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Andrés: contrato com a Globo ficou entre R$ 90 e R$ 130 milhões

28 mar 2011 - 19h35
(atualizado às 19h39)
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Em entrevista ao Terra, o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, afirmou nesta segunda-feira que o contrato do clube com a Rede Globo pelos direitos de transmissão dos jogos no Campeonato Brasileiro em TV aberta está entre R$ 90 e R$ 130 milhões por ano. O dirigente também lembrou que o valor exato será conhecido quando o Corinthians publicar seu balanço financeiro.

"Não vou falar em valores, mas não é R$ 90 nem R$ 130 (milhões), está entre esses valores. Mas todo mundo vai saber dos direitos de TV, porque o balanço do Corinthians é publico, então é so questão de tempo. Não foi só questão de grana (a opção por negociar individualmente), tem também naming rights de estádio, direitos de imagem. O (Luís Paulo) Rosenberg (vice-presidente de marketing do clube) é quem negocia essas coisas, eu não entendo muito", afirmou Andrés.

O mandatário também questionou a proposta da Record. A emissora anunciou em 17 de março que ofereceu a Corinthians e Flamengo um contrato de R$ 100 milhões por ano pelos direitos de TV aberta nos Campeonatos Brasileiros de 2012 e 2016.

"Estiveram duas vezes comigo e não me ofereceram nada. É um direito deles, infelizmente não deu certo, quem sabe na próxima eles estejam preparados - e nós também - para mudarmos de emissora", disse o presidente, descartando que tenha liderado uma debandada do Clube dos 13 após o Corinthians anunciar sua desfiliação e ser seguido por clubes como Botafogo e Cruzeiro.

"Não liderei nada, simplesmente tomei a atitude que achei que devia tomar para o bem do meu clube. Alguns entenderam e foram para o mesmo caminho", afirmou, admitindo que o desligamento da entidade não se deu apenas por conta das negociações dos direitos de transmissão: "tem lado político também, eu perdi uma eleição do Clube dos 13".

Entenda o caso

Em 2010, o Cade entrou em acordo com o Clube dos 13 e proibiu que a Rede Globo, atual detentora, tivesse privilégio de cobrir a maior oferta pelos direitos do Brasileiro. Para cumprir o pedido, a entidade dos clubes criou uma série de regras para a licitação dos Brasileiros do triênio 2012-14, mas alguns times ficaram temerosos em perder a parceria com a emissora de maior audiência do Brasil.

O Corinthians, de Andrés Sanchez, foi o primeiro a reclamar do processo e anunciou que iria negociar de forma separada, além de requisitar a saída do Clube dos 13. Flamengo, Fluminense, Botafogo, Vasco, Grêmio, Coritiba, Santos e Cruzeiro deixaram a concorrência em seguida.

Insatisfeita também com o processo, a Globo optou por deixar a licitação e negociar com os times de forma separada. A Record, principal concorrente da emissora carioca na disputa, também deixou a concorrência no dia da licitação.

A desistência da TV paulista foi anunciada em nota oficial emitida momentos antes do anúncio do vencedor da licitação. No documento, a emissora alegou que a concorrência dividiu a entidade e que alguns clubes "indicam que têm acordos pré-acertados com outra emissora".

Assim, avisou que "não aceita participar de um jogo com cartas marcadas". Com isso, a RedeTV! tornou-se a única emissora que restou no processo, realizado em 11 de março, e foi a vencedora com uma oferta de R$ 516 milhões por ano, totalizando R$ 1,548 bi por três anos.

O triunfo da RedeTV! não significou a derrota da Globo, que passou a negociar diretamente com os clubes. Desde então, 14 agremiações acertaram com a emissora do Rio: Bahia, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Goiás, Grêmio, Vasco, Vitória, Santos, Sport, Palmeiras, Botafogo, Fluminense e Portuguesa.

Os seguidos acertos com a Globo motivaram o adiamento por parte do Clubes dos 13 da abertura dos envelopes com os vencedores das licitações de direitos de transmissão de TV a cabo e pay-per-view, marcados para 23 de março, e internet e celular, que seria realizada no dia seguinte.

No dia 23 de março, a entidade anunciou que assinou oficialmente o contrato com a RedeTV! para o triênio, como tentativa de manter clubes dissidentes no acerto, e acionou o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para que acompanhe o imbróglio.

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Fonte: Terra
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