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Mais faltoso do torneio, Brasil admite "parar as jogadas"

24 jun 2013 - 15h58
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A seleção brasileira terminou a primeira fase da Copa das Confederações como a mais faltosa, com 67 faltas em três partidas, resultado de uma orientação do técnico Luiz Felipe Scolari para "parar as jogadas", segundo o goleiro Julio Cesar.

O Brasil cometeu 15 faltas a mais que o segundo colocado nesta estatística, o Uruguai, seu adversário na semifinal de quarta-feira, em Belo Horizonte.

"Com relação às faltas, vejo isso como uma coisa positiva, porque desde a volta do Felipão sofremos alguns gols nos contra-ataques (em amistosos), e uma coisa que ele pedia era para parar a jogada", disse o goleiro em entrevista coletiva nesta segunda-feira na capital mineira.

"Não uma jogada violenta, mas uma jogada para o time se armar de novo, se posicionar taticamente, e acho que a gente vem obtendo sucesso em relação a isso", acrescentou, admitindo as chamadas "faltas técnicas".

A seleção brasileira tem reforçado a marcação nesta Copa das Confederações, após resultados ruins recentemente, numa busca de retomar o domínio no futebol, como admitiu o coordenador técnico Carlos Alberto Parreira.

O Brasil venceu os três jogos que disputou no torneio, contra Japão, México e Itália, tendo o atacante Neymar como o melhor em campo. Mas ele foi também o que mais cometeu faltas, 13 ao todo, seguido pelo também brasileiro Oscar, com 9, reforçando uma característica do time em marcar desde o ataque.

Segundo Julio Cesar, a marcação tem mesmo que começar pelos atacantes, para facilitar o trabalho dos defensores. O time brasileiro sofreu até agora somente dois gols e marcou nove.

O goleiro acredita que o sistema defensivo ainda tem que melhorar, apesar de mostrar evolução em relação aos primeiros jogos sob o comando de Felipão neste ano.

"A gente ainda não chegou num ponto de equilíbrio, acho que a gente tem que melhorar muito. O time todo evoluiu taticamente, mas a gente não pode se contentar, porque temos dois jogos importantes", disse.

Para a partida contra os uruguaios no Mineirão, o goleiro destaca a velocidade e o poder de finalização dos atacantes Luis Suárez, Edinson Cavani e Diego Forlán, e disse que o time estará atento a eles, pois "numa piscada de olhos eles podem decidir".

"(Contra o Uruguai) sempre foi uma partida equilibrada, uma partida difícil, decidida nos detalhes. Eles conhecem bem o Brasil, então não tem favorito", declarou.

O Uruguai, campeão da Copa América de 2011 e quarto colocado no Mundial da África do Sul, está mal nas eliminatórias para a Copa de 2014, em quinto lugar, correndo o risco de não se classificar. Ainda assim, a comissão técnica brasileira apontou a equipe como um adversário difícil de ser batido.

Julio Cesar, titular do Brasil na Copa do Mundo de 2010 e cuja falha no segundo gol da Holanda na derrota de 2 x 1 determinou a eliminação brasileira nas quartas de final, admitiu que pensou em se aposentar, mas comemora a nova chance na seleção, após a troca de Mano Menezes por Felipão.

"Estou muito feliz com o que vem acontecendo comigo na seleção brasileira. Quero aproveitar bastante essa oportunidade (na Copa das Confederações) para me firmar aqui e retribuir essa confiança", disse o goleiro, de 33 anos, que vê na Copa de 2014 sua última chance de ser campeão mundial.

(Por Tatiana Ramil, em São Paulo)

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