Nem CR7, nem Messi; Real e Barça ficam no empate em clássico de coadjuvantes
O Barcelona saiu em ligeira vantagem no confronto de semifinais da Copa do Rei com o Real Madrid ao obter um empate em 1 a 1 no jogo de ida, nesta quarta-feira, no estádio Santiago Bernabéu.
Nem Lionel Messi, que havia feito gols em todas as 13 partidas que disputou em janeiro, nem Cristiano Ronaldo, que tinha deixado sua marca nas últimas sete edições do Superclássico. Quem decidiu o confronto foi Fábregas, com um gol no começo do segundo tempo, e Varane, que igualou a pouco mais de dez minutos do fim.
O jovem defensor francês, aliás, fez a torcida não sentir falta da dupla de zaga titular do Real, formada por Pepe e Sergio Ramos, que foi desfalque. Ele evitou a derrota não só com o gol, mas também salvando em cima da linha uma tentativa de Xavi, ainda antes do intervalo.
Com o resultado, o Barça jogará pelo 0 a 0 na volta, marcada para o dia 27 de fevereiro, no Camp Nou. Os madrilenhos se classificarão com uma igualdade em dois ou mais gols. Se houver um vencedor, este será o dono da vaga na decisão, que terá ainda Atlético de Madrid ou Sevilla, que fazem a primeira partida nesta quinta, na capital espanhola.
Mourinho teve vários problemas para escalar o time, principalmente defesa, além da dupla de zaga. No gol, Casillas ficará fora por mais de dois meses, e o recém contratado Diego López estreou; na lateral esquerda, Marcelo, ainda sem ritmo de jogo após ter fraturado o pé, ficou no banco de reservas. Arbeloa foi deslocado para esse lado, e Essien atuou improvisado na direita.
Outro brasileiro que ficou no banco foi Kaká. Fora das convocações do treinador português desde o empate com o Osasuna, no começo do mês, em que foi expulso, o camisa 8 não foi utilizado.
Ao contrário do adversário, o Barça teve todos os principais atletas à disposição. O único considerado titular que ficou entre os reservas foi o goleiro Victor Valdés, o que já vinha acontecendo na Copa do Rei.
A única ausência da equipe catalã foi o técnico Tito Vilanova. Ainda se tratando de um tumor, ele foi substituído pelo auxiliar Jordi Roura.
O clássico cumpriu as expectativas desde o começo, com chegadas mais duras e principalmente chances de gol. Logo com um minuto de bola rolando, Piqué cometeu falta em Cristiano Ronaldo e recebeu cartão. O próprio português cobrou e exigiu boa defesa de Pinto.
O goleiro do Barça levou um susto aos nove minutos. Essien avançou pela direita e pegou mal na bola ao cruzar. O erro se tornou um acerto, a bola tomou a direção do goleiro, e o camisa 13 se esticou todo para desviar para escanteio.
Os visitantes, como de costume, tinham maior posse de bola, mas o Real era mais efetivo no ataque. Na sua primeira grande oportunidade, porém, o time catalão carimbou o travessão. Xavi bateu falta da esquerda, Diego López não achou nada, e a bola beijou a trave antes de ser isolada pela defesa madrilenha.
Quatro minutos depois, Ricardo Carvalho falhou bisonhamente. Dentro da área, o português tentou recuar, mas pegou mal na bola. Messi driblou o goleiro e rolou para Xavi, que completou para o gol. Varane apareceu e cortou em cima da linha.
O clássico era lá e cá, e Benzema, como Xavi, também errou de frente para o alvo. Callejón puxou contra-ataque e adiantou na área para o centroavante francês, que chutou do jeito que deu e mandou à esquerda.
Em mais uma saída rápida da equipe anfitriã para o ataque, aos 37 minutos, Cristiano Ronaldo lançou Özil, que tocou para o meio buscando Callejón. Pinto foi mais esperto, saiu e afastou com um soco.
Demorou, mas houve confusão ainda antes do intervalo. Xabi Alonso e Daniel Alves se encararam e trocaram empurrões, mas não foram advertidos. Carlos Clos Gómez levou na conversa.
Para o clássico ficar completa, faltava apenas um gol. A partir dos cinco minutos do segundo tempo, não faltou mais. Callejón afastou o perigo na saída da grande, mas mandou a bola para o meio da intermediária. Nenhum jogador do Real afastou, e Messi adiantou para Fábregas, que invadiu a área e tocou por cima de Diego López.
Mais adiantado em campo, Fábregas poderia ter feito o segundo cinco minutos depois. Xavi descolou lindo lançamento para o meia, que mais uma vez entrou na grande área, mas desta vez foi bloqueado por Varane.
Encurralado nos primeiros minutos, o time da casa enfim conseguiu incomodar aos 14. Essien levantou da direita, a bola passou por todo mundo e chegou a Cristiano Ronaldo, que, livre e sem goleiro, cabeceou para fora.
Cristiano perdeu mais uma, aos 21, mas por puro mérito de Piqué. Özil foi lançado na direita e rolou para o meio da área, onde Higuaín e CR7 apareciam em velocidade. No entanto, o camisa 3 do Barça interviu na hora certa.
Os madrilenhos partiram para cima a partir dos 25, o que abriu espaço para contra-ataques dos catalães. Num deles, aos 26, Pedro saiu na cara do gol, deu um toquinho no melhor estilo Messi, mas mandou para fora.
A pressão do time dirigido por Mourinho deu certo, e o empate aconteceu aos 35. Özil cruzou com categoria da direita e Varane cabeceou no canto esquerdo.
O Barcelona ainda poderia ter saído de campo com a vitória, mas parou em linda intervenção de Diego López. Jordi Alba foi lançado na esquerda, ganhou na velocidade e encheu o pé, exigindo que o substituto de Casillas se esticasse e espalmasse para escanteio, deixando a vaga na decisão totalmente aberta.
Ficha técnica:.
Real Madrid: Diego López, Essien, Varane, Ricardo Carvalho e Arbeloa; Khedira, Xabi Alonso, Özil e Callejón (Modric); Cristiano Ronaldo e Benzema (Higuaín). Técnico: José Mourinho.
Barcelona: José Pinto; Daniel Alves, Piqué, Puyol e Jordi Alba; Busquets, Xavi e Fábregas (Thiago Alcântara); Pedro (Sánchez), Iniesta e Messi. Técnico: Jordi Roura (interino).
Árbitro: Carlos Clos Gómez, auxiliado por Jesús Calvo Guadamuro e Luis Fernando Marco Martínez.
Cartões amarelos: Ricardo Carvalho, Callejón e Xabi Alonso (Real Madrid); Piqué, Daniel Alves e Puyol (Barcelona).
Gols: Fábregas (Barcelona); Varane (Real Madrid).
Estádio: Santiago Bernabéu, em Madri.
