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Libertadores

Tráfico e táxis-bomba: Neto conta aventura por rival corintiano na Colômbia

Há exatos 20 anos, ídolo deixava o Corinthians para defender o Millonarios e se deparava com os colombianos em meio à guerra civil contra traficantes

27 fev 2013 - 10h50
(atualizado às 10h50)
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<p>Neto comemora pelo Millonarios: passagem relâmpago há 20 anos</p>
Neto comemora pelo Millonarios: passagem relâmpago há 20 anos
Foto: Millonarios / Divulgação

"Eu sabia que um dos donos do time era traficante. Estava na cara". É assim que Neto, ídolo do Corinthians de 1989 a 1993, resume sua relação com os proprietários do Millonários, da Colômbia. Por três meses durante o ano de 93, ele atuou na equipe colombiana que, nesta quarta-feira, irá enfrentar os corintianos no Estádio do Pacaembu, às 22h (de Brasília), na Copa Libertadores. Uma história marcada por um golaço, expulsão polêmica e convivência próxima com a guerra civil que os colombianos enfrentavam.

Em meio à luta contra o narcotráfico que dominava o país em especial nos anos 90, Neto desembarcou na capital Bogotá como status de sonho realizado para os torcedores do Millonários, segundo revista oficial do clube. Havia sido contratado por US$ 850 mil para vestir a camisa 10 e tentava se recuperar de uma grande frustração. Meses antes, o Corinthians havia perdido para o rival Palmeiras que, ali, encerrava seu jejum de 18 anos sem títulos ao vencer o Campeonato Paulista.

"Ninguém impôs minha saída do Corinthians", conta em depoimento ao livro Eterno Xodó, sua biografia. "O que aconteceu é que na pré-temporada os dirigentes do Millonarios vieram e me fizeram uma proposta. Eu já queria sair, estava emocionalmente desprotegido e acabei aceitando. Hoje me arrependo", diz em seu livro, com provável menção ao cartão vermelho que recebeu no jogo contra o Palmeiras. 

Em época na qual o futebol brasileiro não vivia a atual disparidade financeira em relação aos demais países da América do Sul, Neto saiu do País, onde era um dos principais jogadores, para atuar na Colômbia. Deixou a então mulher Ana Helena no Brasil, levou o irmão Richard a tira-colo e se arriscou numa aventura que duraria pouco tempo. 

"No meu primeiro mês na Colômbia, fiquei morando no hotel. Em todo lugar que eu ia, tinha soldados com metralhadoras. Era feia a coisa. No shopping, não podia entrar de táxi, com o risco de ser um táxi-bomba", detalha Neto. Ao todo, ele afirma ter feito só nove jogos com a camisa do Millonários, mas manteve uma boa média de gols: cinco no total.

O grande momento de Neto pelo clube colombiano se deu mais precisamente em 18 de setembro de 1993 no clássico contra o Atlético Nacional, de Medellín. A partida terminou em 1 a 0 graças à especialidade do camisa 10 brasileiro: um golaço de falta. Mas, na sequência, mostrou mais uma de suas principais facetas e levou cartão vermelho por agredir o goleiro adversário. "Ficou fazendo graça e falando merda, aí eu dei uma porrada nele. Fiz o gol e depois fui expulso", relata.

A aventura de Neto terminaria pouco tempo depois, ainda em 1993, por conta da crise financeira no clube colombiano. O Millonários não pagou a transferência ao Corinthians e nem as luvas ao jogador, que recebeu apenas os três meses de salários. Neto retornou ao Brasil, mas não ficou no Parque São Jorge e acabou negociado com o Atlético-MG. Ainda teria nova experiência sul-americana, em 1998, com o Deportivo Itália. Foi o último clube de sua carreira.

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Fonte: Terra
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