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Napoli x Roma: morte em maio faz Itália ligar alerta máximo

31 out 2014 - 10h56
(atualizado às 11h20)
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A cidade de Nápoles se prepara para a partida entre Napoli e Roma, neste sábado, duelo que a imprensa italiana avalia como o mais temido do futebol no país por causa da rivalidade e do ódio entre os torcedores dos dois clubes. Neste ano, a torcida da Roma está proibida de entrar no Estádio de San Paolo, palco do duelo deste sábado. A medida foi adotada para evitar a repetição dos episódios violentos ocorridos na final da Copa da Itália, em maio, que acabaram matando um torcedor do Napoli.

Ciro Esposito, 30 anos, foi atingido por um tiro no peito nos arredores do Estádio Olímpico de Roma, onde foi realizada a decisão entre Napoli e Fiorentina. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. Daniele De Santis, 48 anos, conhecido ultra (torcedor organizado) da Roma, foi preso por causa do crime.

Napoli terá torcida única no duelo de crescente rivalidade
Napoli terá torcida única no duelo de crescente rivalidade
Foto: Giuseppe Bellini / Getty Images

Segundo a investigação da polícia italiana, ele provocou torcedores do Napoli, disparando rojões. Quando o grupo revidou, correndo atrás de De Santis, ele caiu no chão. Acuado, tirou um revólver e disparou três vezes, ferindo Esposito e outros dois torcedores napolitanos.

A final da Copa da Itália começou com 45 minutos de atraso e quase não foi realizada por causa da falta de segurança. Já dentro do estádio, torcedores do Napoli atiraram rojões no campo. Foi preciso que jogadores da equipe e as autoridades locais conversassem com representantes da torcida organizada do clube para que os ânimos fossem controlados.

Para evitar novos distúrbios neste sábado, a cidade "está blindada para a partida do medo", segundo os jornais italianos, com um dispositivo de segurança que contará com mil policiais. Além disso, está sendo mantido em segredo o hotel onde ficarão hospedados os jogadores da Roma para evitar possíveis ataques.

O chefe do departamento de Segurança Pública, Vicenzo Panico, disse que "seria lindo um abraço entre Francesco Totti e Gonzalo Higuaín, os jogadores mais simbólicos dos dois clubes, antes da partida".

Em entrevista, a mãe de Ciro Esposito, Antonella Leardi, garantiu que gostaria de ir ao estádio para mostrar que o "sacrifício de seu filho não foi em vão" e que futebol é sinônimo de diversão, energia e alegria.

"No estádio não se deve correr o risco de morrer. Estarei muito abalada por pensar que ali poderia estar o meu Ciro, mesmo que o tempo tenha passado e ele nunca mais volte", lamentou a mãe do torcedor morto.

Ela discorda da proibição da entrada de torcedores nos estádios como medida para reduzir o enfrentamento entre as organizadas italianas. "Não é com uma mão dura que se resolve a violência nos estádios, mas sim com uma mensagem de respeito recíproco", defendeu.

EFE   
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