Alan Kardec conta profecia de Neymar e dedica gol ao pai

25 mai 2012 - 00h43

(atualizado às 01h32)

Autor do gol que deu a vitória ao Santos sobre o Vélez Sarsfield (Argentina), que levou a disputa para os pênaltis, nesta quinta-feira, na Vila Belmiro, o atacante Alan Kardec superou uma chance desperdiçada para balançar as redes adversárias. Após perder um gol cara a cara com Montoya, aos 29min do segundo tempo, o centroavante revelou que recebeu uma força de Neymar, que "profetizou" o tento que ele viria a marcar, três minutos depois.

Neymar deu confiança a Kardec e depois comemorou o gol com ele
Foto: Reuters

"Estávamos atrás do placar (na eliminatória), buscando o resultado, com muita garra e, infelizmente, eu perdi aquela oportunidade. Mas procurei não me abater. Foi muito importante a força que eu recebi do Neymar. Ele passou do meu lado e falou que eu ia fazer o gol", revelou Kardec, que fez o gol após boa jogada, com a participação de Léo e Ganso. "Mantive a calma e a confiança para fazer uma boa conclusão", apontou.

Indagado se a chance desperdiçada tinha lhe lembrado o que aconteceu com o meia Diego Souza, na eliminação do Vasco para o Corinthians, um dia antes - o cruzmaltino perdeu uma oportunidade clara, antes do gol de Paulinho -, o atacante destacou que não pensou nisso naquela hora.

Segundo Alan Kardec, o mais importante era corresponder às expectativas do seu pai, que saiu de Barra Mansa (RJ), para assistir ao jogo contra o Vélez. "Eu poderia ter feito melhor, mas não pensei no que houve com o Diego Souza. Na verdade, eu estava com os meus familiares na cabeça. Consegui tirar o meu pai de Barra Mansa, que é algo muito raro, e tinha que fazer valer esse sacrifício dele. Além disso, o gol era importante para levarmos a decisão aos pênaltis", comentou.

Com a missão cumprida, o centroavante agora quer descansar um pouco, antes de ajudar a equipe nas próximas rodadas do Campeonato Brasileiro e contra o Corinthians, nas duas partidas semifinais da Copa Libertadores da América. Os duelos serão realizados nos dias 13 e 20 de junho.

"Teremos uma tarefa difícil pela frente, diferente por se tratar de um clássico, mas temos que manter a tranquilidade. A cada fase que passa fica mais complicado. Quero aproveitar para relaxar um pouco e, se puder, vou pescar com o meu pai para voltar revigorado", encerrou Alan Kardec, dando a entender que deve ser poupado pelo técnico Muricy Ramalho contra o Sport, domingo, na Vila Belmiro, pelo Brasileiro.

A eliminação do Fluminense diante do Boca Juniors nas quartas de final da Copa Libertadores da América de 2012 foi apenas o capítulo mais recente dos fracassos de clubes brasileiros diante do mais popular clube da Argentina. Antes disso, o Boca já havia eliminado times do País em 17 vezes entre as principais competições sul-americanas. Relembre o retrospecto:
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O Palmeiras, campeão da Libertadores de 1999, parecia caminhar triunfante para o bicampeonato em 2000. Porém, o Boca Juniors apareceu para atrapalhar e fez dois jogos dramáticos na decisão, com um 2 a 2 na Argentina e um 0 a 0 em São Paulo - nos pênaltis, vitória auriazul por 4 a 2. Os corintianos festejaram, mas passaram por situação parecida em 1991, nas oitavas de final: 3 a 1 para o Boca lá, e empate por 1 a 1 aqui.
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Campeão brasileiro em 2000, o Vasco da Gama não mostrou muita força nas quartas de final da Libertadores de 2001, quando perdeu para o Boca Juniors por 1 a 0 em casa e 3 a 0 fora - Guillermo Barros Schelotto fez três dos quatro gols. Curiosamente, dez anos antes, o Flamengo caía na mesma fase: apesar de vencer no Brasil por 2 a 1, perdeu fora de casa por 3 a 1.
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Nas semifinais da Libertadores de 2001, o Palmeiras parecia ter aprendido o caminho para dar o troco da derrota na final do ano anterior. Se passasse, já estaria no Mundial Interclubes, pois o outro finalista era o Cruz Azul, sem filiação à Conmebol. Porém, qual não foi a surpresa? Empate por 2 a 2 na Argentina, por 2 a 2 em São Paulo e nova queda nos pênaltis: 3 a 2.
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A passagem do Paysandu pela Libertadores de 2003 deixou saudades entre os torcedores de diversos times, graças à boa campanha na primeira fase - com direito a uma vitória fora de casa sobre o Cerro Porteño por 6 a 2. O time parecia fazer mágica nas oitavas de final, quando venceu o Boca Juniors em La Bombonera por 1 a 0, gol de Iarley; no entanto, apanhou por 4 a 2 no Estádio do Mangueirão e viu os argentinos irem adiante.
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Em 2003, Santos e Boca Juniors se reencontravam na final de uma Libertadores, 40 anos de disputarem o título com vitória de Pelé e companhia; desta vez, porém, a geração de Diego e Robinho levou a pior e teve que amargar duas derrotas, com 2 a 0 para o Boca na Argentina (Marcelo Delgado fez duas vezes) e 3 a 1 no Estádio do Morumbi (Tévez, Delgado e Schiavi marcaram, e Alex descontou)
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Sensação do Brasil na primeira metade da última década, o São Caetano também não foi poupado da "maldição" do Boca Juniors. Nas quartas de final da Copa Libertadores de 2004, o time paulista ficou no 0 a 0 em casa e empatou fora por 1 a 1. Nas cobranças de pênaltis, deu Boca Juniors, por 4 a 3. O time argentino foi até as finais, mas acabou surpreendido pelo Once Caldas, que foi campeão.
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O Internacional ainda era um time em construção quando, em 2004, cruzou o caminho do Boca Juniors nas semifinais da Copa Sul-Americana. Derrotado por 4 a 2 no Estádio de La Bombonera na partida de ida (foto), o Inter pouco conseguiu fazer no Estádio do Beira-Rio na volta, quando conseguiu apenas o empate por 0 a 0. Na decisão, os argentinos conquistaram o título sobre o Bolívar: derrota por 1 a 0 fora de casa, vitória por 2 a 0 na Argentina.
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A eliminação do ano anterior parecia ter valido algo para o Internacional quando, em 2005, o time cruzou o caminho do Boca Juniors mais uma vez na Copa Sul-Americana - desta vez, pelas quartas de final. Na partida de ida, no Brasil, os colorados venceram por 1 a 0, graças a um gol de Fernandão nos acréscimos; porém, na volta, o Boca deu o troco e venceu por 4 a 1, graças a três gols de Rodrigo Palacio e um de Martín Palermo - Rafael Sóbis descontou
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Disputada em setembro de 2006, a Recopa Sul-Americana de 2005 reuniu os campeões de 2005 da Libertadores (São Paulo) e da Copa Sul-Americana (Boca Juniors). Adivinha o que aconteceu? O Boca venceu em casa por 2 a 1 e segurou o 2 a 2 no Estádio do Morumbi. Aliás, em 1994, os dois já haviam se enfrentado nas semifinais da Supercopa da Libertadores, e o Boca também levou a melhor: venceu em casa por 2 a 0 e perdeu fora por 1 a 0.
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A final da Libertadores de 2007 entre Grêmio e Boca Juniors reuniu dois times em condições técnicas muito distintas - e o placar resumiu bem tamanha diferença, com vitórias do Boca por 3 a 0 em Buenos Aires e 2 a 0 em Porto Alegre (foto). Em compensação, nas semifinais da Supercopa da Libertadores de 1989, o páreo foi mais duro: 0 a 0 no Rio Grande do Sul e 2 a 1 para eles na Argentina
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Na Libertadores de 2008 (foto), o Cruzeiro caiu diante nas oitavas, com derrotas por 2 a 1 lá e cá. Antes disso, em 1977, os dois times fizeram finais equilibradas na competição: o Boca venceu por 1 a 0 na Argentina (gol de Veglio) e o Cruzeiro devolveu o placar no Brasil (Nelinho fez). O título só saiu em um jogo-extra em Montevidéu, nos pênaltis (5 a 4) após um 0 a 0. Em compensação, o Atlético-MG sofreu em 1978, lanterna do triangular semifinal, com duas derrotas para o Boca.
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