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Mundial de Clubes

Marroquinos brincam, mas lamentam ausência do Atlético-MG

17 dez 2014 - 12h41
(atualizado às 14h08)
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O repórter do Terra não nasceu em Belo Horizonte, tampouco torce para o Atlético-MG. Mesmo assim, bastou sacar o passaporte azul, com brasão dourado na capa, para se tornar alvo imediato das piadas feitas pelos marroquinos. "O Ronaldinho está vindo no mesmo voo?", brincou o agente de imigração do aeroporto de Marrakech, em um inusual momento de descontração, antes de autorizar a entrada no país que sedia o Mundial de Clubes pela segunda vez.

Ismail Tayammoumi, vendedor de operadora telefônica
Ismail Tayammoumi, vendedor de operadora telefônica
Foto: Ulisses Neto / Especial para Terra

A próxima chacota em relação a derrota do clube mineiro para o Raja Casablanca, na semifinal da competição em 2013, foi feita poucos metros depois. Veio no quiosque da companhia telefônica local assim que a nacionalidade do jornalista foi revelada. "Do Brasil? Mas, o que você está fazendo aqui? Não tem nenhum time do seu país neste ano", indagou ironicamente Ismail Tayammoumi, o vendedor da operadora.

Explico que apesar da ausência de times do meu país, a participação dos vizinhos argentinos e, sobretudo do gigante espanhol, ainda desperta a atenção de meus compatriotas. “Os brasileiros gostam muito de futebol, mesmo. Deu para ver pela festa que fizeram aqui no ano passado. Era o ‘Galo’, o ‘mineiro’”, se entusiasma o vendedor.

Ismail conta que já trabalhava no aeroporto de Menara, no ano passado, e que a festa feita pelos torcedores do Brasil surpreendeu os marroquinos. “Pena que perderam para o Raja. Tive que torcer para o Bayern depois disso”.  A rivalidade entre times locais dispensa explicações.

Torcedores do San Lorenzo na Praça Principal
Torcedores do San Lorenzo na Praça Principal
Foto: Ulisses Neto / Especial para Terra

A última piada do desembarque estava guardada para o táxi.  Após saber que o destino era o Le Grand Stade de Marrakech, o motorista Jamal pergunta curioso a origem do passageiro.  “O seu pessoal ficou triste com aquela derrota para o Raja, não é?”, diz.  Lembro que pelo menos a outra metade da cidade do "Galo" – é assim que a maioria dos marroquinos se refere ao Atlético-MG o tempo todo – comemorou bastante a inesperada derrota.

O taxista ri e responde que os torcedores do país dele costumam comparar o estilo de jogo local com o da admirada Seleção Brasileira. “O jogo é muito parecido, acho que foi por isso que o Galo teve dificuldades aqui. Vocês não deveriam ter ficado surpresos.”

Embora a comparação tenha parecido exagerada, prefiro não entrar em polêmicas. Volto a perguntar sobre o que ele lembrava da presença mineira na cidade um ano atrás. E a resposta, em uma mistura de inglês com palavras francesas e sotaque forte árabe, parece bastante sincera. “Muito simpáticos. Levei muitos torcedores do Galo. Todo mundo aqui sente falta do Galo. Pena que não vieram esse ano. Fizeram uma festa bonita até no aeroporto”, completa.

O atual representante sul-americano no Mundial de Clubes, o San Lorenzo da Argentina, traz menos torcedores para o torneio dessa vez. O fanatismo local pelo Real Madrid também não ajuda o clube portenho a conquistar adeptos.

Um ano depois, e apesar das piadas constantes com a derrota precoce, Marrakech ainda se lembra bem da passagem atleticana pela cidade.  O resultado não foi nem de longe o esperado. Mas a simpatia mineira fez com que o "Galo", como repetem incessamente os locais, ficasse marcado no Marrocos.

Torcida do San Lorenzo invade o Marrocos e mostra confiança:
Fonte: Especial para Terra
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