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Libertadores

Gaviões tem "desemprego relâmpago", ameaça de bêbado e fogos

28 fev 2013 - 07h31
(atualizado às 07h47)
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Os fãs do Corinthians viveram uma noite atípica nesta quarta-feira. Conhecida por sua devoção ao time, a torcida alvinegra foi privada pela Conmebol de assistir aos jogos da Copa Libertadores após incidente que matou um menino boliviano na semana passada. Distantes do clube do coração, só restaram a alguns se unirem na quadra da Gaviões da Fiel e torcer de longe pela equipe contra o Millonarios. E teve de tudo: "desemprego relâmpago", sinalizadores, fogos, festa, cerveja e até ameaças de um bêbado, durante triunfo brasileiro por 2 a 0.

Torcedores soltaram fogos dentro de quadra da Gaviões
Torcedores soltaram fogos dentro de quadra da Gaviões
Foto: Fernando Borges / Terra

Identificado como Lucas, um torcedor nitidamente embriagado foi o único dos cerca de mil corintianos presentes na sede a destratar os poucos integrantes da imprensa. Primeiro, se enervou com a presença da reportagem da Bandeirantes e fez gracejos irritados com os cinegrafistas. Depois, cismou com um fotógrafo do Grupo Folha e lhe disse palavras ásperas ao pé do ouvido. "Ele também quis apavorar vocês?", questionou o profissional.

Com cerveja em mãos, o corintiano se mostrava contrariado com a presença dos jornalistas durante todo o primeiro tempo. Em determinado momento, pediu o bloco de anotações da reportagem do Terra e escreveu: "imprensa, vai tomar no c...". Não satisfeito, ainda amassou o "recado" e atirou em direção à equipe da Band, que entrevistava torcedores ao lado da Panicat Ana Paula Minerato. Aí, seguiu em direção a outro profissional e continuou sua "saga".

<p>Quadra da Gaviões teve público abaixo do esperado</p>
Quadra da Gaviões teve público abaixo do esperado
Foto: Fernando Borges / Terra

O torcedor alcoolizado, contudo, foi incidente isolado em uma quarta-feira marcada por clima de paz na Gaviões da Fiel. Quem compareceu à quadra da escola, para acompanhar o confronto contra o Millonarios, criou um clima de festa e descontração durante toda a partida. Com bandeirões, sinalizadores e cânticos, os corintianos pareciam estar no Pacaembu e tentaram, de longe, empurrar a equipe, que fazia apresentação tranquila.

Sobrou espaço até para alguns episódios curiosos. Do lado de fora da quadra, as dezenas de barracas de sanduíches disputavam a atenção dos torcedores com ofertas e lanches. Em uma delas, teve até "desemprego relâmpago" de uma cozinheira, que se irritou e pediu demissão ao chefe corintiano. "Você não está vendo que estou apenas respondendo ao cliente, seu grosso?", questionou ela, pouco antes de se irritar e tirar o avental. "Eu me demito!", gritou.

Nova desempregada, a moça deixou a barraca aos gritos. "Seu marido (o chefe) é um inútil", esbravejou a uma colega de barraca. "Não estou passando fome, não preciso disso aqui!", continuou. "Não conte mais comigo, nunca mais volto aqui!", seguiu a mulher, com os olhos marejados. Minutos depois, a cozinheira resolveu voltar atrás em sua decisão, vestiu o avental novamente e recuperou o emprego. "Mas que não se repita", avisou.

<p>Torcedores se reuniram após proibição de público em jogos da Libertadores</p>
Torcedores se reuniram após proibição de público em jogos da Libertadores
Foto: Fernando Borges / Terra

Sem protestos pela punição imposta pela Conmebol, os fãs alvinegros entraram e saíram da Gaviões da Fiel felizes com a equipe. Mas, também, insatisfeitos com a entidade sul-americana. Todos que foram ouvidos pela reportagem repudiaram a pena dada e esperam que a mesma seja revista o quanto antes. Os torcedores não poderão acompanhar o Corinthians por 60 dias, após um sinalizador atirado por um corintiano matar o boliviano Kevin Espada.

O menino, de apenas 14 anos, morreu durante o empate de seu time de coração, o San José, por 1 a 1 contra o Corinthians na semana passada, em Oruro. Doze torcedores foram presos em solo boliviano, entre eles alguns integrantes da própria Gaviões da Fiel. Nesta quarta-feira, os membros da organizada viram o clube à distância pela primeira vez. Mas não se importaram tanto: acenderam sinalizadores, soltaram fogos e festejaram o triunfo por 2 a 0.

Fonte: Terra
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