Como assim? Invicto em 2015, Enderson é demitido do Santos
Motivo para o rompimento de Enderson e Santos seria a maneira como o treinador tratava os jogadores da categoria de base
Surpresa na Vila Belmiro. Enderson Moreira não é mais o técnico do Santos. Ele foi demitido do cargo nesta manhã de quinta-feira, logo após o treino da equipe no CT Rei Pelé visando o duelo diante do Botafogo, no domingo, em Ribeirão Preto, pelo Campeonato Paulista. A informação, dada inicialmente por ESPN Brasil e Rede Globo, foi confirmada pela reportagem do Terra.
Nos bastidores do clube é comentado que o motivo para o rompimento de Enderson e Santos é a maneira como o treinador trata os jogadores da categoria de base. Na última quarta, ele criticou publicamente a supervalorização das jovens revelações do clube, citando sofrerem de uma espécie de estrelismo. As declarações foram rebatidas.
Além disso, Enderson já sofria uma espécie de pressão interna e não era unanimidade na Vila Belmiro. Os jogadores veteranos do elenco até tentavam contornar essa crise no vestiário, uma vez que o time, invicto em 2015, é líder do Grupo 4 do Estadual, com 17 pontos (cinco vitórias e dois empates em sete jogos). Em vão!
O Terra noticiou em 12 de fevereiro, após o empate sem gols contra o São Paulo, que Enderson corria riscos no cargo e, inclusive, já tinha sido avisado por um importante dirigente do clube sobre a possibilidade de queda precoce.
Nos bastidores, o comandante não era mais defendido pelos que o bancaram, sendo visto como um técnico pouco ousado em suas escolhas e substituições. Além disso, gerava desconforto pelas constantes e incessantes pedidas pelo atacante Walter, em baixa no Fluminense, e críticado por sua forma física.
O atual presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, convocou uma entrevista coletiva para esta tarde de quinta. Nela, a cúpula alvinegra deve oficializar a saída do treinador e explicitar os motivos, além dos próximos passos na busca por um novo profissional. Emerson Leão e Geninho seriam alguns dos cotados.
Enderson chegou em setembro do último ano sob expectativa de, primeiramente, recuperar o centroavante Leandro Damião, maior contratação da história do clube, e pelo principal cartaz de seus trabalhos: a utilização das categorias de base.
O treinador ganhava R$ 200 mil por mês no time da Vila Belmiro e tinha contrato até o fim da atual temporada. A multa rescisória gira em torno de R$ 400 mil. No tempo em que ocupou o cargo, ele somou 30 partidas, com 16 vitórias, cinco empates e nove derrotas.