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Histórias do tri: o zagueiro titular que hoje joga a Série D

14 jul 2015 - 08h34
(atualizado às 08h55)
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Do topo da América para a quarta divisão do Campeonato Brasileiro: esta é a trajetória de Alex Bruno, zagueiro titular na reta final da Libertadores de 2005 conquistada pelo São Paulo. O zagueiro, que poderia até ter jogado no Liverpool depois da campanha histórica e se aventurou com um negócio de frozen yogurt, hoje busca seguir com a carreira no Operário de Várzea Grande, clube do Mato Grosso que joga a Série D do Campeonato Brasileiro.

Alex assumiu a vaga contra nas quartas de final contra o Tigres, do México, e não deixou mais o time. Jogando na linha de três zagueiros ao lado de Fabão e Lugano, o defensor fez parte do elenco que acabou sobrando na reta final da competição.

“Teve a troca de treinador, entrou o Autuori, o que sempre é bom. Com o Leão eu não estava sendo muito utilizado, aí quando o Auturori chegou já no primeiro tempo me chamou para conversar, que gostava muito de como treinava. Aí o Edcarlos foi para a Seleção Sub-20, joguei o jogo contra o Cruzeiro (no Brasileiro), e quando o Edcarlos voltou ele me manteve como titular a partir das quartas de final, e deu tudo certo. Encaixou, o time foi bem e conseguimos o título”, conta Alex em entrevista ao Terra .

Alex Bruno foi titular do São Paulo na final da Libertadores de 2005
Alex Bruno foi titular do São Paulo na final da Libertadores de 2005
Foto: Djalma Vassão / Gazeta Press

Apesar disso, o jogador poderia ter sido o vilão da campanha. Foi ele que fez o pênalti na final contra o Atlético-PR. Caso a equipe curitibana marcasse, iria para o intervalo com a partida empatada, mas Fabricio mandou a bola na trave. No final, o jogo acabou 4 a 0 para a equipe tricolor.

“Ali podia ter mudado o jogo e a gente ter perdido o título. Para mim aquele momento mudou da água para o vinho. Não sei nem se teria cabeça para continuar o jogo se fosse gol. Era uma final, com o Morumbi lotado”, relembra.

Mas se o título da Libertadores foi a porta para vários jogadores daquele elenco deslancharem na carreira, ali foi o começo da queda para o defensor. Alex diz que chegou até a receber uma proposta do Liverpool, da Inglaterra, recusada pelo São Paulo, mas depois do título foi perseguido pelas lesões, que acabaram fazendo o clube o emprestar até o fim de seu contrato.

“O auge foi a Libertadores, logo após veio muito empresário, situação de renovação. Teve até nego do Liverpool vindo falar comigo. mas aí acabando a Libertadores eu já rompi o ligamento do tornozelo direito. Aí opera, não opera, vai para o Mundial, então opera depois. Aí fui, fiquei dois meses parado. O Ed entrou na minha vaga, foi muito bem contra o Flamengo, fez até dois gols, e aí eu não recuperei”, conta.

Alex então teve passagem pelo Botafogo. Voltou para o São Paulo, onde se machucou de novo. Acabou emprestado para Figueirense, Portuguesa e Atlético-MG até ter o seu contrato com o São Paulo encerrado.

“Me machuquei muito, tenho três cirurgias de tornozelo, duas de quadril, muscular, então nunca tive uma sequência boa. Agora que fui no fisiologista, pois já estou com 33 anos”, lamenta o jogador.

O negócio do frozen

Houve pelo menos uma coisa boa na série de empréstimos no final da década passada: Alex Bruno pôde entrar em contato com o seu lado empreendedor. Enquanto jogava no Atlético-MG, o zagueiro se viu pego na moda do frozen yogurt e abriu uma loja do produto no ABC Paulista.

“Eu fui para o Atlético-MG em 2009 e a sede do clube era em frente de um shopping. A gente concentrava lá e a gente sempre ia tomar um Yogoberry e ficava sentado lá. Aí comecei a ver o movimento, que era muito grande, aquela sensação toda, porque era início do produto. Aí eu abri a loja, investi numa franquia e abri a segunda loja”, afirma Alex.

O negócio foi aberto em 2009, quando Alex jogava no Nacional da Ilha da Madeira, de Portugal. O atleta admite que o sucesso da franquia já foi maior, mas ainda dá resultados. “Fez muito sucesso, mas agora deu uma queda. Acabou aquele inicio que ninguém conhecia e perdeu a moda, mas durou uns três anos com vendas muito boas”, explica.

Rogério Ceni ergue a taça da Copa Libertadores de 2005
Rogério Ceni ergue a taça da Copa Libertadores de 2005
Foto: Djalma Vassão / Gazeta Press

Carinho da Série D

No fim de junho, o defensor foi anunciado no Operário, clube que joga a Série D Nacional. Apesar de não ser um lugar com o mesmo prestígio dos tempos de Morumbi, Alex ressalta a importância de ser bem recebido na equipe. Até por chegar com o gabarito de jogador campeão da América.

“Isso faz a gente se sentir bem. Chega aqui é sempre procurado pelos treinadores, pelos próprios jogadores para pedir informação, vem perguntar daquela época.  Isso faz bem para a gente, e às vezes a gente precisa desse carinho”, conta.

O Operário estreou na competição na última segunda com derrota em casa por 3 a 2 contra o Aparecidense, de Goiás. No Campeonato Mato-Grossense, o clube perdeu na final para o Cuiabá.

“Independente de ser Série D, da estrutura do clube ou não, a gente se sente muito valorizado Para mim como pessoa, para a minha cabeça, essas recordações são muito importantes”, diz o defensor.

Apesar desse status no novo clube, o torcedor são-paulino ainda o reconhece na rua por causa do título? Alex diz que com o tempo o assédio foi diminuindo, mas que os mais fanáticos ainda o agradecem pela alegria gigante dada dez anos atrás.

“Vai passando o tempo o pessoal vai esquecendo um pouco. Mas o pessoal mesmo, o torcedor de estádio, fanático, sempre reconhece, vem agradecer por tudo o que a gente fez, isso é muito gostoso. É mais pela internet mesmo o carinho que a gente recebe”, explica Alex Bruno.

 
Fonte: EFuroni Conteúdo Editorial
Fonte: Terra
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