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Técnico da Sub-17 pede mais maturidade aos jovens brasileiros

4 ago 2011 - 09h58
(atualizado às 11h23)
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Os jovens jogadores brasileiros precisam de mais disciplina mental, sem pensar tanto em carros e dinheiro, se quiserem cumprir seu potencial e ganhar Copas do Mundo no futuro, diz o treinador da Seleção sub-17 do Brasil, Émerson Ávila.

O treinador afirma que, embora o País continue produzindo atletas habilidosos, muitos deles encaram o futebol de forma errada, e nenhum dos jogadores que participaram do time que recentemente ficou em quarto lugar no Mundial da categoria estaria preparado para chegar à Seleção principal na Copa de 2014.

E, ao contrário do que muitos acreditam, ele acha que os melhores deveriam ir logo para a Europa, pois lá teriam mais chance de evoluir. Ávila, 44 anos, também coordenador técnico do Cruzeiro, tem sido citado como um possível futuro técnico da Seleção.

"O problema com muitos dos jovens (jogadores de destaque) é que foi quase fácil demais para eles se tornarem jogadores profissionais", diz Ávila. "Já com 16 e 17 anos eu os ouço falando em carros e dinheiro. Isso está errado. O que eles deveriam estar fazendo todo dia é vindo para os seus clubes, ou para a Seleção, pensando em ganhar cada jogo", complementa.

"Muitos deles se contentam em se divertir no treino e nos jogos", prosseguiu. "Bom, concordo com isso, é claro que eles precisam se divertir, especialmente nessa idade. Mas acho que os nossos clubes precisam mudar a forma como treinam os jovens. Estamos nesse negócio para vencer, e eles deveriam pensar em ganhar absolutamente toda vez que jogam", explica Ávila.

Comentando o empenho do Santos para manter seus jovens astros Neymar e Paulo Henrique Ganso, o treinador afirma não ver problemas em jovens jogadores partirem cedo para o futebol europeu.

"Não vejo problema em um jogador ir para a Europa quando é jovem, porque uma transferência para uma boa liga europeia fortalece os meninos mentalmente e os deixa taticamente mais astutos."

"Agora mesmo o Lucas Piazon, que tem só 17 anos, foi do São Paulo para o Chelsea. Tudo bem, pois a família foi com ele, e ele está em um bom ambiente e vai se beneficiar de jogar na Inglaterra, se tiver uma chance no time principal", diz, descartando a possibilidade de os jovens perderem as características do futebol brasileiro ao se transferirem para a Europa.

"Não acho que eles irão perder sua brasilidade," explica Ávila. "O que está começando a acontecer agora é que aprendemos a nos defender melhor, ao invés de simplesmente atacar. Mas o fato é que, mesmo no sub-17, os melhores times, como o Brasil, estão topando com adversários que estão bem mais difíceis do que costumavam ser. México, Argentina, Uruguai, Colômbia - esses meninos são duros, e quanto mais rápido os nossos meninos aprenderem isso, melhor será para o Brasil também", finalizou.

Para Émerson, nenhum dos atuais jogadores da sub-17 teria capacidade de jogar a Copa de 2014
Para Émerson, nenhum dos atuais jogadores da sub-17 teria capacidade de jogar a Copa de 2014
Foto: EFE
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