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Nicolás Leoz vai deixar a presidência da Conmebol

23 abr 2013 - 15h58
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O paraguaio Nicolás Leoz anunciou nesta terça-feira que colocava à disposição seu cargo de presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), poucas horas após ter renunciado à função de membro do Comitê Executivo da Fifa, alegando problemas de saúde.

"Mentalmente, estou bem, mas o problema é físico. As viagens já são um problema. Estou entrando numa idade em que devo deixar meu lugar aos mais jovens", declarou o dirigente de 84 anos em entrevista coletiva concedida em Assunção.

Leoz informou que convocou para o dia 30 de abril uma reunião com os presidentes de federações associadas à Conmebol para que seja resolvida a questão de sua sucessão.

Ex-jogador de futebol e ex-jornalista esportivo, o paraguaio assumiu há presidência da Conmebol em 1986.

Em novembro do ano passado, o dirigente foi submetido a uma cirurgia no coração no hospital Sírio-Libanês de São Paulo.

Poucas horas antes da coletiva de imprensa, fontes da Conmebol revelaram à AFP que Leoz apresentou sua renúncia ao cargo de membro do Comitê executivo da Fifa "devido a recomendações médicas".

Os médicos teriam recomendado que o paraguaio deixasse de viajar ao exterior.

Na entrevista coletiva, que também contou a presença do presidente da CBF, José Maria Marin, e de Marco Polo Del Nero (vice-presidente da CBF), Leoz disse que também deixará a presidência do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014.

Este órgão é diretamente ligado à Fifa, diferentemente do Comitê Organizador Local (COL), presidido por Marin e que conta com os ex-craques Ronaldo e Bebeto em seu conselho de administração.

O dirigente ainda não deixou oficialmente o cargo de presidente da Conmebol, mas já não é mais membro do Comitê executivo da Fifa.

A entidade informou por meio de um comunicado que "de acordo com o Estatuto da Fifa, a Conmebol deverá escolher imediatamente um substituto a Nicolás Leoz para representá-la no Comitê Executivo da Fifa até o resto do seu mandato".

Figura controversa, o paraguaio está sendo acusado há alguns meses de suposta corrupção na atribuição da Copa do Mundo de 2022 ao Qatar, em denúncia que saiu primeiro na imprensa alemã.

"Estou aberto a responder a qualquer investigação. Em 50 anos como dirigente de futebol, nunca me ofereceram centavo. Dizem que nos deram dinheiro, a mim e a (Julio) Grondona (presidente da Federação Argentina), mas nem conheço essas pessoas", se defendeu o dirigente em janeiro.

A imprensa britânica também levantou suspeitas pelo fato de Leoz por ter votado a favor da Rússia na atribuição da Copa de 2018, enquanto a expectativa era que apoiasse a candidatura da Inglaterra.

"Podem me processar, isso tudo é um absurdo", reagiu o paraguaio.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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