Com golpe fatal, Boca transforma sonho do Flu em pesadelo
- MARCUS VINICIUS PINTO
- Direto do Rio de Janeiro
O sonho do Fluminense de voltar a uma final de Copa Libertadores da América foi realidade até os 44min do segundo tempo do duelo desta quarta-feira. Foi aí que o Boca Juniors, que tinha passado 89 minutos de pesadelo em campo, se aproveitou do sono tricolor, fez um gol que o classificou para a sequência da competição e eliminou o time da casa.
» Veja opções de jogadores para o seu time repatriar no Brasileiro
O sonho começou bem. Talvez nem o torcedor mais otimista do Fluminense poderia pensar em um gol de Thiago Carleto. Mas o pai dele previu: Carleto revelou o sonho do pai um dia antes do jogo. E que sonho. O pai do jogador, Ivo Firmino Alves, sonhou e sonhou completo. Gol do filho, de falta e contra o Boca Juniors.
Pois foi justamente o que aconteceu aos 17min do primeiro tempo. A falta era de longe, a bola desviou na zaga e o goleiro Orion fez golpe de vista que não devia. O sonho de Ivo deve ter sido um pouco diferente. Ele deve ter sonhado com um gol no estilo Rivelino. Mas o que importa? Importa que a bola entrou: 1 a 0 para o Fluminense.
Mas nem para todo time tricolor foi um jogo de sonho. Diego Cavalieri pode até negar, mas para ele o primeiro tempo foi de dar sono. A bola não chegou sequer uma vez. Dizem que goleiro tricolor não gosta muito de jogo assim, porque fica frio e aí, de repente, vem uma bola do nada e... Bem, e foi isso o que aconteceu: para tanto sonho bom, um pesadelo com direito a duas bolas na trave era um castigo. E o castigo veio.
Do pesadelo que viveu o Boca no Engenhão até a classificação, ficam algumas lições. Não que o time seja uma dessas maravilhas. Talvez seja o pior Boca dos últimos anos. E nem Riquelme foi capaz de dar um pouco de cor hoje. O camisa 10 foi se apagando aos poucos em campo, até cair num sono profundo - como diria o tricolor Chico Buarque, "um sonho medonho, desses que às vezes a gente sonha e baba na fronha". O Boca acordou em tempo e agora vai poder sonhar com mais um título continental.
A verdade é que o Fluminense gostou tanto dessa história de sonho que cochilou um pouco no segundo tempo. Não que o Boca tenha incomodado muito. Chegou com algumas bolas altas, mas não parecia ser capaz de mais do que isso. Aos 25min, Abel tentou dar o gás que o time precisava com Wellington Nem. A entrada do jogador acordou o time e a torcida, que depois de passar o primeiro tempo todo cantando, tinha esquecido da importância para a classificação à semifinal da Libertadores, que até então seguia indefinida.
Mas como em um sonho em que você desperta no meio da noite achando que vai cair da cama, o Fluminense despertou tarde. Perdeu boas oportunidades e viu que camisa ainda entra em campo. Nem sempre ganha o melhor, nem sempre se encontra uma explicação para uma derrota e há coisas que nem Freud explica.