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Manifestantes mostram descontentamento geral em mais um protesto no Rio

16 jun 2013 - 18h37
(atualizado às 18h38)
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O estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, foi palco neste domingo de mais um dia de confrontos entre grupo de manifestantes e a polícia, em uma onda que começou na semana passada em São Paulo e vem tomando conta do país, com reivindicações como fim da corrupção, investimento em áreas básicas.

"A gota d'água foi o aumento das passagens de ônibus para um povo que não aguenta mais isso. Queremos garantir que essa roubalheira acabe. Queremos garantir, inclusive, que a polícia não seja considerada algoz, são tão vítimas como cada um de nós", explicou hoje Ana Breslauer, de 22 anos, professora de inglês, que participou do ato que foi duramente reprimido no Maracanã.

Ganhando força em todo o Brasil, os protestos ganharam apoio no exterior, com quase 30 cidades na Europa e Estados Unidos realizando atos em favor das manifestações realizadas desde a semana passada. Entre elas, há o descontentamento com os gastos para a realização da Copa das Confederações, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos do Rio.

"As pessoas estão com vontade mudar as coisas. Se começou com a passagem, não importa. Já não é pela passagem. Eu não vivi os protestos com a ditadura, mas como historiadora que sou, quero participar dete momento", explicou Maria Lúcia dos Anjos, de 41 anos.

O ato de hoje havia sido marcado para às 14h30 (horário de Brasília), com expectativa de adesão de três mil pessoas. Cerca de um terço disso participou do ato. A intenção é chegar o mais perto possível do Maracanã, utilizando um de seus principais acessos, o viaduto Oduvaldo Cozzi, que estava fechado ao trânsito.

Ontem foi enviado ao 4º Batalhão de Polícia Militar do Rio de Janeiro, localizado em São Cristóvão, um ofício informando sobre a realização da manifestação. "De acordo com a lei, você não precisa pedir autorização para um ato, só comunicar o uso do espaço público", disse o estudante de direito Adolfo Vieira Tavares, de 28 anos.

Ele próprio, foi um dos que garantiu que, a princípio, o comando da unidade de segurança havia autorizado a manifestação, providenciando escolta para o grupo. A informação não foi confirmada pelo comando da Polícia Militar na região.

Os atos que se espalham pelo Brasil, no entanto, geram controvérsia. Hoje mesmo, vários torcedores que chegavam ao Maracanã para assistir ao jogo entre México e Itália pela Copa das Confederações, hostilizaram o grupo.

Outro, o professor Thiago Parente, de 29 anos, não se posicionou sobre as reinvidicações ou os atos, mas reclamou do rigor policial instalado no acesso ao estádio por causa da manifestação. Pouco mais de uma hora antes da partida, ele não conseguia chegar ao entorno do Maracanã por não estar com ingresso.

"Está com meu tio, que já está lá (nos arredores do palco do jogo", insistiu sem sucesso com os policiais. "Não podem impedir minha passagem, não estou na manifestação, eles têm o direito de me revistar apenas. Eu não ofereço perigo algum", lamentou.

Na manifestação houve solicitação para que não acontecesse nenhum tipo de agressão aos policiais ou agentes públicos. Além disso, foi solicitado que os participantes não utilizassem máscaras ou qualquer outro artifício que escondesse a identidade, o que não foi acatado por todos.

Utilizando máscara igual a do personagem Guy Fawkes, do filme "V de Vingança", um dos manifestantes era um deles. "Não quero revelar minha identidade porque não quero que pensem que eu não posso lutar por alguma coisa por ser mais novo ou mais velho", concluiu.

EFE   
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