Mourinho parabeniza Barcelona, mas avalia Mundial como "duas peladas"
19 dez2011 - 16h06
(atualizado às 20h57)
Compartilhar
O técnico do Real Madrid, José Mourinho, parabenizou nesta segunda-feira o Barcelona pelo título do Mundial de Clubes conquistado ontem em Yokohama, mas criticou o nível do torneio ao dizer que o time catalão disputou "duas peladas".
"Sou demais jovem para avaliar as melhores equipes da história porque ela é muito longa e há muitos grandes times que não conheci", afirmou Mourinho em entrevista coletiva ao ser questionado se o Barcelona está entre os melhores esquadrões de todos os tempos.
"É uma grande equipe que neste momento é a nova campeã do mundo de clubes, e a quem parabenizo por esse título, apesar de pensar que é mais importante conquistar a Liga dos Campeões do que esses duas peladas jogadas após a final da Liga. Mas, de verdade, parabéns e muitas felicidades por ser o novo campeão do mundo", declarou.
O Barcelona venceu o Santos na final do Mundial, no domingo, com extrema facilidade, abrindo 4 a 0 no marcador. Antes, estreou na semifinal goleando o Al Sadd pelo mesmo placar.
O treinador português teve duas oportunidades de disputar o competição mundial. Em 2004, depois de vencer a Liga dos Campeões com o Porto, ele imediatamente foi contratado pelo Chelsea. O time português empatou com o Once Caldas, da Colômbia, por 0 a 0 e nos pênaltis venceu por 8 a 7. Em 2009, voltou a vencer a maior competição europeia, desta vez com a Internazionale, mas novamente saiu antes da disputa do Mundial, que o time italiano venceu batendo o azarão Mazembe, da República do Congo.
No jogo mais esperado da temporada para o Santos, praticamente não houve jogo. Diante de um espetacular Barcelona no último domingo, o time da Vila Belmiro foi massacrado por 4 a 0 pela final do Mundial de Clubes e ficou com a bola 27% do tempo, passando longe de incomodar os campeões. O time espanhol é dominante também na Europa, mas a facilidade encontrada por Messi e companhia contra os brasileiros foi muito acentuada. Por isso, confira os sete erros capitais do Santos no Mundial
Foto: Reuters
1 - Provocações desnecessáriasOs santistas, em sua maioria, adotaram discurso humilde antes da decisão. Mas alguns estavam com a língua afiada. O presidente Luis Alvaro chamou o Barcelona de "time dos euros" e disse que foi gostoso dizer "não" por Neymar; Muricy falou que Guardiola só seria "nota 10" se fosse campeão no Brasil; Pelé declarou que Neymar é mais completo que Messi; e o lateral Léo, logo após a Libertadores, disse que queria ver se o Barcelona era "tudo isso"
Foto: AFP
2 - Polêmicas fora de horaO anúncio de Ganso a respeito da venda de 10% de seus direitos ao grupo DIS, desafeto político da diretoria santista, aconteceu às vésperas do Mundial e pegou o clube de surpresa, deixando o ambiente pesado. Também não ajudaram as reclamações de Léo e Elano - o lateral nega discussão com Muricy, mas sempre deixou nas entrelinhas sua insatisfação com a reserva; já o meia desabafou após ter jogado mal e sido substituído contra o Kashiwa Reysol
Foto: AP
3 - Ausência de treinos coletivosCausou espanto nos treinos do Santos no Japão a ausência de um coletivo, para ver o time completo em ação em uma nova formação. Mesmo com o elenco sem atuar em um jogo oficial por duas semanas, Muricy preferiu dar ênfase a atividades mais leves e só treinou a saída de bola da equipe, com trocas de passes curtos, antes da estreia contra o Kashiwa Reysol. Outra crítica foi aos frequentes passeios dos jogadores ao longo do dia
Foto: AP
4 - Falta de esquema tático definidoMuricy arriscou uma mudança tática de última hora para enfrentar o Barcelona, sem nunca tê-la treinado em uma sequência de partidas - o que poderia ter sido feito na reta final do Brasileiro, quando o Santos pensava só no Mundial. Tirando Elano e colocando Léo, o time passou para um 3-5-2 que virava 4-4-2 quando o ala santista era "empurrado" para trás por Daniel Alves, que jogou de ponta direita. O desentrosamento no sistema custou caro
Foto: Reuters
5 - Mudança de postura na finalO lema "ousadia e alegria" de seu principal jogador não foi incorporado pelo Santos diante do Barcelona. Acostumado a tomar a iniciativa e concentrar seu jogo no ponto forte do elenco - o ataque, com Neymar, Ganso e Borges - o time de Muricy plantou sete atletas na defesa e isolou o trio ofensivo do restante do time. Nas raras vezes em que recuperava a bola, o Santos não tinha opções de passe para sair da pressão sufocante dos espanhóis
Foto: Reuters
6 - Marcação frouxa no meio de campoApesar de ter adotado postura defensiva, a marcação do Santos foi péssima. Normalmente com quatro jogadores enfiados na própria área (Léo recuava) e outros três logo à frente dela, a equipe deu ao Barcelona todo o espaço do mundo na intermediária - justamente onde jogam os melhores passadores do time espanhol. Xavi, Iniesta e Fàbregas tiveram tempo à vontade para distribuir passes, e Messi circulou livremente sem ser seguido de perto
Foto: Reuters
7 - Falhas individuais decisivasPor mais que o Barcelona tenha se mostrado muito superior a qualquer time que o Santos já tivesse enfrentado, erros individuais também tiveram grande influência no resultado. Durval falhou nos dois primeiros gols ao não conseguir cortar os passes; Borges e principalmente Neymar perderam chances de frente com Valdés após ótimas bolas de Ganso. O camisa 10, apesar das duas boas jogadas, foi apático e não se mexeu o bastante para receber a bola