O torcedor do Corinthians que acordou cedo neste domingo para descobrir o adversário do time paulista na semifinal do Mundial de Clubes viu o Al Ahly derrotar o Sanfrecce Hiroshima por 2 a 1 e garantir a classificação à próxima fase do torneio disputado no Japão. A partida, disputada no Estádio de Toyota, contou com a presença dos jogadores do time brasileiro, que acompanharam atentamente o que seu próximo rival pode fazer na quarta-feira, dia 12.
Para conquistar sua vitória o Al Ahly precisou sofrer. A equipe egípcia conseguiu gols com Hamdy e Aboutrika e sofreu grande pressão do Sanfrecce Hiroshima, que descontou com Hisato e cansou de desperdiçar gols.
A partida começou com um susto. Logo aos 3min, o goleiro Shusaku trombou com Gedo, levou a pior e precisou ser substituído com um corte no rosto. Após a entrada do arqueiro Masuda, o Sanfrecce Hiroshima viu o Al Ahly ser superior e atacar bastante, dando a impressão de que o gol sairia rapidamente. Isto ocorreu aos 14min, quando Naguib correu rente à linha de fundo a partir da ponta direita e rolou para Hamdy completar.
O início dava a impressão de que os egípcios sairiam com uma vitória tranquila no Estádio de Toyota, mas pouco a pouco o Sanfrecce passou a ir mais ao ataque e enfim tomou o controle do jogo. Confusa, a defesa do Al Ahly deixava espaços que eram aproveitados pelos jogadores ofensivos do time japonês, e o empate só não saiu aos 20min e aos 24min por conta da intervenção do goleiro Ekramy. Enquanto isso, a neve caía em Toyota.
A partir dos 31min a situação da equipe do Cairo ficou ainda pior. Depois de cobrança de escanteio, a defesa bateu cabeça e a bola sobrou para Hisato igualar o marcador. Na sequência, Ghali, que havia sentido dores na perna esquerda, precisou ser substituído pelo veterano Aboutrika. No tempo que ainda restava no primeiro tempo a equipe japonesa foi amplamente superior e não conseguiu a virada porque seus atacantes falhavam na hora da conclusão.
Depois do intervalo a partida voltou mais equilibrada e com poucas chances ofensivas. Isto seguiu até os 11min, quando Aboutrika foi lançado e tocou na saída de Masuda para fazer o segundo gol do Al Ahly. Depois do novo gol do time egípcio, a partida voltou a ser mais favorável aos japoneses.
O Sanfrecce, entretanto, voltou a sofrer com a falta de mira. Aos 32min, Mikic arriscou chute de fora da área e a bola foi para a linha de fundo sem perigo ao goleiro Ekramy. Quatro minutos depois, Sato recebeu grande passe e bateu para fora, perdendo excelente chance de empatar novamente.
Ficha técnica
HIROSHIMA SANFRECCE 1 x 2 AL AHLY
Gols
HIROSHIMA SANFRECCE:
Hisato, aos 31min do 1º tempo
AL AHLY:
Hamdy, aos 14min do 1º tempo, e Aboutrika, aos 11min do 2º tempo
HIROSHIMA SANFRECCE: Nishikawa (Masuda); Koji Moriwaki (Seokho), Chiba, Mizumoto e Shimizu (Yamagishi); Aoyama, Kazuyuki Morisaki, Mikic, Takahagi e Koji Morisaki; Hisato Sato
Treinador: Hajime Moriyasu
AL AHLY: Ekramy; Nagieb, Gomaa e Ahmed Fathi; Ashour, Kenawi, Hossam Ghali (Aboutrika), Elsayed Hamdi (Trezeguet) e Said; Soliman (Barakat) e Gedo
Treinador: Hossam El Badri
Cartões amarelos
HIROSHIMA SANFRECCE: Kazu
AL AHLY: Gomaa, Ashour, Trezeguet e Soliman
Árbitro
Carlos Vera (EQU)
Local
Estádio de Toyota, em Toyota (Japão)
Em meio ao frio intenso, à mão inglesa nas ruas e à culinária exótica que marcam o Japão, bairro em Toyota tem placas em português e concentra brasileiros: é Homi Danchi, conhecida como "Cohab brasileira" na cidade
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Estima-se que mais de cinco mil brasileiros vivam na comunidade da cidade, onde Corinthians jogará na semifinal do Mundial
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Em Homi Danchi, todas as placas têm instruções em português, é fácil encontrar nas bancas gibis da Mônica e revistas brasileiras, cartazes espalhados divulgando as baladas da semana, feijão em fartura e até picanha
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Apelido de Cohab brasileira" no Japão vem do fato de conjunto de 67 prédios - todos com apartamentos de espaço reduzido, com mais de dez habitações por andar (o número varia entre cada edifício) - em muito se assemelha aos conjuntos habitacionais difundidos pelo Brasil, principalmente em SP
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Por lá, vivem muitos brasileiros que chegam ao Oriente em busca de uma melhor condição de vida e veem no "Rômi", como é mais conhecido o local, oportunidade certa para juntar dinheiro necessário para ter um carro próprio e realizar o sonho da casa própria no Brasil
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"Por isso que brasileiro quando chega no Japão quer morar aqui, onde todo mundo fala português, tem acesso a produtos que o deixam perto de casa. Tudo isso ajuda a matar a saudade", explica Paulo César Santos, paulista que mora há sete anos na comunidade
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A convite de Ronaldo Ihigashi, morador da Homi Danshi e corintiano, corintianos têm se concentrado nos prédios esperando pelo Mundial de Clubes; todos ajudam no almoço, no supermercado e nas tarefas diárias do apartamentotos
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"Aquí todo mundo fala portugués", alerta Roberto Inoue, paulista, dono de uma lanchonete que faz misto quente e vende esfiha
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Roberto Inoue cobra "módicos" 300 ienes (R$ 9, sendo que ele paga pela importação dos produtos, como a carne) pelo salgado feito com muito carinho"
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"Vai lá, conta para os seus leitores que bem longe, mas bem longe mesmo como diz a música, existe um pouquinho de Brasil, iá, iá", diz Inoue
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Além de possuírem, gratuitamente, um sistema de van, que leva os operários brasileiros diretamente para as fábricas, quem vive no Homi Danchi ainda tem a oportunidade de pagar um aluguel muito mais em conta num país onde tudo custa "os olhos da cara"
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Conjunto é dividido entre os apartamentos Kodan (42 edifícios), cujos aluguéis têm preço médio de 55 mil ienes (R$ 1650), e são todos particulares (da Agência Nacional de Planejamento Urbano - UR Toshi Kiko), com contrato via imobiliária
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Chamados "Ken-ei", pertencentes ao governo de Aichi que, a partir de um atestado de baixa renda e certificação de que os postulantes possuem crianças para criar e sustentar, mesmo a distância, os concede por irrisórios 6.500 ienes (R$ 195)
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Pelos elevadores dos prédios, "jeitinho brasileiro" consegue emitir som de rádios do Brasil captadas pela internet
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Da sacada do apartamento, é possível avistar o Estádio de Toyota, onde na próxima quarta-feira todos estarão juntos para acompanhar a estreia corintiana no Mundial
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Pelos estabelecimentos da região, camisas e outros itens do Corinthians fazem sucesso às vésperas do Mundial
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Em dezembro, segundo moradores (e torcedores), região de Homi Danchi se transformará com a concentração de corintianos
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Luciano França, há 11 anos na "Cohab nipônica", comemora: após muito trabalho, enfim, possui há 18 meses o próprio salão de beleza
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Natural de Registro (SP), Luciano comemora o fato de que "aqui a gente faz preço que as pessoas possam pagar"
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Serviços na Homi Danchi têm preços inferiores aos de outras regiões. São os casos de agências de turismo, locadoras e escolas de música e aulas de reforço de português, para que as crianças não esqueçam a língua
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Pelas paredes da comunidade, até mesmo cartazes divulgam eventos para os brasileiros da região
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Região de Homi Danchi reúne brasileiros há décadas na cidade de Toyota
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Cidade de Toyota, onde fica Homi Danchi, receberá quatro partidas pelo Mundial de Clubes 2012, sendo as últimas delas no dia 12
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Produtos de origem brasileira são muito procurados pelos moradores da Homi Danchi
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Estreia do Corinthians no Mundial será em 12 de dezembro, contra o vencedor do jogo entre Sanfrecce Hiroshima (Japão) e Al Ahly (Egito)