Havia 24 anos que a Copa Libertadores não ficava sem finalistas brasileiros por dois anos consecutivos. A última vez em que dois torneios seguidos tiveram decisões sem representantes verde-amarelos foi em 1990 (quando o Olimpia venceu o Barcelona de Guayaquil) e 1991 (ano em que o Colo-Colo superou o Olimpia). E se o Tigres foi fundamental em quebrar essa escrita ao eliminar o Internacional na semifinal da última quarta-feira, também ajudou o River Plate - algoz do Cruzeiro nas quartas - a chegar à decisão.
Um dos melhores times da Libertadores, Tigres deixou o Internacional fora da final
Foto: Lucas Uebel / Getty Images
A história aconteceu ainda na fase de grupos, mais precisamente na última rodada. O River ainda não havia vencido nenhuma partida, com quatro empates e uma derrota, e dependia de uma combinação improvável para avançar: o Tigres, já classificado e com o time reserva, precisava ganhar do Juan Aurich, no Peru.
Tudo deu certo: os argentinos conquistaram sua primeira vitória ao fazer 3 a 0 em casa nos bolivianos do San José, enquanto o Tigres arrancou um triunfo emocionante por 5 a 4 diante do Juan Aurich, eliminando os peruanos e dando a vaga para o River. O time de Buenos Aires, com apenas um jogo vencido na fase de grupos, avançou assim às oitavas de final com a pior campanha entre os 16 classificados.
Após quase não passar da primeira fase, River Plate eliminou o Cruzeiro nas quartas de final
Foto: Pedro Vilela / LatinContent / Getty Images
O resto foi história. De desacreditado, o River Plate passou a finalista: eliminou o arquirrival Boca Juniors depois que o segundo jogo foi suspenso por ataque de torcedores, tirou o Cruzeiro nas quartas de final com direito a 3 a 0 em pleno Mineirão e depois superou o limitado Guaraní, que já tinha feito muito ao alcançar a semifinal. Do outro lado, o Tigres fez valer a condição de um dos melhores times da primeira fase, despachando Universitario, Emelec e Inter.
As duas equipes se reforçaram bem para as semifinais, e agora chegam à grande decisão como opostos: o River quase não chegou ao mata-mata, enquanto o Tigres manteve campanha excelente ao longo do torneio. Os argentinos são bicampeões da Libertadores, e os mexicanos tentam o primeiro título da competição para seu país. Adversários e diferentes - mas que, pelo menos em algum momento, já atuaram como "parceiros" e ajudaram a fazer uma final sem brasileiros pelo segundo ano seguido.
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