Brasileiro em 2009. Foi assim também mais recentemente, quando o Santos foi punido porque o são-paulino Paulo Henrique Ganso foi alvo de moedas atiradas das arquibancadas no último clássico. Para o Corinthians, entretanto, essa medida não é justa.

Na última quarta-feira, em Oruro, um torcedor de 14 anos do San José morreu após ser atingido por um sinalizador, que foi disparado pela torcida alvinegra. Um dia depois, o presidente do clube paulista, Mário Gobbi, falou sobre o caso, e se mostrou contra o Corinthians ser punido, mesmo que exista a prova de que a agressão não seja um mero acidente.

"Se não foi dolo, é um acidente. Se foi dolo, o que está se aplicando aí é a figura da responsabilidade objetiva. Se seu filho de cinco anos fizer algo com alguém, você é responsável e tem que pagar pela conduta. Eu sou contra tecnicamente. Juridicamente. Acho que se encontrar uma forma de coibir a violência no futebol. Se o torcedor joga uma bíblia, o clube responde pela conduta dele. É uma forma de coibir, mas é uma forma que me lembra uma época que no Brasil as coisas eram meio que impostas. Impor uma responsabilidade", afirmou o mandatário.

Gobbi se mostrou triste pela morte do boliviano Kevin Douglas Beltrán Espada, mas foi comedido em suas respostas para evitar envolver o Corinthians no caso. O dirigente citou sua experiência como delegado e questionou repórteres sobre a responsabilidade de clubes em casos envolvendo torcidas.

"É difícil ser responsável em um jogo de 60 mil pessoas, ser responsável por todas elas que estão no estádio. Não acho que tudo que está no regulamento é justo, e nem que a lei é justa. Estou perguntando se acha que é justo, você acha? Diga objetivamente", questionou Gobbi, pedindo resposta de um jornalista durante entrevista coletiva no CT Joaquim Grava.

"Vai ser julgado e o regulamento vai ser aplicado. O que eu estou dizendo é que é necessária que seja encontrada mais uma forma de coibir. Não acho que seja justa. Acho que temos que refletir. Que o regulamento vai ser cumprido, não há dúvida", explicou.

Gobbi esteve acompanhado na entrevista coletiva por Roberto de Andrade, diretor de futebol do clube, que sugeriu uma falha na segurança do Estádio José Bermúdez. Para o dirigente, o policiamento deveria coibir a entrada de sinalizadores nas arenas bolivianas caso o artefato seja considerado uma arma letal.

<p>Bolivianos protestaram contra torcida do Corinthians ap&oacute;s trag&eacute;dia</p>
Bolivianos protestaram contra torcida do Corinthians após tragédia
Foto: Reuters

"Não podemos esquecer que não se sabia que um sinalizador era uma arma letal. E se alguma autoridade boliviana sabia disso, como se pode permitir que entre em um estádio? O estádio estava quase todo tomado por sinalizadores. Tanto na torcida do Corinthians como na torcida do San José. Se se sabe que é uma arma letal, porque permite? É como se fosse entrar com um arma no estádio", afirmou Andrade.

"O Corinthians, quando promove uma partida, é responsável por ela, mas a segurança é feita pela polícia. Mas se a polícia deixa alguém entrar armado, como o Corinthians pode ser culpado? Não podemos ser responsabilizados por algo que não está nas nossas mãos", ponderou.

Fonte: Terra
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