Fanático, astro da TV é o verdadeiro "papa" do San Lorenzo
O torcedor mais ilustre e conhecido do San Lorenzo é, sem sombra de dúvida, o Papa Francisco – que, por sinal, completa 78 anos nesta quarta-feira. Mas é seguro afirmar que a fé do líder da Igreja Católica não foi o principal motivo para o time sair do buraco e conquistar a inédita Libertadores em apenas dois anos. Essa honraria cabe a Marcelo Tinelli, um dos rostos mais famosos da televisão argentina, fã fanático desde a infância e atual vice-presidente do clube.
Nascido em 1960 na pequena cidade de San Carlos de Bolívar, a 320 km de Buenos Aires, Tinelli tem um longo caso de amor com o San Lorenzo. O pai Hugo era jornalista e torcedor apaixonado; quando morreu, o pequeno Marcelo tinha 10 anos e precisou trabalhar como engraxate para ajudar a família. Mas o amor pelo esporte fez com que ele começasse como repórter de campo e narrador de rádio nas décadas de 70 e 80.
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Marcelo começou a ganhar dinheiro quando entrou para a televisão nos anos 90. Inicialmente apresentador de um programa esportivo na Telefe, foi migrando para o ramo de variedades e reality shows, tornando-se uma personalidade extremamente popular na Argentina. Em 2005, assumiu a condição de astro ao se mudar para o canal El Trece, sendo recebido por ninguém menos que Diego Maradona. E passou a usar o dinheiro para ajudar o clube do coração.
O apoio econômico de Tinelli ao San Lorenzo vem de bem antes de ele ter sido eleito vice-presidente. É sabido na Argentina que o apresentador já auxiliou na contratação de jogadores, na quitação de dívidas e até em logística de viagens. O passo seguinte era entrar para a política do clube, o que aconteceu em 2012: formou chapa com o amigo Matías Lammens – também um torcedor fanático, que até hoje vê jogos da arquibancada – e venceu as eleições.
Há dois anos, o atual campeão da América estava à beira do precipício. Tinha acabado de escapar do rebaixamento (também graças às premiações de Tinelli para incentivar os jogadores) e vivia um caos administrativo sob o comando do paraguaio Carlos Eusebio Abdo. Com Lammens presidente e Tinelli vice, rapidamente o San Lorenzo equilibrou as finanças, duplicou o número de sócios, formou um time competitivo e devolveu a equipe à sua casa histórica no bairro de Boedo. O "Ciclón" voltou a ser grande.
Tinelli não é popular apenas por suas aparições na TV e sua ligação com o clube. A vida pessoal é bastante agitada: galã, ele já foi casado duas vezes, namorou mulheres famosas e tem cinco filhos – o mais novo, Lorenzo, nasceu neste ano, fruto do relacionamento com a modelo Guillermina Valdés. Com 1,88 m, ele tentou ser zagueiro de futebol profissional, e até jogou algumas partidas na década de 90 no time de sua cidade, o Bolívar.
Em 2011, um episódio ajudou a aumentar a popularidade de Marcelo também fora da Argentina, quando ele foi beijado ao vivo no palco de seu programa pela musa paraguaia Larissa Riquelme – a "namoradinha" da Copa de 2010. Apresentador, empresário, atleta, dirigente: em várias frentes, Tinelli consegue ser protagonista. E agora existe a chance de ver seu San Lorenzo no topo do mundo, caso o time vença o Auckland, nesta quarta-feira, às 17h30 (de Brasília), chegue à final do Mundial de Clubes e derrote o poderoso Real Madrid. Mas aí, talvez a ajuda do outro papa, o Francisco, seja mais apropriada...
