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Vexame atleticano em semi faz BH viver tarde de decepção em disputa de 3º

21 dez 2013 - 17h22
(atualizado às 17h48)
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Bar do Salomão recebeu atleticanos neste sábado
Bar do Salomão recebeu atleticanos neste sábado
Foto: Marcellus Madureira / Marcellus Madureira Rodrigues de Oliveira - ME - Especial para o Terra

O que era motivo de animação há três dias virou uma tarde de busca por explicações. A disputa pelo terceiro lugar do Mundial de Clubes - vitória do Atlético-MG por 3 a 2 diante do Guangzhou - no Marrocos foi acompanhada pelo Terra em um tradicional ponto de encontro de atleticanos em Belo Horizonte, o Bar do Salomão, no bairro Serra, região centro-sul da capital mineira, local de concentração da torcida.

A tarde, entretanto, não geraria tanto lucro ao dono do local. Normalmente, segundo o próprio dono do estabelecimento, as ruas são fechadas para a transmissão das partidas, com 3 mil pessoas espalhadas acompanhando os duelos. Para atender o enorme número de alvinegros, seis aparelhos de televisão são espalhados por todos os cantos do bar e na parte externa.

Neste sábado, o retrato da decepção ficou claro na lotação do bar. Apenas alguns apaixonados foram ao local, mas eles mesmos confirmaram que viriam até sem o jogo – pois é um ponto de encontro para conversas. Os aparelhos para a transmissão da partida também estavam com números reduzidos: dois no primeiro tempo e três no segundo, para maior conforto.

O início do duelo contra os chineses parecia que o Atlético-MG ia massacrar. Logo aos 2min, Diego Tardelli abriu o marcador após cruzamento de Marcos Rocha. Embora alegres, os atleticanos no local diziam que "o gol rápido era o medo de chegar em Belo Horizonte".

Minutos depois o Atlético-MG sofreu o empate. Pouco depois a virada. Estava aberta a rodada das críticas. "Estamos sem zagueiro. Os dois são lentos", diziam os torcedores. Diego Tardelli e Jô também foram alvos de reclamações. Ronaldinho se salvou, afinal, marcou contra o Raja Casablanca, na derrota por 3 a 1, e voltou a balançar as redes com outro tento de falta.

Time brasileiro ficou em terceiro no Mundial
Time brasileiro ficou em terceiro no Mundial
Foto: Marcellus Madureira / Marcellus Madureira Rodrigues de Oliveira - ME - Especial para o Terra

Na volta do intervalo as lamentações seguiram. O Atlético-MG não apresentou uma reação, mesmo após conseguir o empate. Após os 15 primeiros minutos, entretanto, os mineiros começaram a apertar, inclusive com uma bola na trave.

E bastou apenas dois ataques do Atlético para a torcida acordar. Os poucos torcedores que estavam no bar vibraram com as chances. O hino da agremiação foi cantado somente aos 90 minutos. O gol de Luan acordou a todos. "Pelo menos isso", diziam. Mas o fim do torneio ainda era motivo para lamentações.

Há 50 anos na torcida pelo Atlético-MG no Bar do Salomão, o senhor José Alberto não encarou como vexame, mas pensou que o time conseguiria sorte melhor no Mundial. "Como vexame é pesado, mas intimamente todos esperávamos mais", disse ele, que também acreditava em pouco caso dos atletas com o primeiro jogo.

"Eu acho que eles saíram daqui como se fossem os melhores, eles não reconheceram que na frente teria obstáculos e simplesmente não ligaram. Acharam que virariam o jogo a qualquer momento, não pensaram no adversário, ficaram pensando apenas no Bayern", reforçou.

Alberto relatou, porém, que este momento não está na lista de tristezas. "Este é um momento ruim, pois as outras torcidas pegam muito no pé do atleticano, os jogadores cresceram mais do que poderiam. O futebol é jogado, e eles decepcionaram o que era meu maior momento de alegria com o Atlético", observou. "Minha maior tristeza foi no Campeonato Brasileiro de 1977, quando o Atlético perdeu na injustiça, terminou com pontos de vantagem, mas perdeu nos pênaltis, essa é a maior decepção", completou.

O advogado Domingos Sávio, que vai ao bar do Salomão há 40 anos, tem opinião diferente. Ele garante que este é um péssimo momento. "Com certeza (vexame), o Atlético saiu nos braços da torcida com obrigação de chegar pelo menos na final. O Cruzeiro foi duas vezes lá e ficaram em segundo. O Atlético não chegou lá. Criou uma expectativa nacional, como que a gente pode perder para um time como o Raja? O Atlético tem jogadores de repercussão, eles traíram a torcida, eles deveriam pelo menos ter raça, mas perdemos de forma bisonha", lamentou.

Ele classificou o terceiro lugar no Mundial como uma grande tristeza. "Eu sei de quatro vexames com  o Atlético: vice-campeão invicto, ganhar de quatro do Rosário e depois perder pelo mesmo placar e ser batido nos pênaltis, o 6 a 1 que os jogadores entregaram para o Cruzeiro e o Raja, não me fale em Raja, pelo amor de Deus", concluiu.

O jogo acabou e o Atlético-MG conquistou o terceiro lugar. As televisões foram desligadas, o samba começou a tocar e ninguém mais quis saber de Bayern de Munique e Raja Casablanca.

Fonte: Marcellus Madureira Rodrigues de Oliveira - ME - Especial para o Terra Marcellus Madureira Rodrigues de Oliveira - ME - Especial para o Terra
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