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Entenda os motivos que levaram ao reconhecimento de 1987

22 fev 2011 - 00h06
(atualizado às 07h06)
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A decisão repentina da CBF em reconhecer o Flamengo como campeão brasileiro de 1987 deixou muitos rubro-negros felizes. Porém, a sentença não foi baseada em questões de mérito, mas numa manobra da CBF e do Flamengo para enfraquecer o Clube dos 13. Entenda os bastidores e toda a política que resultou na oficialização do título mais polêmico do cenário nacional.

A reunião entre Flamengo e CBF da última segunda-feira não foi marcada nesta data por acaso. Patricia Amorim, Ricardo Teixeira (presidente da CBF) e Rubens Lopes (presidente da Ferj) estavam presentes na sala que decidiu, enfim, reconhecer o Flamengo como campeão de 1987. A decisão era o primeiro passo de uma reaproximação entre as duas partes e um recado foi bem dado para o C13: o Flamengo, clube de maior torcida do país, havia trocado de lado na guerra.

Antes, o Fla e o Clube dos 13 eram oposição ferrenha à CBF. Entretanto, o Flamengo se sentiu sem o apoio na luta pelo reconhecimento do título de 1987. Uma proposta do Corinthians balançou os dirigentes na Gávea: a ideia é a criação do Clube dos 7, idealizada pelo presidente Andrés Sanches, com principal intuito de brigar por uma maior fatia nas cotas de televisivas, contando com o apoio dos grandes clubes das principais capitais brasileiras. A intenção é de que Flamengo e Corinthians recebam bem mais do que os outros clubes nas novas cotas de televisão.

Logo após saber da oficialização do título, o presidente Andrés Sanches ligou para Patricia Amorim para parabenizá-la pela conquista e acertar os próximos passos do projeto. "Até agora, o Flamengo tem agido muito bem com os nossos coirmãos. Mas se cada um quiser brigar pelos seus interesses, vai ser melhor para o Flamengo", disse a presidente Patricia Amorim em entrevista coletiva na Gávea, referindo-se às cotas televisas.

Flamengo e CBF não se entendiam há alguns anos e o presidente Ricardo Teixeira chegou a ser ameaçado de expulsão do quadro de sócios do clube. "Nós nem nos falávamos, mas depois dessa decisão, a relação com a CBF melhorou", limitou-se a dizer Patricia Amorim.

Reunião na quarta-feira

O Clube dos 13 tem uma reunião marcada para esta quarta-feira. Em pauta estão justamente as cotas televisivas de 2012. O contrato com a emissora detentora dos direitos se encerra no fim deste ano e a concorrência já anunciou que vai fazer uma proposta bem superior à atual.

Porém, o Flamengo está prestes a anunciar que irá romper com a entidade e, para isso, enviará o vice presidente Hélio Ferraz. "Ainda não há rompimento, pelo menos por enquanto. Ficamos chateados, sim, com a atitude de alguns clubes e vamos brigar sempre pelo interesse do Flamengo", explicou Patricia.

Apoio da Federação

O pedido para o reconhecimento do título brasileiro de 1987 partiu da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj). O Flamengo entrou como parte interessada e o apoio da entidade foi fundamental.

O bom relacionamento entre as duas partes é tão boa, que o Flamengo pegou um empréstimo de R$ 5 milhões justo à Ferj e deu como garantia uma parte das cotas de televisão. O presidente do Conselho Fiscal, Leonardo Ribeiro não vê problemas na manobra.

"O Flamengo apenas adiantou o dinheiro e deu a garantia. O clube não está devendo nada nesse caso", disse.

Ricardo Teixeira e Patrícia Amorim: reconhecimento de título marca rompimento do Fla com Clube dos 13
Ricardo Teixeira e Patrícia Amorim: reconhecimento de título marca rompimento do Fla com Clube dos 13
Foto: CBF / Divulgação
Fonte: Lancepress!
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