/images.terra.com/2015/05/20/corinthians.png "Logo do Corinthians")
"Neymar equatoriano" volta ao Brasil após gols e dispensa por noitadas
Hoje uma das sensações do futebol mexicano com a camisa do Tijuana na Copa Libertadores, o atacante equatoriano Fidel Martínez também já foi sensação do Cruzeiro, ainda nas categorias de base. Mesmo assim, sairia em baixa do Brasil ao qual retorna nesta quarta-feira, mais precisamente em São Paulo. Enfrentará o Corinthians, no Estádio do Pacaembu, às 22h (de Brasília). Uma nova chance para tentar impressionar os brasileiros.
Foi justamente ao atuar no País que Fidel Martínez, em 2007, impressionou os brasileiros. Mais precisamente, Ricardo Drubscky, hoje treinador do Atlético-PR e que o indicou após os Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro. O Equador surpreendeu ao ficar com a medalha de ouro e teve Fidel entre seus destaques. E aí chegou bem à Toca da Raposa. Mais que isso até, corrige Enderson Moreira.
"Chegou muitíssimo bem", destaca ao Terra o atual treinador do Goiás, mas naquele momento o comandante dos juniores do Cruzeiro. "Ele foi contratado para o Sub-20 e foi muito bem, com muita dinâmica e trabalhava bem pelo lado do campo. Teve até uma sequência de gols muito boa em competições internacionais", acrescenta. Além de se destacar no Campeonato Mineiro, também foi bem em torneios no Oriente Médio, Holanda e ainda por Portugal.
Pouco tempo depois, Enderson Moreira foi demitido por novos dirigentes das categorias de base no Cruzeiro, que passou a ser comandada por Dimas Fonseca. Os sucessores de Enderson, Laelson Lopes e Eugênio Moreira, eram ligados a Newton Motta, que assumiu a coordenação - hoje está no Bahia. Vários jogadores novos chegaram à Toca e Fidel, pouco a pouco, perdeu espaço.
Em sua dispensa, foi acusado por Dimas Fonseca de exagerar no extracampo. "Ele estava arrebentando, mas depois se envolveu demais com noitadas e mulheres", disse o dirigente ao Superesportes na época. Com Enderson, entretanto, os problemas não ocorreram: "sem problema algum comigo, era um exemplo, grande profissional e sempre se dedicou muito".
No exterior, a volta por cima
Em baixa, Fidel deixou o Cruzeiro em 2010 para tentar vingar como profissional depois da decepção no Brasil. Já na temporada seguinte, conseguiu o objetivo ao fazer um grande ano pelo Deportivo Quito. Foi campeão de seu país, obteve a classificação à Copa Libertadores e começou 2012 com ainda mais gols. As comparações com Neymar, pelo penteado e por atuar pelo lado esquerdo do ataque, se iniciaram.
Em oito jogos pela edição passada da Libertadores em que o Deportivo avançou às oitavas de final, teve três gols, quatro assistências e deu um salto na carreira. Antonio Mohammed, treinador do Tijuana, exigiu sua contratação. E o sucesso se repetiu no futebol mexicano: depois de um início complicado, Fidel se firmou entre os titulares e acabou como herói na inédita classificação da equipe à Copa Libertadores com gols contra León e Toluca. E mudou até o penteado.
"Demorei a reconhecer", admite Enderson Moreira sobre Fidel, que no Cruzeiro raspava o cabelo. Hoje, além do moicano que adotou no Equador, também exibe madeixas loiras. "Realmente estava muito diferente, mas quando começou a jogar, a gente reconheceu pela dinâmica de jogo, pela qualidade".
Na volta ao Brasil, Fidel tentará novamente provar seu valor, como em 2007, nos Jogos Pan-Americanos. Enfrenta o atual campeão Corinthians no Pacaembu exatamente uma semana depois de, em Tijuana, ajudar a quebrar a invencibilidade de 16 jogos dos corintianos na Libertadores. Se há cinco anos sonhava jogar na Inglaterra, hoje tem objetivo mais realista. Defender uma equipe brasileira novamente é um de seus planos para o futuro.
