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Libertadores

Em Guarulhos, advogado diz que apresentação deve liberar detidos na Bolívia

25 fev 2013 - 10h30
(atualizado às 12h22)
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<p>Presença da imprensa à espera da apresentação de torcedor corintiano atrai atenção de curiosos em Guarulhos</p>
Presença da imprensa à espera da apresentação de torcedor corintiano atrai atenção de curiosos em Guarulhos
Foto: Leandro Piccolotto / Terra

A pequena Rua Felício Marcondes, no centro comercial de Guarulhos, teve uma movimentação acima do comum na manhã desta segunda-feira. Em frente à Vara de Infância e Juventude da região, cerca de 50 profissionais de imprensa aguardam pela presença do adolescente cujas iniciais são H. A. M., 17 anos, que se apresentará no local nesta tarde. Ele assumirá a responsabilidade pelo disparo do sinalizador que matou um torcedor na partida entre San José e Corinthians, disputada na última quarta-feira em Oruro, pela Copa Libertadores da América.

Por volta das 10h20 (de Brasília) desta manhã, o advogado Ricardo Cabral, que trabalha para a Gaviões da Fiel, principal torcida uniformizada do Corinthians, chegou ao local. A princípio, ele se recusou a conceder entrevistas, mas depois confirmou a expectativa de que, com a apresentação de H. A. M., os 12 torcedores corintianos que estão presos preventivamente em Oruro sejam liberados.

"Acredito que, a partir da divulgação, cabe ao governo brasileiro fazer a parte dele: existem lá na Bolivia 12 pessoas presas inocentemente, cidadãos brasileiros que foram escolhidos aleatoriamente", disse Cabral.

"Isso vai ser demonstrado para a polícia da Bolívia. Já mandei para o conselheiro da embaixada brasileira para que instrua o pedido de revogação da prisão preventiva dos 12 que estão lá", completou.

O jovem em questão em nenhum momento esteve entre os doze torcedores corintianos presos preventivamente em Oruro, acusados de envolvimento na morte do torcedor Kevin Espada, 14 anos, atingido por um sinalizador que teria sido disparado acidentalmente por H. A. M. durante a partida entre San José e Corinthians. Os times empataram por 1 a 1 no Estádio Jesús Bermudez, pela Libertadores, na última quarta-feira. 

O advogado fará a defesa do menor, que é integrante da uniformizada, e deve buscá-lo por volta das 13h (de Brasília) desta tarde. A expectativa é que o adolescente, morador de Guarulhos, apresente-se na Vara de Infância e Juventude da cidade até as 15h.

Cabral disse ter "certeza" de que, após a confissão, H. A. M. "vai responder o processo em liberdade" perante a Justiça brasileira. "O governo brasileiro não extradita cidadão nacional, muito menos menor. Entendemos que pode, sim, e até deve responder à Justiça brasileira por homicídio culposo que infelizmente causou morte. Ele está no Brasil, não está sendo autuado em flagrante, está assumindo e quer pagar pelo ato", afirmou o advogado, destacando ainda que o adolescente "tem bons antecedentes e nunca passou por qualquer delegacia". 

Desde as 9h da manhã desta segunda-feira a movimentação da imprensa em frente à Vara de Infância e Juventude é grande. Muitos furgões de emissoras de televisão estão preparadas para entradas ao vivo de repórteres na programação, o que atrai a presença também de curiosos.

A Rua Felício Marcondes é pequena e nesta manhã se encontra semi-interditada. A movimentação dos carros é restrita a uma faixa. Segundo a Secretaria de Transportes e Trânsito (STT) de Guarulhos, a previsão é de que a via seja totalmente interditada no momento da apresentação do menor. Nesta manhã, já era possível ver uma área delimitada por cones na qual o carro que transportará o adolescente deve ser estacionado.

Devido ao incidente em Oruro, o Corinthians foi punido pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), em medida cautelar, que proíbe o clube paulista de jogar no restante da Libertadores com a presença de seus torcedores, sendo mandante ou visitante. O Corinthians anunciou que recorreria da punição e teve cogitada a possibilidade de deixar a competição, hipótese que o presidente Mário Gobbi Filho descarta.

Fonte: Terra
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