Título de capitalização busca hegemonia e divulgação via clubes
22 mar2011 - 07h45
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Allan Farina
Direto de São Paulo
A Caixa Capitalizações lançou em evento em São Paulo, na última segunda-feira, o título de capitalização "É Gol", em parceria com a emissora Record. Tendo como tema o futebol, a ação, que repassará fundos a clubes do País, por enquanto só conta com 29 times, mas pretende trabalhar com todos os grandes do Brasil.
Os carnês do "É Gol" são decorados com os escudos dos clubes que ingressaram na iniciativa e poderão ser premiadas. Cada cupom custará R$ 6 e dará direito a participação em sorteios de 97 prêmios. Ao fim do período, o valor do resgate vai para o clube indicado no título escolhido pelo comprador. Atualmente, oito times da Série A não estão disponíveis, mas a meta é contar com todos os os "dissidentes".
"Estamos conversando com todos. O Cruzeiro acertou nesta segunda. Teremos clubes de todo o País", prevê Julio Casares, diretor de projetos especiais da Record. Atualmente, Corinthians, Santos, Flamengo, Botafogo, Fluminense, América-MG, Grêmio e Coritiba são os clubes da Série A que não aderiram ao título de capitalização.
"Fluminense, Botafogo e Grêmio estão mais difíceis de acertar", admitiu Casares, que explicou a posição da emissora. "A Record entra com seu espaço. Cabe à Record mostrar o produto e aí conseguir seu lucro", comentou.
De acordo com Maurício Maciel, diretor da Caixa Capitalização, o título só terá sucesso se os clubes colaborarem com a iniciativa. "Quando mais o clube contribuir para a divulgação, mais chances têm de ser sorteado", disse.
"O São Paulo está pensando até em colocar na manga da camisa em uma ou duas partidas", explicou Maciel. A informação foi confirmada por Casares, que também é vice de comunicação e marketing do clube paulista.
A iniciativa será usada para ajudar a bancar despesas recentes do São Paulo, como a contratação de Luís Fabiano. "Fizemos um investimento e temos que pagar. Também tem a renovação do contrato do Lucas e a tentativa de manter o Alex Silva", afirmou Casares.
Veja a seguir a lista completa dos clubes que aderiram ao "É Gol":
Recém-aposentado dos gramados, Ronaldo foi lembrado pela Fifa em matéria sobre "carrascos" de ex-clubes. Com a camisa do Milan, o jogador marcou em 2007 um belo gol sobre a Inter de Milão, clube no qual atuou por cinco anos
Foto: AFP
Após um fraco Campeonato Paulista de Rivaldo, o Corinthians desistiu de adquirir o meia em definitivo em 1994. O arquirrival Palmeiras, então, decidiu apostar e comprou o passe do jogador do Mogi Mirim. Não se arrependeu: Rivaldo brilhou com a camisa alviverde e ainda "se vingou" dos alvinegros, marcando dois gols na ida e mais um na volta da final do Campeonato Brasileiro daquele ano
Foto: Gazeta Press
O argentino Carlos Tevez trocou o Manchester United pelo Manchester City em 2009 e não teve dó do ex-clube, o qual já enfrentou em seis oportunidades. Só nos jogos de semifinal da Copa da Liga Inglesa do ano passado, foram três gols sobre os comandados de Alex Ferguson
Foto: Reuters
O ex-atacante Claudio Caniggia estreou como profissional pelo River Plate em 1985 e voltou à Argentina dez anos depois. Para desespero da torcida, porém, ele foi defender o arquirrival Boca Juniors. Além de ter contado ser torcedor do time xineize logo em sua apresentação, Caniggia aumentou a dor da ex-equipe ao simplesmente marcar três gols sobre o River e comemorar com direito até a beijo em Diego Maradona em 1996
Foto: Getty Images
O "troco" do River Plate viria em 2010: campeão de vários títulos com a camisa do Boca Juniors, o zagueiro Jonathan Maidana marcou o gol da vitória dos donos da casa no Monumental de Núñez. Diferentemente de Caniggia, porém, o jogador comemorou o gol contra o ex-clube de forma discreta
Foto: Getty Images
Depois de uma passagem apagada pelo Real Madrid em 1996, o atacante Samuel Eto'o se notabilizou na Espanha por ser especialista em fazer gols contra... o Real Madrid. Com as camisas de Mallorca e Barcelona, o camaronês fez dez tentos sobre os merengues, como este, na histórica goleada por 6 a 2 do time catalão em pleno Santiago Bernabéu, em 2009
Foto: Getty Images
O ex-atacante Florian Maurice trocou o Paris Saint-Germain pelo Olympique de Marselha em 1998 e disse não ter sido bem tratado no time de Paris. A vingança veio em campo - o jogador marcou "apenas" quatro gols em uma partida contra o ex-clube
Foto: Getty Images
O Olympique, aliás, tem apostado na estratégia de contratar jogadores que tenham passado pelo PSG. Um exemplo mais recente é o polivalente Gabriel Heinze, que não tem piedade nos duelos contra a equipe da capital e já chegou a deixar sua marca
Foto: AFP
Yoan Gouffran fez o gol que deu ao Bordeaux o título do francês em 2009 e rebaixou o Caen, clube que defendia até a temporada anterior. Não conseguiu comemorar: "fico muito triste pela torcida e pelos meus ex-companheiros".
Foto: AFP
Ex-ídolo do Celtic, Mo Johnston chegou a declarar que jamais vestiria a camisa de um outro clube britânico. Não só não cumpriu a promessa, como foi defender simplesmente o arquirrival Rangers. Logo no primeiro clássico escocês, o ex-atacante deixou sua marca e comemorou com os companheiros, aumentando o ódio da torcida Celtic e acabando com a desconfiança dos fãs do Rangers