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Nos pênaltis, Japão faz história, bate EUA e conquista Mundial feminino

17 jul 2011 - 18h22
(atualizado às 19h16)
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Na condição de azarão desde a primeira fase, o Japão conquistou a Copa do Mundo de futebol feminino na tarde deste domingo, em mais uma das zebras que protagonizou no decorrer do torneio. No Estádio de Frankfurt, as asiáticas venceram o time dos Estados Unidos, bicampeão mundial, após estarem atrás duas vezes no placar. Com o fim da prorrogação em 2 a 2, o país oriental fez história com uma vitória de 3 a 1 nos pênaltis.

Vinda do banco de reservas, Alex Morgan fez o que parecia ser o gol do título americano até Miyama empatar, se aproveitando de sequência de falhas da defesa adversária.

A honra de decidir parecia que caberia então a Wambach, que marcou de cabeça aos 9min do primeiro tempo da prorrogação e chegou ao seu décimo-terceiro gol em Mundiais, um a menos que as recordistas Marta e a alemã Birgit Prinz.

Mas o Japão buscou forças e conseguiu igualar mais uma vez aos a três minutos do final, com Sawa, que, com cinco gols em todo o torneio, se tornou artilheira do campeonato.

Nos pênaltis, Boxx e Lloyd desperdiçaram suas cobranças e a goleira Kaihori defendeu a penalidade cobrada por Heath, sendo Wambach a única a converter pelo lado americano.

Dentre as japonesas, apenas Nagasato chutou nas mãos de Hope Solo, mas Miyama, Sakaguchi e Kumagai, precisas, fizeram do Japão campeão mundial pela primeira vez, em um ano difícil para o país, que, em março, passou por um grave terremoto seguido por um tsunami que matou mais de 10 mil pessoas.

Na campanha, o time dos Estados Unidos começou decepcionando ao terminar na segunda colocação em um grupo com Suécia, Colômbia e Coreia do Norte. Mas se recuperou na fase mata-mata, batendo o Brasil, nos pênaltis, e a França, antes de chegar a final.

O surpreendente time japonês também ficou na vice-liderança do seu grupo, composto por Inglaterra, México e Nova Zelândia. Nas quartas de final, bateu a anfitriã e bicampeã mundial Alemanha na prorrogação. No caminho até a decisão, ainda passaram ainda pela Suécia.

O jogo

Antes da final, foram 25 jogos entre Estados Unidos e Japão na história (22 vitórias americanas e 3 empates). Em 2011, em três confrontos amistosos, vitórias americanas por 2 a 1 (na Copa Algarve, em Portugal) e 2 a 0 duas vezes (em dois desafios em Ohio, no mês de maio).

O favoritismo era escancarado: de um lado, a equipe da goleira Hope Solo carregava a tradição de dois títulos mundiais e três medalhas de ouro olímpico. Do outro, uma equipe que até a edição atual havia vencido apenas três em dezesseis jogos de Copas do Mundo e foi apenas terceira colocada na última Copa da Ásia.

Aproveitando o aparente nervosismo das japonesas, especialmente na defesa, as americanas começaram pressionando e criaram duas boas chances com Wambach nos primeiros vinte minutos. As orientais erravam passes e não conseguiam sair do próprio campo.

O gol dos Estados Unidos parecia questão de tempo, apesar da maioria dos chutes errar o alvo. Aos 28min, Wambach, na melhor finalização até o momento, acertou o travessão adversário, em um belo chute na entrada da área, desmoralizando ainda mais o time japonês, perdido na partida, apesar de manter alguma posse de bola.

As asiáticas, no entanto, chegaram a final do Mundial surpreendendo todos as suas oponentes. E quando chegaram pela primeira vez ao gol adversário criaram a melhor oportunidade até então: lançada cara a cara com Hope Solo, a meia Ando teve uma chance clara de abrir o placar, mas chutou muito fraco.

O lance marcou o crescimento do Japão no jogo, que ficou mais equilibrado. Foram mais duas chegadas da equipe em cinco minutos, todas, porém, desperdiçadas por má finalização.

No intervalo, substituição nos Estados Unidos: Cheney, com problema no tornozelo, deu lugar a Alex Morgan, que, logo no início da etapa complementar, acertou um perigoso chute na trave, aos 9min.

Os Estados Unidos voltaram a dominar, porém Wambach chutou para longe quando recebeu belo lançamento de Lloyd. Aos 19min, novamente a atacante teve grande chance, em cabeçada que exigiu difícil defesa de Kaihori.

Aos 21min, o técnico japonês Norio Sasaki promoveu duas substituições de uma só vez: Ohno deu lugar a Maruyiama (aotura do gol na prorrogação que eliminou a Alemanha) e Nagasato entrou na vaga de Ando, percebendo o momento crítico de suas comandadas.

A pressão americana finalmente se transformou em um gol aos 24min, quando Morgan mostrou sua estrela e, em uma arrancada digna de futebol americano, venceu a marcação japonesa ao receber lançamento de Rampone e finalizou forte no canto direito, em um chute indefensável para Kaihori.

O tricampeonato mundial parecia conquistado, mas o Japão não se abateu e buscou o empate: aos 35min, Miyama aproveitou sequência de falhas da defesa americana e surpreendeu. A final foi para a prorrogação e ainda reservava muitas outras emoções.

Aos 9min, Wambach colocou os Estados Unidos em vantagem novamente, de cabeça, aproveitando cruzamento de Morgan. Mas o Japão não se entregou e empatou aos 12min da segunda etapa, com Sawa, que chegou ao quinto gol e se tornou artilheira da competição.

No último lance do jogo, Iwashimizu foi expulsa por violento carrinho que impediu Wambach de sair livre na cara do gol.

As americanas foram infelizes nos pênaltis: Boxx e Lloyd desperdiçaram as suas cobranças e a goleira Kaihori defendeu o terceiro, cobrado por Heath. A única cobradora americana que converteu foi Wambach. Do lado japonês, Miyama, Sakaguchi e Kumagai converteram, enquanto a goleira Hope Solo defendeu cobrança de Nagasato.

FICHA TÉCNICA

Japão 2x2 Estados Unidos(3x1 nos pênaltis)

Gols

Japão:
Miyama, aos 36min do segundo tempo e Sawa, aos 12min da segunda etapa da prorrogação

Estados Unidos:
Morgan, aos 26min do segundo tempo e Wambach, aos 14min da primeira etapa da prorrogação

Pênaltis:

Japão: Miyama, Sakaguchi e Kumagai fizeram, Nagasato desperdiçou.

Estados Unidos: Wambach fez, Boxx, Lloyd e Heath desperdiçaram.

Japão:aihori; Kinga, Iwashimizu, Kumagai e Sameshima; Sakaguchi, Ando (Y. Nagasato), Miyama (Iwabuchi), Kawasumi e Sawa; Ohno (Muruyama)

Técnico: Norio Sasaki

Estados Unidos: Solo; Rampone, Buehler, Krieger e Le Pelbet; Boxx, O´Reilly e Lloyd; Rapinoe (Heath), Cheney (Morgan) e Wambach

Técnica: Pia Sundhage

Cartão amarelo

Japão:

Miyama


Cartão vermelho
Japão

: Iwashimizu

Árbitra
Bibiana Steinhaus (Alemanha)

Local
Estádio de Frankfurt, em Frankfurt (Alemanha)

Fonte: Terra
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