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Longe da perfeição, Brasil vai arrumando a casa para Copa de 2014

17 dez 2012 - 20h52
(atualizado às 21h32)
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O Brasil, como a maioria das nações, tem seus problemas, mas um deles parece estar desaparecendo: a ideia de que o país não estará pronto para receber a Copa do Mundo dentro de 18 meses.

Construção continua no Estádio do Maracanã, em preparação para a copa das confederações em 2013, no Rio de Janeiro. O Brasil, como a maioria das nações, tem seus problemas, mas um deles parece estar desaparecendo: a ideia de que o país não estará pronto para receber a Copa do Mundo dentro de 18 meses. 08/12/2012
Construção continua no Estádio do Maracanã, em preparação para a copa das confederações em 2013, no Rio de Janeiro. O Brasil, como a maioria das nações, tem seus problemas, mas um deles parece estar desaparecendo: a ideia de que o país não estará pronto para receber a Copa do Mundo dentro de 18 meses. 08/12/2012
Foto: Gary Hershorn / Reuters

Embora ainda haja preocupações envolvendo a Arena Amazônia, em Manaus, e aeroportos como o de Belo Horizonte, além de modernização de estradas e a construção de alguns hotéis, o Brasil parece estar no caminho para realizar uma Copa satisfatória.

"Nos últimos 40 anos, só a Olimpíada de Montreal, em 1976, e a Olimpíada de Atenas, em 2004, ainda tinham preocupações com construções no final. Isso não vai acontecer aqui", disse Ricardo Trade, executivo-chefe do Comitê Organizador Local da Copa (COL).

No entanto, um clima geral de ceticismo persiste no país. Muitos brasileiros acham que, de fato, os estádios ficarão prontos a tempo, mas há a sensação de que o sistema de transportes, os aeroportos e a capacidade hoteleira podem não dar conta.

Há também a ideia de que alguns estádios - construções caras, que expressam o crescente poderio financeiro da sexta maior economia mundial - estão fadados a virar elefantes brancos, e que grande parte das obras terá estouros orçamentários.

Durante duas semanas, representantes da Fifa, do COL, do governo federal e dos Estados, entre outras autoridades, acompanharam 20 jornalistas estrangeiros por seis sedes da Copa que receberão também jogos da Copa das Confederações, em 2013.

O andamento das obras varia - dos praticamente concluídos Mineirão (MG) e Castelão (CE) aos ainda "crus" Maracanã (RJ) e Estádio Nacional Mané Garrincha (DF).

Mas não existe sensação de pânico.

"Não estamos envolvidos em uma corrida contra o tempo", disse o secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, a jornalistas em Brasília. "Nossa maior preocupação é o estádio em Manaus, que, por estar na Floresta Amazônica, tem seus próprios problemas - mas eles serão resolvidos. Todos os 12 estádios estarão prontos para a Copa."

O primeiro desses estádios a abrir os portões oficialmente, no domingo, foi o Castelão, em Fortaleza, inaugurado pela presidente Dilma Rousseff.

O Mineirão, em Belo Horizonte, será entregue na próxima sexta-feira. Os outros quatro estádios que sediarão a Copa das Confederações - em Recife, Salvador, Brasília e Rio - devem ficar prontos até abril.

Participando da cerimônia no Castelão - uma obra de 518,6 milhões de reais, com capacidade para 67 mil espectadores - Dilma disse que a conclusão do primeiro estádio da Copa, no mesmo dia da conquista do Mundial de Clubes pelo Corinthians, mostra a força do Brasil dentro e fora de campo.

PRAZO APERTADO

A Fifa deu até abril para que os demais quatro estádios da Copa das Confederações fiquem prontos. Ainda há dúvidas a respeito do estádio da capital federal e do histórico Maracanã, palco da final da Copa de 2014. Ambos receberão enormes coberturas.

"É uma tarefa muito complicada, mas estamos confiantes de que ficará pronto a tempo", disse Ícaro Moreno, engenheiro-chefe do projeto do Maracanã.

"No final de novembro, o estádio estava 75 por cento completo, e irá durar por 50 ou 100 anos - então algumas semanas para mais ou para menos não irão afetar nossos planos para estarmos prontos."

O mesmo não se pode dizer de Brasília, que tem mais aspecto de canteiro de obras do que o Maracanã. Os engenheiros garantem que ele está 84 por cento concluído, mas essa avaliação parece enormemente otimista. Trade, no entanto, diz não estar preocupado.

"Há metas a cumprir, e todas elas serão cumpridas", disse ele. "A Copa das Confederações é em junho do ano que vem, a Copa do Mundo em 18 meses. Fizemos promessas à Fifa e ao povo brasileiro, e todas as promessas que fizemos nós iremos cumprir."

Mesmo pela metade, todos os estádios transmitem uma sensação de grandeza compatível com o país mais vitorioso da história das Copas, e que almeja seu sexto título em 2014.

Em Belo Horizonte e Fortaleza, as plataformas e passarelas do entorno oferecem vistas soberbas para as respectivas cidades.

Os estádios, aliás, têm infraestruturas construídas tendo em mente legados sustentáveis, e os projetos inspiram respeito, especialmente em Fortaleza, com uma das laterais deixadas abertas, com vista para a cidade abaixo.

(Reportagem adicional de Todd Benson em São Paulo e Douglas Engle no Rio de Janeiro)

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